Ao analisar a dívida de empresas internacionais, precisamos cruzar os dados de:
a) disponibilidade de Caixa;
b) EBITDA;
c) Tamanho da dívida de curto e longo prazo;
d) Procurar no Annual Report (Control + F "Average Interest") a média da Taxa de Juros da dívida, tanto de curto prazo, quanto de longo prazo.
O "a", "b" e "c" já estamos acostumados a realizar. Mas a inclusão do "d" merece uma explicação.
Estamos acostumados com taxas de juros elevados no Brasil. Criamos uma espécie de repulsa a dívida, principalmente aquelas consideradas vultuosas. Essa repulsa é historicamente e devidamente justificada.
Agora faço o parenteses das companhias estrangeiras. Por exemplo, vamos pegar o Annual Report real de uma famosa companhia da NYSE, no qual pela política do site não divulgarei o nome.
a) Dívida Curto Prazo: $ 12 Bilhões
b) Dívida Longo Prazo: $ 18 Bilhões
c) Caixa: $ 11,5 Bilhões
d) EBITDA: $ 15,5 Bilhões
O EBITDA paga a dívida total tranquilamente em menos de 2 anos. Além do mais, o Caixa é considerável para fazer frente. Ou seja, situação de dívida controlada.
"Mas e a taxa de juros será que não pode descambar tudo isso?" Esse é o pensamento de todo investidor brasileiro. Então vamos lá.
Pegamos o Average Interest no Annual Report:
a) Curto Prazo: 0,3% ao ano
b) Longo Prazo: 3,2% ao ano
Isso dá uma tranquilidade extra ao investidor, pois percebe que o retorno das atividades produtivas da empresa pode ser facilmente superior à taxa de juros.
Uma coisa é retornar acima desses 3%. Outra é acima de 20%, como nós brasileiros bem sabemos...
Mais um dado para o investidor que quer diversificar internacionalmente, evitar surpresas desagradáveis e dormir mais tranquilo.