Diversificação ingênua X Diversificação por tamanho
comentada em 03/06/2015 00:04

spencer Eu penso que faz pouca diferença numa carteira de 30 FIIs (meu objetivo também). O que vai proteger de fato é o tamanho da diversificação. A diversificação ingênua é mais simples e mais prática de se manter tendo uma proteção semelhante a uma diversificação proporcional. Sim, a proteção se dá pelo tamanho da diversificação. Obviamente que os problemas causarão maior ou menor impacto na carteira principalmente pelo tamanho da carteira. Uma carteira de 10 fundos sofre sempre maior impacto do que uma de 20 ou uma de 30. Se a diversificação é proporcional e dividida em 3 ou 4 categorias a diferença de porcentagem entre o maior e o menor será pequena: uns terão cerca de 4% e outros cerca de 2,5%, por exemplo. Aliás o André aconselha que o maior seja no máximo o dobro do menor. Então numa carteira com 30 ativos nenhum deles terá mais que 5%. O que eu quero dizer é que 3,3 na diversificação ingênua ou entre 4 e 2,5 na diversificação proporcional faz pouca diferença na conta final. Acho que numa carteira grande é mais uma questão de estilo do que matemática.

Também penso numa que carteira extensa não faz muita diferença, mas eu não consigo colocar o mesmo peso pro HGRE e pro EDGA, não tem como, hehe... porém é psicológico, funcionaria numa carteira grande.

Durante muito tempo, tentei criar critérios matemáticos para definir o percentual de cada FII e de cada ação na minha carteira. Eram vários critérios e filtros, todos ponderados por outros critérios também matemáticos que, por sua vez, eram ajustados por outros critérios. No fim, descobri que, na tentativa de evitar ao máximo o subjetivismo, criei um sistema que era carregado de subjetividade. Minha sugestão é: use apenas um critério. Pode ser ABL, pode ser PL, pode ser valor de mercado, pode ser quantidade de prédios, pode ser quantidade de inquinos, etc. Ou crie três ou quatro categorias por nível de "confiança" e coloca os FIIs nela. Tudo no subjetivo mesmo. Se não tem paciência pra isso, coloca o mesmo percentual em todos e vai pra praia. Duvido que faça muita diferença no LP.

@Nod.RJ "crie três ou quatro categorias por nível de "confiança" e coloca os FIIs nela." Eu faço exatamente isso. Da lista de 20~25 FIIs alguns tiveram nota A, outros nota B, outros nota C e alguns nota D. As 20 ações a mesma coisa. Quem tem A ficou com mais %, quem tem D ficou com menos. Ano que vem a gente revisa e assim vai indo

Gostaria que a Bastter.com durasse por prazo indeterminado para compararmos as estratégias que cada um adotou há 20 ,30 anos atrás( falando especificamente de FIIs).Mas ainda prefiro ,até que se mostre ao contrário,seguir o nosso "Guru",TSDB.

Spencer Numa carteira com 39 FIIs diversificação ingênua até funciona. Mas se vc pode colocar mais peso % em FIIs maiores porque não? FIIs com 10 imóveis e 20 inquilinos deveriam ter mais peso q um FII com um imovel e 2 inquilinos por exemplo. No final coloca no TSDB e você vai seguir do mesmo jeito, então faz mais sentido maior peso em FIIs maiores. Abs Bruno.

Bruno Como eu disse acima os 6 FIIs maiores apesar de mais seguros, performaram mal, e alguns pequenos performaram muito bem, eu estava seguindo a segunda opção dos maiores com maior percentual mas neste instante, a ingênua parece ser a melhor, mais interessante, alterei o TSDB para posições equalitarias mas levará alguns anos para a carteira se adequar, pois eu não vendo nada. Vou esperar a opinião do André e de outros amigos, agradeço a todos que comentaram até agora e que virão a comentar futuro.

