É absolutamente impossível desenhar uma câmara de combustão que atenda com eficiência máxima ambos os combustíveis. Os engenheiros do fórum podem confirmar.
Recentemente tive contato com o primeiro carro flex da minha vida. Posso dizer que gasta mais que um outro que tem 130 HP a mais e que pesa mais de 400 kg que o flex em questão. Esse consumo é maior independente da conta e do combustível que use. Fato: flex é (bem) menos eficiente. O outro é gasolina.
Por que vivemos a ditadura dos flex ?
Alguns motivos na minha opinião:
Nossos consumidores não têm conhecimento e/ou acesso ao que existe de ponta no mundo pois as restrições de importação e carga tributária funcionam na prática como um mercado fechado nos moldes do século passado.
O preço dos combustíveis é altamente regulamentado e as regras do jogo mudam sem nenhum aviso e o flex foi uma solução tecnológica para lidar com isso.
Flex virou um logotipo emocional como a palavra ECO. Onde ele vier escrito parece estar exibindo um vantagem, pelo menos pros incautos.
Tanto é verdade que isso não pegou em nenhum outro lugar do mundo como no Brasil. Tanto é verdade que carros de luxo ou de alto desempenho sequer mencionam essa palavra. (aqui não digo dos motores à etanol puro ou metanol de stock car etc, pois são monocombustível)
O fato que quem quiser um carro pequeno ou médio terá que engolir goela abaixo um motor flex. Certamente gastará mais em consumo do que se tivesse um carro equivalente, mas monocombustível, seja só álcool, seja só gasolina.
E simplesmente para encerrar de forma mais patética, a diferença de preço entre álcool e gasolina nunca foi suficientemente significativa para para se justificar a escolha com convicção por um ou outro combustível.