Aos pirados da produtividade
comentada em 24/10/2023 15:06

falta de sono é terrível

Indicação do livro Por que nós dormimos. - Cãotural - Bastter.com

Ah não ser que você faça parte de 0,001% da população.. dormir 6-7 ou mais horas é fundamental.

 @Paulo Minha esposa estuda pra concurso. Muito interessante esse gráfico. Uma dúvida, essa queda bizarra equivale a 6h ininterruptas? Se ela faz pausas a cada 1h, por exemplo, a queda de aproveitamento retardaria e ganharia mais rendimento? Obg pelo estudo

@Fortitudine

Saca esse vídeo aqui do Paulo, é sobre isso. 

@Pat_Patriot Mesmo para o 0.00000001% eles serem capazes de dormir só 4h, não significa que eles não estejam acumulando fatores de risco se não aprenderem a se cuidar e transformarem a vida em produtividade.

Pq quando ta tudo bem, tá tudo fácil. O difícil é quando a vida fica difícil.
Ai quando encontrar uma situação que PRECISA parar não vão dar conta.

@Fortitudine Querido, eu acho que é desperdício de tempo ficar arrumando formula mágica para burlar um conceito tão claro.
Suponha que ela pare 20min a cada hora.
A cada 3h de estudo ela vai ter feito 4h corridas. 3h estudando mais 60min parados.

em 6h de estudo, vai ter passado 8h.

E não vai ter como contornar esse efeito das 8h.
Começa a matemágica de ganho marginal que, pelo que o gráfico mostra, só vai piorar a situação por conta da armadilha.
Eis a armadilha: 1) Quanto mais cai a produtividade,2) mais aumentam os erros, 3) que aumentam a ansiedade 3) que aumenta a chance de erros, que 1) afetam a produtividade, 2) que aumentam os erros... 3), 4), 1), 2), 3), 4), 1), 2), 3), 4), 1), 2), 3), 4), 1), 2), 3), 4), 1), 2), 3), 4)...
O que eu tenho o costume de indicar é:

Mira em 6h, e faz 6h bem feita, do jeito que der. Dominar essas 6h é muito mais importantes.

Nos dias que tá bem e dá para esticar estica, no dia que não dá para fazer 6h não faz.
E fica nessa média e vai em frente.

Já assisti algumas entrevistas de soldados e policiais que fazem aqueles treinamentos malucos de sobrevivência e todos eles são unânimes quando perguntados sobre o que foi pior no período do treiamento...... "a privação do sono".... todos falam sempre que é pior que fome, frio, etc....

@oxe obg

obrigado por essa Paulo, veio em hora boa

já tentei usar alguns métodos para ficar menos cansativo, tipo pomodoro

no fim acabei usando o timer do pomodoro para outro fim: levantar e mexer de vez em quando e ajudar a diminuir as dores de postura

a relação sono x produtividade está bem estabelecida cientificamente, só não levem o gráfico e o artigo tão 'ao pé da letra', pois foi publicado por uma editora potencialmente predatória.

Lendo esse estudo me veio o seguinte questionamento:
Pq na área da saúde (estudante, enfermeiro, médico...) é tão comum jornadas de trabalho/estudo tão colossais? Às vezes o somatório das horas trabalhadas nem difere tanto de outras profissões, mas é muito comum trabalharem em jornadas de 12h ou 24h.
Vejo tantos nessa área com a saúde prejudicada por causa da rotina, algo totalmente sem sentido, principalmente se levar em conta o impacto de um erro nessas profissões.

postado por @siraskra em 25/07/2022 16:40:44

Lendo esse estudo me veio o seguinte questionamento:
Pq na área da saúde (estudante, enfermeiro, médico...) é tão comum jornadas de trabalho/estudo tão colossais? Às vezes o somatório das horas trabalhadas nem difere tanto de outras profissões, mas é muito comum trabalharem em jornadas de 12h ou 24h.
Vejo tantos nessa área com a saúde prejudicada por causa da rotina, algo totalmente sem sentido, principalmente se levar em conta o impacto de um erro nessas profissões.

