Mudar de país e de profissão
comentada em 25/08/2023 12:28

Pessoal, gostaria de ouvir opiniões de “fora” porque isso possibilita enxergar outros ângulos que a gente de “dentro” não vê.

Atualmente moro numa cidade com boa qualidade de vida, tenho um trabalho confortável e que paga bem, considerando a média do mercado. Sou servidora pública.  Venho de uma família pobre e conquistei tudo com muito trabalho e estudo.

Meu marido teve uma história de vida semelhante à minha, também é servidor público. Tem uma remuneração boa, novamente acima da média do mercado. Contudo, é extremamente insatisfeito com o trabalho. Sempre foi.

O meu trabalho não é algo interessante e empolgante, mas isso nunca foi motivo para me sentir triste. Meu lema é: trabalho 8 horas para usufruir as outras 16. Valorizo o que faço fora do trabalho, cuidar da minha família, casa, amigos, esporte, lazer etc.

Acontece que ultimamente tenho ficado “preocupada” com os rumos que o país está tomando, uma máquina muito grande, ineficiente etc.

Começo a achar que o futuro é bem complicado, não dá para saber onde será o fundo do poço. Investi muito da minha formação para o serviço público, minha ampla experiência na área, não ajudará na iniciativa privada. Se hoje acho complicado migrar para a iniciativa privada, imagina daqui a 15 anos quando estiver mais velha e quando todo mundo também quiser porque o barco naufragou.

Diante disso, começo a pensar outras possibilidades.

Antes nunca havia pensado em sair do pais. Adoro nosso clima e natureza, comida e a alegria.

Moramos longe da nossa família a bastante tempo, somos bem resolvidos com essa questão.

Temos uma filha de 4 anos, uma criança alegre e sociável.

Meu marido a princípio teria boas chances de se colocar no mercado de trabalho, eu teria que dominar a língua e mudar de profissão ou mesmo empreender.

Nas pesquisas iniciais, acho que o Canadá é o pais que oferece mais benefícios e com maior facilidade para imigração, considerando nosso perfil.

Sei que uma mudança dessa exige muito planejamento e dedicação, por isso, gostaria de ouvir opiniões alheias para ter mais subsídios

"Nas pesquisas iniciais, acho que o Canadá é o pais que oferece mais benefícios e com maior facilidade para imigração, considerando nosso perfil."

O que seriam os "benefícios"?
vou acompanhar o tópico aqui, interessante

Enquanto estiver bem aqui, não vejo porque mudar. Se os dois trabalham e são bem remunerados, qual o sentido disso? O futuro cabe a Deus. Não tem como prever. Também sou servidor público e, enquanto for bem remunerado, não pretendo me mudar. Vou economizar e aportar o máximo que puder enquanto é tempo. 

Não é tão fácil mudar assim para países desenvolvidos....

Lembre-se que nós somos país pobre...
Um país rico só vai lhe aceitar se tiver uma qualificação técnica necessária e faltante naquele país...

Afinal, não faz sentido ele abrir as portas para imigrantes não qualificados usufruírem de seus serviços.

acho que qualquer movimento tem que ser feito com calma.

pq vc nao visita o pais (a regiao se possivel) que vc pretende mudar ?

vc dominam o idioma ?
tem dinheiro guardado pro inicio pelo menos (1~2 anos?)
fariam oq no novo país ?
viram como é criar um filho lá ?

eu penso muito em mudar tb, e minha condicao é muito mais fácil, sou solteiro. mas mesmo assim eu penso em mudar vários hábitos antes de mudar (por exemplo, se eu for morar fora eu não vou ter carro, empregada, dificilmente almoçar fora, ficar mais sozinho). acho que seria bom vc testar essas coisas antes...

me desculpa, mas eu não entendi exatamente qual é o seu problema.. 
não sei se percebe que (graças aos seus esforços e também aos esforços da população que paga os impostos) faz parte de uma parcela ultra privilegiada da sociedade. o que você e seu marido podem fazer é: economizar mais a fim de não depender da futura aposentadoria pública que pode e deve ser prorrogada pelo país quebrado pelo excesso de funcionalismo e má gestão de recursos e aproveitar parte das 16 horas que sobram para estudar algo fora da área pública que venha a ser demanda pela iniciativa privada.