@mariotauma, A ideia é boa, mas acho que ninguém segue uma mesma tática por 20 ou 30 anos. Qualquer plano na vida tem três níveis, ainda que nem sempre fique tão claro. Vou dar um exemplo: - No nível Estratégico, você define um objetivo e as linhas mais importantes para isso. Na filosofia Bastter seria algo como: "Alcançar o conforto financeiro através da acumulação de valor em patrimônio de longuíssimo prazo." - No nível tático, você busca delinear os métodos que utilizará pra isso. Aqui podemos incluir a diversificação, o conceito de só vender em caso de perda de valor, a regra de rever anualmente a carteira, etc. - No nível Operacional, é o "mãos-à-obra": sentar e montar a carteira, solicitar análise do Bastter e do André, lançar tudo no TSDB, segui-lo fielmente até a próxima revisão de carteira, etc. Claro que esses níveis não são tão separados. Existe um bom nível de "degradê" entre esses pontos. Mas essa é a linha básica utilizada em muitas empresas. Certamente a Estratégia maior de acumular valor é compartilhada por todos aqui e deve se manter mais estável. Já os demais níveis tendem a ter um certo nível de flutuação. Acho extremamente improvável que alguém se mantenha 100% fiel a um conjunto de regras por 20 ou 30 anos em um mundo tão dinâmico. O principal é investir em você mesmo, o resto é consequência.

Nod.RJ,o grande "lance" é saber que renda variável...varia ou seja até os critérios de investimentos precisam ser avaliados quantitativamente de tempos em tempos.Conhecimento nunca é demais nesses casos.

Além da diversificação ingênua requerer menos esforço de acompanhamento no longo prazo a tendência é que o risco diminua. Agora se gosta de acompanhar os FIIs, com o passar do tempo a experiência vai mostrar aqueles FIIs que exigem um maior acompanhamento e talvez o investidor chegue num misto de diversificação ingênua (para aqueles FIIs padrões) com acompanhamento mais criterioso (para os outros).

Spencer Entendi o seu ponto você falou sobre valorização mesmo. Penso que isso depende também dos seus objetivos com FII. Eu por exemplo quero renda passiva com segurança, por esse motivo coloco peso maior no multi multi. Não me importa mesmo se vai subir ou não, quero a renda o mais estável possível e nesse sentido os muitos são mais seguros. Se você busca mais valorização, pesos iguais talvez aumente seu retorno de valorização. Mas não estou certo disso vide XTED. Você comentou que os menores subiram mais, mas será que isso tende a se repetir no futuro? Não estou convencido disso. Lendo e ponderando bastante ainda acho que os maiores merecem maior %. Mas obviamente cada um faz o q deixa mas confortável e segue o jogo. Abs Bruno.

Comentário geral: Bom, do meu jeito de ver são algumas várias coisas diferentes, mas que se encontram na hora de montar carteira. Primeiro número mágico: eu geralmente falo pro pessoal aproximar risco do mundo real em carteiras com 20 ou menos ativos, e paro de falar isso em mais de 20. Que eu realmente não vejo sentido em ter "poucos" FIIs com tamanhos iguais na carteira mas que no mundo real representem riscos diferentes. Com "muitos" o efeito matemático ainda continua, mas não o efeito *psicológico*. É a perdição na terra muitos FIIs com percentuais e justificativas diferentes, porque daí a tendência de furar o plano é muito mais alta. De não seguir o TSDB, e por isso perder as idas e vindas do mercado. Com número redondinho e igualitário esse defeito psicológico é bem menor. A história dos percentuais muito afastados é uma questão um pouco diferente. Que posições muito pequenas, minúsculas, na prática estão com o TSDB desligado nelas. Fora distorções. Imaginem um cara com 30 FIIs, mas 20 deles com menos de 0,5%. Não adianta nada, e provavelmente distorce a avaliação de risco. Um cara assim tem 30 FII? Sim. Ele está *tão* diversificado quanto um cara que tenha 20 FII em diversificação ingênua? Definitivamente não. O "tamanho é documento" ocorre principalmente em classes de ativos com menos representantes, shoppings principalmente. É o caso onde uns mono empreendimento não devem ser equiparados entre si. PQDP é um monstro em relação a maioria dos shoppings listados. Acontece isso também com escritório (ONEF), mas em classe que tem muitos ativos daí a história de "muitos" resolve isso. Mas interfere na questão do "fácil de verificar". Quanto menor o FII mais direto é análise. Mas também mais súbito são as coisas. Aqui entra outra história, que acompanhar não significa prever. Um falha de análise num grande e diversificado é mais provável mas quase que certamente não ruinosa. Uma falha de análise num pequeno com certeza terá um impacto enorme no seu resultado de carteira... Ainda sobre percentuais e justificativas de percentuais, o comentário do Nod.RJ é ótimo. Quanto mais "ciência" se joga para dentro da análise, mais necromancia sai. A objetividade está nos olhos de quem vê. Podemos colocar quantas decimais se queira num resultado de análise (ou de percentual de carteira), mas isso em nada se reflete no mundo real: a diferença em percentual é tão pouca em decimais a mais que diferença nenhuma faz em relação a aporte mensal (ou preço atual), e decimais a mais em futurologia só *diminui* as chances de você acertar a conta. É bonito e tal aumentar a precisão enormemente. Mas o ganho de fazer isso rapidamente desaparece no mundo real.

