Tenho percebido ultimamente alguns foristas destacando mais a importância da geração de caixa na análise e acompanhamento das boas empresas pra ser sócio. Passei o olhar mais atentamente pra isso e me incluir nesse grupo. Sem, obviamente, excluir a grande importância dos lucros consistentes e outras métricas do DRE, creio que ganharemos muito em conhecimento com esse movimento . Queria compartilhar algumas ideias que li num artigo:
As empresas são criadas para fazer dinheiro. Uma forma convencional de mensurar se isto está realmente acontecendo é verificar a capacidade da empresa aumentar seus: lucros operacionais, lucros antes dos impostos e lucro líquido, embora essas não sejam as únicas formas de verificar se existe valor numa companhia. Os “verdadeiros lucros” de uma companhia são aqueles que saem do Fluxo de Caixa, na forma de dinheiro, e vão para o Balanço Patrimonial. Os lucros não se transformam necessariamente em dinheiro, em um mesmo período. As vendas/despesas são contabilizadas no momento em que são incorridas, não no momento que são realmente efetivadas (regime de competência). Daí a importância de se administrar corretamente às contas a pagar e as contas a receber de maneira que a empresa não venha a quebrar por falta de pagamentos.
No final, o valor para o acionista acaba vindo de seus ativos mais líquidos, aqueles que podem ser facilmente convertidos em dinheiro. O valor de uma companhia é determinado por quanto, medido em termos de ativos líquidos, ela consegue acumular ao longo do tempo. Existem duas formas de raciocinarmos em cima disso. A primeira é olhar para o seu valor terminal, que é o valor potencial estimado que sobraria para os acionistas, depois de transformar tudo que existe dentro de uma empresa em dinheiro, após ela fechar suas portas em algum ponto no futuro. O outro, é verificar de onde vem o valor tangível do acionista – o retorno sobre o capital investido gerado pelas operações da companhia. Se a companhia possuir caixa em excesso que não precise em suas operações do dia-a-dia ela poderá emprega-lo de duas formas em benefício do acionista: pagando dividendos ou comprando de volta suas ações no mercado.
Compreender o que está no balanço é crucial para saber se a companhia na qual você está investindo será capaz ou não de gerar valor para seus acionistas, no futuro. A maioria dos investidores vai direto nos Demonstrativos de Resultados e perdem muito tempo se preocupando apenas com os lucros e muito pouco tempo se preocupando com o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa. É o Balanço Patrimonial que pode nos dizer se a companhia tem dinheiro suficiente para continuar financiando seu próprio crescimento ou se terá que pegar novos empréstimos, lançar debêntures ou ações de maneira a continuar existindo. Será que a companhia possui muito estoque em seu inventário? Será que a companhia está recebendo os pagamentos de seus clientes dentro de um prazo pelo menos razoável? É o Balanço Patrimonial, uma lista de todos os ativos e passivos da companhia, que pode nos informar isso.