Diariamente ouvimos falácias sobre economia, muitas vezes com o objetivo de legitimar intervenções e mais intervenções. A primeira delas que coloco em discussão é a questão do desemprego.
Primeiro temos que entender o que é o trabalho. Trabalho é a forma de criar uma riqueza para a sociedade e isso é retribuído com uma remuneração, que nada mais é que o valor que a sociedade vê nesse trabalho. Trabalho mais qualificado tende a ser mais remunerado, mas exite subjetividade única de cada um no julgamento desse valor.
Na remuneração do trabalho nada importa a energia gasta para realizá-lo, mas sim sua riqueza produzida. Por isso que o mais eficiente ganha mais. Se um mergulhador gasta um dia para descer a 100m para pegar uma ostra e tirar uma pérola e outro consegue capturar ostras em 15 minutos a 10m de profundidade, isso não significa que o primeiro irá ganhar mais, apesar de ter tido mais trabalho, ou seja, ter sido menos eficiente.
Entendido isso, desemprego baixo só pode ser consequência de uma economia saudável e não uma meta de governo.
Criar empregos públicos, determinar leis trabalhistas que impedem demissões, fortalecer sindicatos não cria riqueza para a sociedade, apenas torna o sistema menos eficiente.
Como a riqueza da sociedade é a soma da riqueza de seus indivíduos, se seus indivíduos não produzem riqueza (apesar de estarem 100% do tempo ocupados), a sociedade será pobre.
Um exemplo extremo, porém didático, é a Coréia do Norte. Não existe desemprego lá. Porém na madrugada existe uma pessoa que trabalha como semáforo, levantando seu braço para simbolizar o vermelho a abaixando no verde. Talvez essa sociedade fosse mais rica se uma lâmpada fizesse esse papel e essa pessoa estivesse dormindo no conforto da sua casa controlando os semáforos por um programa de computador.