É um trabalho com jornada ininterrupta. Assim como bombeiros, segurança pública, vigilantes. Nesses se adotam jornadas de plantões. 

É menos danoso trabalhar 24h e folgar 72h do que trabalhar 8h por "dia" das 20h as 4 da manhã.

@vapor eu comentei em outro post que como o dado é muito sólido, eu nem checo mais as fontes, pq os gráficos são sempre os mesmos.

A ideia é muito mais de isso é um ótimo gráfico para mostrar o conceito do que a precisão  absoluta.

Eu nunca vi um gráfico sobre isso que não tivesse esse desenho, esse só calha de ter todas as informações juntas.

Gratidão @Paulo, sempre nos ajudando a sair do mundo da fantasia que somos condicionados dia após dia.

@siraskra

O principal fator que influencia o modelo de jornada é a necessidade produtiva. No caso de um hospital, geralmente o atendimento de emergência é 24h por dia, todos os dias, então essa é a necessidade.

A partir daí, é questão de organizar as jornadas de acordo com os limites e regras da legislação trabalhista.

Uma forma seria ter profissionais fixos para cada período de 8h. Ou seja, 3 turnos de 8h por dia, cada um com sua equipe. Só que a jornada máxima é de 8h por dia e 44h por semana. Ou seja, 8h de segunda a sexta e mais 4h no sábado, por exemplo. Tem esse gap aí no fim de semana que dificulta esse modelo.

Outra solução, que foi pensada exatamente pra essa situação de trabalho contínuo, é a dos turnos ininterruptos de revezamento. Nesse caso, a jornada é de 6h por dia, 36h por semana (um dia da semana é de folga). Mas o trabalhador não tem escala definida, ele pode trabalhar um dia no turno da manhã, depois no turno da noite, depois de tarde, etc. Nem a folga tem dia definido, a exigência é a de que coincida com o domingo uma vez a cada X semanas (depende do segmento da empresa). Essa completa falta de rotina é bem sacrificante pros trabalhadores (aliás, por isso a jornada é menor, de 6h).

O modelo de plantão se popularizou faz poucas décadas e se consolidou definitivamente na legislação em 2017 porque:

1- permite uma organização mais simples das jornadas por parte do empregador, pois são apenas dois turnos (no plantão de 12x36) ou um turno (no de 24x72) por dia, sem "gap" no fim de semana;

2- o intervalo interjornada é estendido (36 ou 72h, em vez de 11h), mais do que compensando a jornada maior para o trabalhador; e

3- não é necessário conceder o descanso semanal remunerado, pois se entende que ele já está incluso nas 36 ou 72h de descanso entre uma jornada e outra. O que é mais uma vantagem pro empregador e significa que no fim das contas ele não perde muito em horas de trabalho na semana. As 24h que ele deixa de conceder semanalmente compensam parcialmente as horas a mais que ele concede entre as jornadas.

Esse é o resumão da coisa. 

postado por @siraskra em 25/07/2022 16:40

Lendo esse estudo me veio o seguinte questionamento:
Pq na área da saúde (estudante, enfermeiro, médico...) é tão comum jornadas de trabalho/estudo tão colossais? Às vezes o somatório das horas trabalhadas nem difere tanto de outras profissões, mas é muito comum trabalharem em jornadas de 12h ou 24h.
Vejo tantos nessa área com a saúde prejudicada por causa da rotina, algo totalmente sem sentido, principalmente se levar em conta o impacto de um erro nessas profissões.

o mundo nunca se importou ou desconhecia as condições de saúde mental "ideal"
até pouco tempo (e infelizmente para a realidade da rotina de muita gente) continua valendo o "se você está se sentindo cansado por trabalhar x horas é problema/fraqueza seu"

e profissões essenciais como saúde ainda tem uma responsabilidade sONcial ainda maior, as pessoas são pressionadas a atender a demanda pois o trabalho delas afeta diretamente o bem estar do público

@siraskra de todas as pessoas que conheço que trabalham na escala 12X36 ou 24X72, por peculiaridades do trabalho, elas não trabalham 12 ou 24 horas ininterruptas.