Bom, acho que posso falar um pouco da minha experiência. Num determinado momento da minha vida resolvi fazer o mesmo. Resumindo, também morava numa ótima cidade no Brasil, com seus problemas, mas boa qualidade de vida. Tinha bom emprego, um bom apartamento, carro na garagem, amigos, comida na mesa. Estava casado há 2 anos e a vida caminhando. Tinha o estresse normal do trabalho, mas quem não tem? Então minha esposa conseguiu uma vaga de emprego num país de "primeiro mundo". Só que uma vaga na mesma empresa que já trabalhava. Ela é muito qualificada e foi alfabetizada no idioma do país destino. Pra ela uma oportunidade espetacular! Resolvi largar o emprego e acompanhá-la, mesmo sem falar nada do idioma, no caso o inglês. Sabia que minhas únicas oportunidades seriam em trabalhos braçais. Sem problemas, eu encaro e ainda vou aprender o idioma, pensei! Só que encarar não é tão simples. Pra quem é jovem e aventureiro é uma grande experiência, mas com 40 anos as coisas complicam um pouquinho. Resolvi trabalhar num restaurante lavando pratos. As minhas costas não têm mais 20 aninhos... kkkkk... E lavar prato no restaurante não é como na sua casa.É prato, panela grande cheia de gordura, etc... Isso durante horas, sem parar. Ainda tinha que lavar o chão e limpar tudo todo dia. Não aguentei. E trabalho pra quem não tem qualificação no exterior é assim mesmo. Quando comuniquei minha decisão de sair do emprego minha esposa já perguntou: "Já viu outra coisa?" hehehe... Não tem amor que resista ao desemprego. A qualidade de vida é muito boa nesses países. A segurança é maravilhosa, serviços públicos, etc... Mas você tem que pensar se realmente essa mudança se encaixa na sua realidade. Você se imagina trabalhando com uniforme e limpando o chão? Ou recolhendo copos com uma sacola pendurada no pescoço numa balada cheia de filhinho de papai se divertindo? Ou em pé por horas no caixa de uma loja? E você pensa em apenas estudar, aprender o idioma e depois se colocar no mercado de trabalho? Nesse caso te digo que aprender um idioma não é tão simples. Mesmo o inglês. Sem trabalhar, falar com as pessoas e praticar muito, fica bem difícil. Então, a realidade nesses países é muito dura. Falar coisas como "recomeçar", "sair da zona de conforto", "buscar os sonhos" é tudo muito bonito, mas fazer vai exigir muita força de vontade. E o frio que você sente numa viagem é uma coisa, o frio vivendo no lugar é beeeem diferente... hehehe... No início você não falará o idioma. Se fizer amigos brasileiros, talvez eles não sejam do mesmo "nível social" que você está acostumada. A grande maioria dos imigrantes não qualificados e não fluentes no idioma são pessoas provenientes de camadas sociais menos favorecidas. Digamos que provavelmente não terão o mesmo nível cultural seu. Parece arrogância minha, mas é a realidade. E a realidade é dura; Mas, apesar de tudo que eu disse, há pessoas que possuem perfil para isso. Você possui? Está mesmo disposta a largar sua vida arrumadinha pra ter que se reinventar? Ou está pensando nisso só porque o país atravessa uma crise? Não existe mar de rosas no exterior. Empreender também não é brincadeira não. Em nenhum lugar do mundo é fácil. Você já pensou nisso antes? Entende alguma coisa disso?Por fim, como diz um amigo, neve é muito bonita na TV. Não sei a sua idade e sei muito pouco sobre o seu perfil. Mas percebi que você tem uma vidinha boa no Brasil. Será que não está sonhando fora da sua realidade? Sonhar é bom! Nos faz crescer! Mas há sonhos e sonhos. Desculpe se pareço pessimista. Juro que não é essa minha intenção. Apenas quero ajudar com minha experiência e mostrar que o desafio é grande. Você precisa se conhecer e ver se realmente quer um desafio desse tamanho ou está apenas sonhando com base na realidade de outras pessoas. Sair do Brasil com um bom emprego garantido no exterior é uma coisa, sair pra se reinventar é outra totalmente diferente! E se você estiver sonhando o sonho do seu marido este será um grande erro, principalmente considerando tudo que você construiu no Brasil. E lembre-se, como disse o colega, vocês fazem parte de uma parcela ULTRA PRIVILEGIADA da sociedade. E o Brasil não é um país ruim não. Um abraço e boa sorte na sua escolha!

