Ontem fui a uma reunião com colegas de profissão e vi o quanto o mindset + reserva de emergência no acúmulo de patrimônio em valor nos torna diferentes.
O motivo da reunião? Atraso do nosso pagamento do mês. Temos aproximadamente a mesma faixa salarial.
Éramos 4, quem chamarei a partir de agora de X, Y, Z e EU.
X: -Isso é um absurdo! Como podem fazer isso? Se o dinheiro não cair até terça vou entrar no cheque especial! [X é casado, 39 anos, 1 filho de 5 anos cujo aniversário, ao estilo Halloween, foi nessa mesma noite e foram gastos R$10 mil];
Y: -Pois é! Tenho que pagar a mensalidade do meu carro [um 4x4, na metade do financiamento] e vou ter que atrasar o cruzeiro planejado pro final do ano! [Y é solteira, 29 anos, mora de aluguel];
Z: -E eu tenho que pagar a pensão e a mensalidade da escola do meu 1º filho [esse filho é do 1º casamento e está fazendo medicina em faculdade particular. Pensão + mensalidade somam R$10 mil. Z tem 51 anos e está no 3º casamento e tem outros 2 filhos com a esposa atual].
EU: -Isso é inconveniente, mas eu estou tranquilo. Tenho uma reserva de emergência e isso não vai me trazer nenhum aperto. [EU tenho 27 anos, formado há 3,5 anos, conheci a Bastter.com por pura sorte conversando com um residente da faculdade, pouco antes de adquirir o diploma. Solteiro, morava com os pais até 3 meses atrás].
Adiantei um pouco mais a conversa e Z me perguntou: "como tá teu rendimento em ações nessa crise?" Resolvi parar por aí e me despedir dos colegas.
X, Y e Z não têm reserva de emergência. Patrimônios: X tem letras do tesouro que correspondem a 4 meses de salário. E só. Z tem um terreno avaliado em R$200k, improdutivo. Y não tem ativos. Y me olhou com uma cara estranha quando falei sobre reserva de emergência. É do tipo "acaba grana, mês ainda tem". Ao final da reunião, nos despedimos de X e fomos rumo aos nossos carros. Y e Z para suas picapes diesel 4x4 e eu pro meu compacto 1.0 comprado em 2010.
Aqui não defendo o estilo Tio Patinhas, mas sim a gastar com sabedoria o suado dinheiro do trabalho. Ser solteiro, sem filhos e até pouco tempo ter morado com os pais ajuda, mas não são tão importantes quanto o estilo de vida frugal. Vou trocar de carro no início de 2016 por questão SEGURANÇA unicamente (7 airbags, ESC, nota máxima pelas instituições avaliadoras) e passei a morar de aluguel por estar iniciando uma vida a dois.