Flutuação de cotas de ETFs vs. Flutuação das ações
comentada em 13/04/2015 19:37

Eu acho que quando ocorre isso, entra em cena a figura do formador de mercado, que tenta forçar a correção dessas distorções. "O formador de mercado é uma corretora que tem como função fornecer preços justos de compra e de venda durante todo o pregão. Ou seja, mesmo que o número de negócios de um determinado dia seja baixo, o investidor não terá problema em comprar ou vender a cota a um preço justo de mercado, com comodidade e rapidez." Fonte: ishares

Pelo que sei o valor de mercado, que as cotas são negociadas na bolsa é diferente do valor da cota apesar de ser "baseado" nele. O valor da cota varia de acordo com a variação das empresas que contidas na ETF e o valor negociado em mercado varia de acordo com a lei de oferta e procura do mercado. Sendo assim ao comprar uma ETF você pode comprar com ágio ou deságio em relação a valor da conta do fundo.

O formador de mercado é justamente pra evitar que esse ágio ocorra. Pode ver que a maioria dos ETFs ficam bem próximos do índice. Ficando o descolamento bem próximo do que é cobrado de taxa de gestão. Note que em ETFs com poucos negócios o valor da cota também oscila junto com o índice sem grandes ágios. O fundo XPTD ficou sem formador de mercado um tempão e apareceu um desconto de 20% no valor de mercado em relação ao valor patrimonial. Isso não ocorre com os ETFs da BlackRock e do Itaú porque têm formador de mercado. Todos andam juntinho com o índice.

Obrigado pelas respostas! Esclareceu que existe uma entidade chamada "Formador de Mercado" responsável por manter a cotação do fundo alinhada com o referido índice, minimizando os spreads. Agora minhas perguntas mudam... O que é este formador de mercado? Quando ele provê liquidez, estará comprado e vendendo as cotas do fundo e portanto será um cotista também, correto? Estou entendendo que no caso de ações ele é também um acionista da empresa também, correto? Como ele obtê as cotas inicialmente? O IPO é feito por ele? Se não, ele vai comprar no emissor para depois ir revendendo conforme o mercado pedir? Imagino que esta função não seja eterna também e algum dia o formador de mercado pare de exercer a atividade, saindo do ETF. Neste caso o que ocorre com as cotas que ele ainda possui? Imagino que não sejam poucas... ele as coloca a venda normalmente, as devolve ao emissor? Como funciona isto? Outra dúvida... Vi na instrução CVM http://www.bmfbovespa.com.br/Pdf/Instrucao_CVM_No_384.pdf que ele pode ser remunerado por alguém que o contratou. OK mas, durante o período em que ele exerce a atividade, ele poderá obter ganho de capital (ou prejuízo) com as inúmeras compras e vendas que realizar, correto? Faz sentido isto?

@czorati O ETF é diferente, porque as cotas são criadas e destruídas de acordo com necessidade. Já expliquei isso em outro tópico. Quando a força compradora é muito forte, o gestor do fundo cria cotas (comprando os ativos que compõem sua carteira) e as entrega ao formador de mercado que então as revende, pega o dinheiro da venda dessas cotas e repassa ao emissor do fundo (que usa esse dinheiro para pagar os ativos que comprou). Quando a força vendedora é muito forte, o formador de mercado compra cotas, repassa ao gestor do fundo que as destrói (vendendo os ativos que compõem essas cotas) para pagar a compra que o formador de mercado fez. O formador recebe uma comissão por esse serviço. Portanto, o ETF não funciona como FIIs, por exemplo, que possuem um número fixo de cotas. Ele cresce e diminui conforme a necessidade.