Sua única preocupação:

"Acontece que ultimamente tenho ficado “preocupada” com os rumos que o país está tomando, uma máquina muito grande, ineficiente etc."

R: Pro Brasil chegar ao fundo do poço ainda tem que afundar muito... Não caia nesse "lugar-comum", que aparece especialmente em ano político, de que "a melhor saída do Brasil é o aeroporto", dentre outros. 

Aparentemente o maior problema atual é a insatisfação do seu marido com o trabalho (servidor público).

R: Pelo seu relato não há nada que psicologicamente o afete; ele pode ter insatisfação assim como 50% ou mais de todos os trabalhadores públicos e privados do Brasil. E essa insatisfação no trabalho pode ser revertida se concentrando mais nas outras horas fora do trabalho, com lazer, etc. ou com desenvolvimento pessoal para atender demandas privadas, como já colocaram aqui.

Não vi pelo seu relato maiores motivos para uma mudança tão drástica: abandonar empregos "estáveis" no Brasil para ir aventurar em outro país, outro idioma, clima muitas vezes que impossibilita até sair de casa (Canadá), possivelmente com "sub-empregos", longe de família, etc. A maioria das histórias de gente bem sucedida lá são aqueles que não tinham quase nada no Brasil e foram aventurar e conseguiram algo. 

 

Enfim, achei poucos motivos no seu relato que me fizessem mudar de país. Essa apreensão do Brasil em virar Venezuela é muito mais discurso retórico do que realidade.

 

 

@Gussts

Sensacional seu relato.
Um choque de realidade.

Obrigado por compartilhar

Eu acredito que uma mudança de pais tem de ter uma motivação interna muito forte .. 

O que, pelo seu relato, não há...
Há uma motivação externa.... O medo que o país desande....

Dê uma olhada na media salarial do pais de destino. Boa parte dos servidores está muito bem para os padrões internacionais e nao se dao conta da realidade do trabalhador no contexto mundial. Pesquise salarios, padrao de vida. Qualidade de vida no trabalho na iniciativa privada la em comparação com a qualidade de vida q vc tem no seu trabalho. Talvez vc se surpreenda.

Tem havido um pessimismo mto forte no Brasil. Vejo td mundo desanimado c o pais, c o trabalho, mesmo pessoas q estao super bem. E isso parece contaminar a todos. 

busque: morar na/em (selecione os locais que vc tem em mente), inumeros blogs e videos no yt sobre varios locais. No minimo, é um bom aprendizado sobre costumes e caracteristicas locais.

 

 

 

 

 

 

Pretendo visitar o Canadá, não o conheço. Isso está na lista do planejamento.
Cheguei aqui no site justamente porque comecei a me preocupar em garantir uma velhice tranquila. Identifiquei-me com a filosofia porque já desenvolvia intuitivamente o conceito de trabalhar e poupar.
Tenho consciência de que sou bem remunerada e que vivo uma vida confortável. Não estou reclamando do presente.
Só acho que essa condição não irá se sustentar. Por isso, comecei a abrir a mente para outras possibilidades.
Meu marido fala bem inglês, tem uma profissão que pode ser desenvolvida em outro país de primeiro mundo.
Eu não tenho um bom domínio da língua e teria que iniciar a mesma profissão ou outra do zero. Disso tenho consciência.
Acontece que a iniciativa privada no país para as nossas áreas de formação não está boa, por essa razão comecei a pensar na possibilidade de imigrar.
Em relação aos benefícios de forma objetiva que vejo no Canadá: segurança, política e economia estáveis, sistema de saúde e educação.
Nosso sistema de educação está falido e o de saúde nem se fala.
Mesmo o sistema de saúde privado está ficando caro e declinando a qualidade, especialmente com essas intervenções judiciais que "obrigam os planos a cobertura integral e irrestrita", o custo dessa "socialização" vai ficando cada vez mais alto.