Agora comentários específicos: @spencer HGLG a renda real é aquela lá, de 8,7x. Ele tem com frequência rendimentos maiores por causa da gestão ativa, o que pode confundir um pouco. Mas o gestor não se compromete com os rendimentos maiores, só com o de 8,xx. Nem devemos fazer média com esses maiores, já que são por definição não recorrentes... @mariotauma Os gráficos descontados dão noção de um investimento em retrospectiva. Duro é o "em retrospectiva", que nunca é justo, e nem o "noção", que matemática é precisa de mais para aproximar resultado real... @spencer Sobre grande performar bem ou mal: supondo que pequenos foram melhor que grandes, começar igualitário daria mais retorno na sua carteira. Cuidado só com análise curta ou de pé trocado. Ex: BRCR deu revisional para baixo e andou subindo esses tempos, ALMI não. Ou PRSV/XTED, para dar um exemplo mais extremo. Que o performar bem/mal é para cima, mas para baixo também. Outro jeito de ver a questão é que os grandes, por terem beta menor em relação a pequenos, se em percentuais iguais, daí TSDB vai menos operar com eles. Daí entra uma outra questão: se és indiferente a variação de preços e até *prefere* que a renda variável mais varie, diversificação ingênua *consistentemente* vai ser melhor que outras análises mais elaboradas. Se és mais avesso a variação, os grandes em posições maiores frequentemente vão fazer sua carteira variar menos que mercado, o que vai causar menos angústia com carteira andando. Mas se está olhando para performance em preço, daí vou te dizer que 2011~2015 não foi nada normal, em nenhuma direção. Análise em cima desse período é castelo construído sobre areia.

Tento seguir a filosofia deste site que é simplificar o máximo No momento tenho 20 FIIs e criei números cabalísticos 6,50% para multi multi 4,50% para mono mult 3,50% para mono mono Esses números foram criados sem fundamento ou cálculo algum, e só servem para me sentir seguro com a minha carteira se eu aumentar minha carteira para 30, muito provavelmente a tendência vai ser dos extremos se aproximarem Uso a diversificação para me acalmar no lado psicológico perante a grandes variações, que ao meu ver, e de acordo com o que eu tenho concluído com meus estudos, é o que mais prejudica o pequeno investidor na minha opinião, usar análises profundas e cálculos para concluir que um FII deve ter 8,3025% e outro 3,1542% não garantem nada num carteira bem diversificada e geram mais stress e trabalho.

Obrigado a todos que comentaram. Muito bom contar com o fórum e os chats. @André como sempre genial. Um pergunta qual seria em período razoável para estudar 2008-2015? Ou ainda não temos tempo suficiente para esta avaliação.

Para análises de longo prazo, quanto mais prazo melhor, incluindo os períodos atípicos. Mas se quiser pegar um mercado "normal", ou pelo um mercado que se parece com o atual, pegue para estudar 2005~2009. Tem a diferença de não ter isenção, porém tem outras características de agora: liquidez menor, SELIC em cima, descolada.