Suponha que você tivesse 100 dólares em uma conta poupança e que a taxa de juros fosse 2% ao ano. Após cinco anos, quanto você acredita que teria na conta se deixasse o dinheiro render? A. mais do que 102 dólares; B. exatamente 102 dólares; C. menos do que 102 dólares; D. não sei, recuso a responder.
Imagine que a taxa de juros na sua conta poupança seja 1% ao ano e a inflação seja 2% ao ano. Depois de um ano, você poderia comprar, com o dinheiro dessa conta poupança: A. mais do que hoje; B. exatamente o mesmo que hoje; C. menos do que hoje; D. não sei, recuso a responder.
Você acredita que a declaração a seguir é falsa ou verdadeira? Comprar ações de uma única empresa usualmente fornece um retorno mais seguro do que um fundo mútuo de ações. A. verdadeira; B. falsa; C. não sei, recuso a responder.
As respostas certas são A, C e B, respectivamente. O melhor resultado foi alcançado pelos alemães, mas não é brilhante: apenas 53% acertaram as três questões. Em seguida vieram os suíços (50%). Os norte-americanos tiveram resultado ainda pior (30%), ficando pouco atrás dos franceses (31%) e à frente dos italianos (25%). No fim do grupo ficaram os russos e os romenos, empatados com inquietantes 4%. Não há, no artigo, dados sobre o Brasil ou outros países latino-americanos.
A literatura mapeada pelas autoras aponta que, quanto maior a ignorância financeira, maior o risco de tomar decisões financeiras erradas, pagar juros elevados, contrair dívidas, cair em golpes e fazer maus investimentos. Por outro lado, quanto maior o nível de educação financeira, maior a probabilidade de gerenciar corretamente os recursos, de planejar a aposentadoria e acumular reservas, melhorando a qualidade de vida. É hora de os gurus darem lugar aos educadores.
Ignorância financeira — CartaCapital