Acredito que meu marido tem um bom perfil para ser aceito, eu teria que me qualificar para entrar no mercado de trabalho ou empreender.
De toda forma, sei que é preciso empreender esforços para sair do serviço público, seja no Brasil seja em outro país. 
Muito bom os comentários porque ajuda mesmo a "pensar". 



 

Se o país desandar, você muda. Não tem como prever futuro com segurança. Espera. Não se precipite. Sugiro começar a investir no exterior. Vai dolarizando o patrimônio e, mais à frente, se ainda entender que deva mudar, já estará calçada com patrimônio em dólar. Não adianta querer sair do país com pouco dinheiro. 

Toma cuidado com essa visão. Por exemplo, há diversos relatos que Manhattan na década de 90 era um dos lugares mais violentos, com vagabundos, gangues e etc. Hoje em dia, quem não gostaria de viver lá? 

Agora te pergunto, naquela época, uma pessoa igual a você que batalhou a vida toda e conseguiu ser bem sucedida, será que ela também não teve o mesmo pensamento?

Agora vamos para outro exemplo. Suécia, um dos países que tinha um dos melhores IDH do mundo, atualmente, possui uma cidade apelidada de capital do estupro.

A polícia, não consegue, literalmente, entrar em algumas zonas da cidade (te parece algum lugar conhecido)?

Canadá, eu procurei, mas não encontrei o link, o caso de uma mulher que passou por um local que majoritariamente era composto por imigrantes e ela não estava de burca, os imigrantes se sentiram ofendidos e a mulher foi presa. Depois ela foi solta e não deu em nada.

Mas fica a pergunta, você estaria disposta a se submeter a este tipo de situação? Lembre-se risco não se avalia pela chance de sucesso.

Quem tem dinheiro, vive bem em praticamente qualquer país; quem não tem dinheiro, está ferrado em praticamente qualquer país. O importante é sair com dinheiro. Muito dinheiro. 

Muito frio... gosto não!
Austrália.. tbm é tropical.

Primeiramente, não entendi exatamente o motivo de imigrar. Só entendi que é medo de o país desandar. Essa história de sair da zona de conforto nesse caso é boa pra roteiro de filme ou história de livro. A realidade pode ser bem diferente e dura. 

Se tem medo de o país desandar, se prepare o quanto antes pra essa situação usando os conhecimentos passados aqui no site, e não imigre com a cara e a coragem sem nem conhecer o destino.

Se tem muita vontade de morar fora, faça o que você já disse que vai fazer: visite o país pretendido. Se possível passe alguns bons dias de férias lá pra ver a rotina da cidade. E principalmente, prepare-se pra essa mudança. É bom já tentar aprender inglês aqui e não deixar pra aprender lá. Só vejo como isso dar certo quando a pessoa já vai com emprego garantido pra lá e pode fazer curso pra entender a língua profundamente.

E um ponto interessante do seu relato e que acho que entendi foi a carreira no serviço público. Acho interessante esse ponto, pois também tenho uma carreira predominantemente no serviço público, embora seja uma carreira curta, de só 6 anos, e ano passado que acordei pra vida e vi que se der tudo errado na área pública eu dificilmente seria aceito no mercado com as minhas qualificações e não tendo experiência na área privada.

Também penso em imigrar um dia mas é um plano bem distante ainda e nem sei se concretizarei, por n motivos, mas já imagino que a preparação começa anos antes da mudança (tem casos que o pessoal vai com a cara e a coragem e dá certo, mas pra mim isso é exemplo de exceção). E pra poder me qualificar pra isso, até como reserva de valor, comecei a estudar assuntos que me podem ser úteis em muitos lugares do mundo. Se isso aqui virar vinagre, eu poderei ter qualificação necessária pra conseguir me virar em outro lugar. Enquanto não vira vinagre, qualifico-me aqui mesmo. 

Mas algo que acho interessante todo servidor público, principalmente jovem, fazer, é se qualificar em outras áreas externas ao serviço público ou até manter um pé na iniciativa privada. Se o serviço público azedar a pessoa consegue se virar de outra forma. Tenho exemplos na família mesmo de parentes que fizeram carreira no serviço público. Um, engenheiro eletricista, pediu PDV, não se preparou pra outro emprego, desistiu de procurar e depende do salário da esposa há mais de uma década. Outros, depois da aposentadoria, viram que a grana da aposentadoria não seria suficiente e não conseguiram desenvolver uma fonte de renda extra. 

