Há um sem-número de críticas quanto à forma do governo, às vulnerabilidades da política econômica, à insuficiência dos gestores. Critica-se a contabilidade criativa, a forma como foram distribuídos subsídios, as idas e vindas dos leilões de concessão.
Embora sejam críticas consistentes, elas se referem ao periférico. É evidente que, com Ministros mais eficientes, com visão técnica mais apurada, com maior abertura na discussão de políticas públicas, o caminho seria mais fácil. Mas não é o essencial. No máximo, provocam algum atraso no deslanche da economia.
O importante é que se consolidaram os princípios centrais desse modelo brasileiro.
Capitalismo, com foco nas políticas de inclusão social e de combate à miséria.
Fortalecimento de um setor produtivo privado, especialmente com os programas de concessão e do pré-sal, redução de juros e melhoria do câmbio. Há muitos furos nessa caminhada, especialmente a forma como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de Luciano Coutinho tratou os tais “campeões nacionais”. Mas são exageros corrigíveis.
Democracia participativa. Houve um recuo no governo Dilma, com as decisões de gabinete. Mas as próprias manifestações de junho passada indicam a irreversibilidade da construção de políticas públicas coletivas, retomando o espírito da Constituição de 1988.
Ênfase em investimento, inovação e educação
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Há muitos ajustes a se fazer. Tem-se um ambiente econômico anti-empreendedorismo, um Banco Central que recuou na caminhada anterior, de romper com dogmas de mercados e contas externas pouco favoráveis. E há um rombo preocupante nas contas externas.
Os ecos de Dilma em Davos | GGN