Estava na fila do pão atrás se um casal apaixonado em juras de amor.
O sujeito era bem apessoado, até chamava a atenção. Acariciava o lindo rosto da noiva - reparei nas alianças na mão direita - davam-se beijocas, ela mordia o lábio dele que exclamava um "UI!" de dorzinha.
Às vezes, ele tentava abraçá-la, conseguia em parte.
Ela fez seu pedido ao balconista:
- Seu moço, um quilo de pão de queijo, 30 pãezinhos, 500gr de cueca virada (pão frito salpicado de açúcar e canela). Quero também dez sonhos de goiabada.
Enquanto ela pedia o noivo pegou três cocas.
- Amore, zero não. Tem gosto de remédio. Pegue as legitimas do rótulo vermelho.
O noivo foi e retornou obediente com as cocas tradicionais.
Entraram na fila do caixa, eu atrás deles, observava. Beijinhos, mais mordidinhas, menos os impossíveis abraços apertados, daqueles corpo com corpo.
Foram embora e enquanto passava minhas compras vi que entrariam numa zerada Hilux 4x4.
O noivo romântico abriu a porta para seu "amore". Ela sorriu pra ele, depois encostou o seu traseiro no banco, ficou de costas para o carro. Ele se agachou um pouco, abraçou suas coxas e a levantou depois do " lá vai um, vai dois e três, já!"
Ela conseguiu se manter no banco com admirável esforço, ele aproveitou e repetiu mais um solavanco que possibilitou ela colocar um pé pra dentro da boléia, assentou-se.
Assim que ele fechou a porta a noivinha abriu o vidro e o chamou com o indicador, pertinho, ela lhe deu um beijo de desentupir pia.
- Acho que ela tem mais de ....deixa ver....- a moça olha pra mim, senti que me utilizava como referência - tem mais de 170 quilos!
- Ufa - exclamou um outra atendente.
Eu a defendi.
- Não exagerem, aposto nos 150.
Vim pra casa e pensei no assunto. Acho que aquela mulher tinha mesmo 170! Ele nem 80!