Estamos em crise desde sempre.

Quem gosta do canal viva e assiste de vez em quando alguns humorísticos (anos 80) vê que as piadas se encaixam perfeitamente na situação que vivemos hoje (políticos, mau uso do dinheiro público, corrupção e por aí vai).
No meu caso, o que mais me irrita e que me faria pensar em sair do Brasil é a insegurança, porque esta saiu completamente do controle e literalmente nos trancafiou dentro de casa.

Tenho a oportunidade de conviver com várias pessoas que já moraram fora do Brasil, alguns moraram muitos anos fora (Europa, Eua, Austrália, ...).
Diria que 30% gostaram muito e morariam lá de novo e 70% não voltariam mesmo que pudessem (motivos mais apontados : perda de laços com amigos e familiares, se sentir sempre um estrangeiro, frio, dificuldades com chefes e no trabalho, dificuldade de fazer amigos, preconceito, ...)

Quanto ao clima, riqueza natural e demais elementos ligados ao ambiente, não tenho dúvida de que o Brasil é um dos melhores países no mundo para se viver. Aqui o problema é humano, social. Eu só sairei se não tiver outra alternativa. Tenho investido no exterior para me proteger das nossas mazelas econômicas e sociais. E peço a Deus para nunca ser obrigado a ir embora.

@gussts, relato impressionante. Mas e ai conseguiu outro emprego?

Eu nem cogitaria mudar de pais sem dominar absolutamente a lingua e sem emprego qualificado garantido... veja a quantidade de brasileiros voltando desiludidos de portugal... se for mudar tem q ser pra ter uma vida confortavel la, sair daqui pra ter subemprego e sofrer em outro  pais n daz sentido  pra mim.

aparentemente vc e seu marido estão vendo muito facebook.
Só isso para explicar essa nóia toda.
Relaxa mulher!
Na posição que estou hoje (e parece ser inferior a sua), não troco de país nem a pau.

Cheguei aqui na Bastter justamente porque eu e minha esposa temos a intenção de ficar um tempo fora do país daqui a alguns anos e a ideia é trabalharmos muito e pouparmos o máximo possível até lá, enquanto somos privilegiados e estamos bem empregados. Por enquanto, por ser funcionário público, eu ainda posso pedir licença sem vencimentos por até 3 anos, se não me engano. Então teríamos esse tempo pra tentar uma adaptação em outro país. Paralelamente aos aportes mensais, busquei encontrar uma outra profissão que me desse mais satisfação, aumentasse minha renda e que pudesse ser um coringa numa fase pós-brasil.

Se conseguiremos atingir este objetivo só o tempo dirá, mas confesso que não passo UM dia sequer sem pensar em ir embora, mesmo sabendo as condições privilegiadas que temos atualmente. 

Obs: Minha esposa acabou de chegar em casa nervosa. Tiroteio bizarro na frente do trabalho dela, as 18h30. Dois mortos. Ela poderia estar na calçada na hora. Isso explica o meu pessimismo diário. 

so se vive uma vez
nao estao felizes
corre atras do seu sonho
Its not over till you win!

O importante é poupar o máximo que puder, pessoal. Quem tem dinheiro, não se preocupa muito para mudar de país. Se ficar ruim, muda na boa e até mais. Tenho pensado seriamente que quem tem um bom salário deveria poupar pelo menos 50% para chegar mais rapidamente à tranquilidade financeira. 

um casal de conhecidos aqui da cidade

ele um fazendeiro resolvido financeiramente
ela trabalhava em uma telecom, ótimo salario
ambos no auge dos seus 40 e poucos
de alma muito jovem, bem animados em viver a vida

mas tristes com a vida aqui, infelizes com tudo brasil
partiu EUA
ja tinham familiares lá

trabalham com limpeza de restaurantes chiques
se ta legal ou ilegal n sei
da ultima vez q tive noticia estavam felizes, curtindo e vivendo

cada um vai ter q achar seu caminho

Se está resolvido financeiramente, é como eu disse: vive bem em qualquer lugar. Mas se não é, pode ter certeza que vai passar muita dificuldade. Ser estrangeiro e quebrado não é fácil.

