Fiz o meu.
Peguei o celular sobre a mesa do café e para passar o tempo entrei no facebook. Tinha lá um teste de inteligência emocional. Sempre fui curioso para conhecer minha pontuação, este de 0 a 150. Interessei-me.
Respondia as questões com rapidez, conforme a orientação. Coisas fáceis tipo: o que admira numa pessoa? O que aprecia numa nova amizade?...Vencia com facilidade as questões quando me deparei com uma: "você tem algum trauma"? Se sim o que o incomoda nos hábitos das outras pessoas?
Aquilo me perturbou. Sobre as manias dos outros?! Isto não me interessa, tenha paciência!
Irritei-me com a inquisição. Bati o celular na mesa, parou de funcionar, joguei-o pela janela, escutei o espatifar, perdi o apetite, fui pro quarto, troquei-me, apanhei a carteira e ao lado dela estava o MEU celular. Somente então que percebi que o outro aparelho sobre a mesa era o da minha senhoura. Passei a mão na testa, fechei os olhos, três segundos para colocar a cabeça em ordem.
Retorno pra sala e ela pede: "queridinho, liga pro meu celular que eu não o encontro". Chama-me de queridinho quando aprontou alguma...
Retruquei que não tinha tempo, sempre atrasado, reclamei, que fosse mais cuidadosa com suas coisas.
Entrei no carro, ainda vi uns circuitos eletrônicos de celular quebrados no quintal - deve ser coisa do meu filho que tem a mania de desmontar tudo - e me mandei às pressas ao trabalho.
Perdi tempo com esse teste idiota. Pior que nem soube a minha nota. Mas nem precisava dessa avaliação por alguma máquina, com certeza, sou do tipo que, emocionalmente, está acima da média.