Normalmente, trabalham um hora ou duas seguidas e fazem um pausa, que normalmente é tbm de uma ou duas horas. Como para o pessoal da área de segurança, principalmente policiais e bombeiros.

Claro que algumas vezes o trabalho será de forma ininterrupta durante todo o período, mas não é normal, até porque tem pausas para alimentação e higiene.

Acredito que se um profissional trabalha as 12 horas ininterruptas toda vez, vai entrar na estatística da linha cinza do gráfico rapidamente.

@siraskra então, a resposta simples é pq sim.

Pq o doido que criou o modelo de residência no John hopkings no início do século 20 acreditava que médicos deveriam ter vidas monasticas dedicadas a medicina.

A complexa é esta aqui:

Naquela época não existia lá muita discussão sobre nada na vida, até pq ninguém sabia nada sobre nada, a vida era barro fofo e pedra lascada .
Lembre-se que o elemento rádio tinha acabado de ser descoberto, e resolveram usar ele em tudo que é coisa: pasta de dentes, cerâmica, copo, relógio, enfim, qualquer coisa.

Ele criou uma estrutura piramidal de base bem aberta e topo único, que é a que ainda se usa hoje, cheia de novatos com progressões a medida que vai aprendendo as técnicas.

E treinamento real em medicina era algo raro, e um hospital com dinheiros sobrando, querendo treinar médicos fornecendo casa comida e roupa lavada era quase um milagre.

Só que na época não existia um método, a progressão era decida pela cabeça de quem escolhe.

Que gerava um esquema de competição meio pirado, pq ninguém sabe o que tem que fazer e a única referência é fazer o máximo possível E mais do que seu colega.

Não é a toa que o nome é residência.
O médico tinha que morar no trabalho, viver e respirar para o trabalho.

Curiosamente, é possível que ele tenha feito isso para conseguir permanecer na medicina enquanto escondia os efeitos de longo prazo da adicção de cocaína. Então, ele botava um monte de gente para trabalhar para ele, já que ele não conseguia mais, enquanto mantinha o status sem ter que lidar com problemas diretos.

Necessity is the mother of invention: William Stewart Halsted’s addiction and its influence on the development of residency training in North America - PMC

Como o @Giovanni disse, isso não é uma coisa tão absurda na época.
Era extremamente comum que as pessoas morassem em seus trabalhos.
O padeiro morava na padaria, o funcionário da indústria morava no bairro da indústria, internatos era uma coisa comum para educação.

A vida antes de existir mobilidade urbana, ou mobilidade de qualquer coisa que não fossem pernas era bastante limitada.

A novidade mesmo foi usar isso como modelo educacional de formação profissional.

Há alguns anos eu entrei nessa de produtividade. Estudava 8 a 12 horas por dia, com intervalos, mas entra no que o Paulo falou. Consegui passar no curso que eu queria, hoje trabalho no que sempre quis, mas logo que passei paguei um preço bem alto, tive depressão e ansiedade. Foi bem difícil, quando o Paulo comenta nos chats eu lembro exatamente desse período. Até hoje minha profissão exige longas horas de trabalho e luto pra não voltar nessa estafa/colapso mental, pq não quero passar por aquilo de novo. Obrigado Paulo por abordar esse assunto de forma tão didática 

enquanto isso eu to escrevendo um livro de 101 capitulos e o @Paulo dando força

postado por @Onepunch_man em 26/07/2022 06:58

Há alguns anos eu entrei nessa de produtividade. Estudava 8 a 12 horas por dia, com intervalos, mas entra no que o Paulo falou. Consegui passar no curso que eu queria, hoje trabalho no que sempre quis, mas logo que passei paguei um preço bem alto, tive depressão e ansiedade. Foi bem difícil, quando o Paulo comenta nos chats eu lembro exatamente desse período. Até hoje minha profissão exige longas horas de trabalho e luto pra não voltar nessa estafa/colapso mental, pq não quero passar por aquilo de novo. Obrigado Paulo por abordar esse assunto de forma tão didática 

Quando o relato combina com o nickname..

@Bastter vou fazer ate o capítulo 109 só para fazer passar raiva.