Imagino que mudar de país nunca será fácil. Nunca havia pensado em mudar de país. Conheço todas as regiões do Brasil, 23 capitais e já morei em várias cidades. Experiência real nesse brasilzão eu tenho.
Já fui vítima dessa violência urbana algumas vezes, inclusive refém de um assalto à mão armada.
Trabalho braçal e subemprego sei bem o que é, comecei a vida assim e fui a primeira pessoa na família a entrar no serviço público.
Nunca reclamei do meu trabalho no serviço público, sempre achei um privilégio trabalhar 40 horas por semana, não trabalhar no final de semana, ter 30 dias de férias. Sim isso tudo é muito bom e é um privilégio porque somente poucas pessoas têm.
A minha "preocupação" é que investir muito tempo e esforço no serviço público e não tenho preparo para sobreviver fora dele.
Não penso em sair "correndo" do país, não há razão.
Como tenho aprendido aqui a gente investe em valor, foi o que fiz durante minha carreira profissional. Agora, começo a achar que isso está "perdendo valor".
O relato real ai em cima foi muito enriquecedor e foi ao encontro do que já imaginava.
Meu marido sempre se sentiu insatisfeito com o trabalho dele e isso nunca foi motivo para eu desistir da minha carreira e dos meus sonhos. E nos meus sonhos não estava mudar de país.
O serviço público foi um sonho que batalhei e me empenhei em alcançar e em desempenhar.
Só vou mudar de país se encontrar bons motivos para ir, objetivos para conquistar.
Mas, entendo que para conquistar um objetivo é preciso muito estudo e planejamento. Só sei fazer assim porque foi dessa forma que fiz a vida inteira.
Abri o tópico pra poder enxergar ângulos que muitas vezes a gente "sozinho" não vê.
Essa visão de diversificar os investimentos no exterior é algo que só comecei a pensar há pouco tempo.
Também estou estudando inglês e investir no exterior foi a minha maior motivação.

Esse despreparo para a iniciativa privada é o ônus de se dedicar com exclusividade ao serviço público. Também sinto isso de modo muito veemente.

O problema é ter certeza se está atrás do seu sonho ou do sonho dos outros. 

Faz o simples: junte dinheiro, faça uma boa reserva, garanta a boa educação da sua filha desde já (ex: curso de idiomas) e se puder tirar uma licença sem remuneração experimente. Caso não consiga, use o tempo livre para desenvolverem um hobby ou atividade extra que possa um dia se tornar a principal. De bônus iria sugerir parar de ler notícias, TV, etc - não conheço a sua rotina, mas podem usar o tempo livre de maneira mais produtiva em busca deste objetivo de vocês e evitar se viciar com a mídia que lucra com a insatisfação alheia.   

Morar em pais de primeiro mundo como cidadão de 3 linha,será que vale a pena,eu fiz isso é realmente não vale a pena,se e para ser pobre melhor ser no próprio país, mas cada um de nos escolhe a vida que deseja levar. 

Já respondi várias vezes isso aqui.  Quem tem formação em área com valor, como TI ou medicina, vai viver bem em qualquer lugar.   Se não tem, busque essa formação, aprimore-se, agregue valor à si.

Eu vim morar fora após planejamento extenso.   Tudo na vida tem de ser assim, planejado e com calma.  Movimentos lentos e pequenos.

O Brasil está ruim, concordo plenamente, mas viver em país estrangeiro sem valor agregado, seja ele financeiro ou profissional, ainda mais com filho pequeno é uma temeridade.

Eu tenho aconselhado a quem me indaga e não tem as condições que citei acima, que se mude para uma região/ cidade no Brasil com melhores condições, cidades médias na região sul por exemplo, dá pra pesquisar e visitar pessoalmente antes de mudar.

O principal é não fazer nada impensado.  "Quando a cabeça não pensa o corpo padece."

Tente sair hoje do seu atual emprego e buscar uma carreira na iniciativa privada, a chance de conseguir um cargo equivalente é baixíssima. Entrar como novo funcionário em uma empresa, em um cargo razoável (mesmo inferior que o seu) já é muito complicado sem ser indicado ou algo do tipo.

