Muita gente que entra na bolsa acaba lendo muitas coisas sobre P/L e fica vidrado nesse dado. Vejam, o que importa em uma empresa é sua capacidade de gerar lucro e assim valor para o acionista, então porque ficar vidrado em um dado que cai pela metade caso o lucro dobre de um ano para o outro ou duplica caso o lucro caia pela metade?
Para Peter Lynch o que mais importa não é o P/L isoladamente, mas sim a taxa de crescimento comparada com o P/L. Caso você é aficionado por P/L repare no que as empresas abaixo tem em comum:
AMBEV - P/L 24
DROGAS RAIA - P/L 67
BRFOODS - P/L 24
Você acha essas empresas caras? Eu não acho. Você acha esses P/L altos? Eu não acho e vou mostrar abaixo o porque:
AMBEV - Taxa de crescimento dos lucros nos últimos dois trimestres (sempre é bom considerar mais trimestres e anos mas isso é um exemplo) 16% com um P/L de 24 num ano de crise.
DROGAS RAIA - Taxa de crescimento dos lucros nos últimos dois trimestres 91%. P/L 67.
BRFOODS - Taxa de crescimento dos lucros nos últimos dois trimestres 42%. P/L 24.
Os dados acima mostram que o P/L dessas empresas está alto por um motivo, eles estão entregando lucros com crescimentos extraordinários.
Sobre o P/VPA muita gente também cai nessa de analisar o dado isoladamente. Primeiro é importante separar o que a empresa diz ser o patrimônio e quanto verdadeiramente vale aquele patrimônio ao ser liquidado.
Por exemplo: Uma empresa pode ter um P/VPA de 0,5 e você achar super barata, porém o que aconteceria se na hora que o patrimônio dessa empresa fosse liquidado apenas se conseguisse vender por 25% do valor anunciado como sendo o patrimônio? Você sabia que até o Warren Buffett já se ferrou em uma dessa?
Muito melhor escolher uma empresa com P/VPA de 13 e que os lucros só crescem e tem uma dívida e caixa controlados (CIELO) do que uma empresa que tem P/VPA de 0,12 possui lucros que não param de cair e é mal administrada (ELETROBRAS).
Não quero indicar compra de nenhuma ação, elas foram usadas apenas para exemplo.