Agora imagine fazer isso no exterior. O pessoal lá fora tem muito receio com estrangeiro quando se trata de emprego. Ao meu ver ir morar fora por causa de trabalho é vantajoso pra quem trabalha em alguma multinacional e é transferido ou algo nesse sentido.

Se não estiverem ambos dispostos a fazer trabalho braçal, eu pularia fora. Essa coisa de sair da zona de conforto me parece papo de coach motivacional. Isso é pra aventureiro com 20 anos e pais com dinheiro pra bancar.

Se ambos já são servidores estáveis vocês podem pedir para se ausentar sem receber por "motivos pessoais" ou para qualificação e depois pedir para ser Reconduzidos. Mas não usem isso como muleta para voltarem perante a primeira dificuldade. Tu parece infeliz com a tua atual situação, eu iria com certeza e sem medo, mas sou eu. Não existe garantias na vida, achar que o serviço público é garantido é um ilusão vendida por esses cursinhos para concurso.
Faça um boa poupança e, se vê for, vá sem medo das dificuldades, use elas como uma possibilidade de aprendizado.
O Brasil e o serviço publico colapsado sempre estarão aqui te esperando se decidirem voltar.

@luisamsca
1- o motivo da insatisfação do teu marido com o trabalho só desaparece trabalhando em outro país?
2- sugestão: coloca a filha para estudar Inglês

A ideia é fazer um planejamento para me colocar fora do serviço público. Minha formação e experiência são boas, mas só servem para o serviço público. Fora dele, não tenho boas chances, seja no Brasil ou no exterior, disso sempre tive consciência.
A preocupação é exatamente fazer um planejamento para se colocar de forma boa e adequada. Aproveitar enquanto estou numa situação confortável e não no desespero.
Para fazer trabalho braçal em qualquer lugar do mundo não precisa de planejamento. 
E claro que ninguém faz planos para "piorar" sua situação. O objetivo é exatamente melhorar.

Compartilho uma experiência que deu certo. Fica a dica para quem tem bebê.
Antes de minha filha nascer, decidimos que o pai só se comunicaria com ela em inglês. E assim, ele fez.
Os desenhos e músicas que ela escuta em casa são em inglês.
Hoje ela fala comigo em português e no mesmo instante com o pai em inglês.
Outro dia, ela foi ao médico e conversou com o pai em inglês, o médico ficou impressionado porque o filho dele, mais velho e que desde do maternal estuda numa escola internacional caríssima, não fala como ela.

Eu moro fora do Brasil há seis anos, numa situação financeira confortável, e digo: não é fácil. O pessoal romantiza muito o exterior, mas a verdade é que as diferenças são enormes. Vc nunca deixa de ser um estranho em terras estrangeiros, por mais adaptado que vc esteja. Tem que analisar várias coisas. Eu moro num lugar com inverno rigoroso e longo: vai de outubro a abril, -15 é normal, anoitece 4 da tarde. Você aguentaria? Eu falo inglês bem e mesmo assim a língua é uma barreira, especialmente pra fazer amizades. Os americanos não tem uns com os outros a intimidade que os brasileiros têm. Eu trabalho com muitos brasileiros, com bom nível de inglês, e mesmo assim esses brasileiros têm dificuldade em encontrar outros empregos bons. O preconceito é grande, mesmo com brasileiros com dupla nacionalidade. Imagina, vc trabalha no RH de uma empresa, qual a possibilidade de vc contratar um estrangeiro ou invés de um nacional do seu país? É difícil romper essa mentalidade.

@luisamsca conte o que você decidiu a respeito. 

@Gussts Espetacular o teu relato . Esse tipo de mudança é muito pesado . Eu tive a minha experiencia também , diferente da sua claro , mas com a minha cota de sofrimento . No meu caso , fui com emprego certo , em área similar a minha . Larguei emprego certo aqui apto próprio , sem dívidas etc . Fui pela “picado pela mosca do pessimismo brasileiro” : achava que tudo aqui era ruim e tudo lá fora er flores . Ledo engano . Detonei minha saúde física e mental , não tinha tempo livre , meu casamento quase acaba , esposa infeliz sem domínio da língua . Piorei muito um problema de saúde que já tinha e terminou em mesa de cirurgia . Tinha segurança em relação a roubos e etc ? Total . Mas vai precisar de saúde lá fora mesmo com plano pra vc ver ... só pra pagar a coparticipação era um sacrificio . Me matava de o $ não sobrava ... Enfim , após quase 2 anos arrumei outro emprego na minha área de origem e voltei feliz da vida ...Lição aprendida a duras penas .. 
essa de achar que a grama do vizinho ( no caso de outro país ) é sempre mais verde é pura sardinhice... essa de ah mas o ONREVOG vai acabar , a dívida externa , a violência e etc ...  Quase um trade de país  ... Não vale a pena . 

Mas parabéns @luisamsca pelo tópico pq trouxe respostas riquíssimas pra te ajudar a pensar melhor ... 

Espero que vc consiga clarear suas ideias aproveitando a chance se aprender com as experiências dos colegas daqui . 

@BigShort Mudamos para os Estados Unidos há 1 ano e 4 meses. Viemos como residentes permanentes. Meu esposo trabalha na sua área de formação em uma grande multinacional. Sente-se muito realizado profissionalmente, tanto pelo trabalho que desenvolve como pela remuneração que auferi. Trabalha de casa a maior parte do tempo, normalmente vai à empresa 1 vez na semana. O que ele também ama, pois sempre foi uma pessoa reservada e na maior parte do tempo teve aturar pessoas chatas, invejosas e fofoqueiras ao longo de sua vida profissional.
Moramos na Carolina do Norte e o clima e geografia do lugar são excelentes! Temos as 4 estações bem definidas, os verões não são escaldantes nem os invernos são congelantes.
Tivemos mais um filho (no Brasil) e hoje as crianças tem 9 e 3 anos.
Quando decidimos expatriar, ainda não tínhamos escolhido o país, mas, sabíamos qual vida queríamos viver e oferecer aos nossos filhos. Eu sempre sonhei com a maternidade e definitivamente nunca foi um peso para mim. E quanto mais vivenciava a maternidade, mais queria ter tempo para vivê-la. Então, disse que gostaria de ficar em casa para cuidar da minha filha, ter mais um filho e meu marido simplesmente me apoio de forma incondicional.
Há quase 17 meses, vivo a minha nova vida. E posso dizer que vivo a vida que sempre sonhei!!!!
Não trabalho fora de casa, nem remotamente (como me ofereceram no meu órgão). Sou mãe homeschooler, cuido pessoal e diretamente da educação e formação dos meus filhos!!!!. Também estudei muito sobre alimentação e como eu sou responsável por esta área da nossa família (minha cozinha, minhas regras), mudei a nossa alimentação e nunca nos alimentamos tão bem. Comida fresca, saudável e deliciosa todos os dias. Como diz minha filha: a melhor comida do mundo é a da mamãe! E como temos colhido benefícios de uma alimentação saudável e adequada!!! Também tenho tempo para fazer exercícios físicos, descansar e dormir bem. Minha filha está fluente nos dois idiomas e falando sem nenhum sotaque (português e inglês). Meu filho está falando os 2 idiomas, ainda misturando as palavras e aprendendo novos fonemas e palavras. Crianças muito alegres e sociáveis. Minha filha faz aulas de piano, balé e taekwond (todas as atividades escolhidas por ela). Participamos de uma igreja americana e sempre fomos bem recebidos e tratados (melhor do que em todas as igrejas que participamos no Brasil). Não tenho uma best friend americana. Amizade leva tempo e quanto mais velhos nos tornamos, mais seletivos ficamos.No Brasil, só já morava longe da minha melhor amiga há mais de 1 década. Também morava longe da família, então na prática, sinto-me como se continuasse morando em outra parte do país. Sei que para nós, a adaptação foi tranquila em muitos fatores, e no campo pessoal e emocional, também tínhamos muita clareza do que queríamos e tudo que vim buscar aqui, eu encontrei. A vida é muito breve para desperdiçarmos tempo com coisas e pessoas que não são importantes. Hoje todo o meu tempo é dedicado a viver com as pessoas mais importantes para mim e fazendo o que realmente tem valor e significado. Só posso dizer que nosso Senhor foi muito gracioso conosco em nos proporcionar tantas bençãos!!!