O Globo - 06/06/2016
A ação coletiva que investidores brasileiros e estrangeiros estão movendo na Corte de Nova York contra a Petrobras pode levar a uma indenização superior à do escândalo da Enron — maior falência da História econômica dos Estados Unidos e que resultou numa reparação de US$ 7,2 bilhões. Única brasileira entre os peritos que acompanham a ação coletiva (class action), a advogada Érica Gorga afirma que foi a partir de informações reveladas pela Lava-Jato que acionistas que compraram papéis da estatal fora do Brasil, entre 2010 e 2014, uniram-se para tentar reaver as perdas com a depreciação das ações na Bolsa de Nova York.
Proposta na Corte de NY em 8 de dezembro de 2014, a class action se baseia na lei que regula o mercado de títulos imobiliários americano.
IRONIA DO JUIZ
Segundo Érica, que acompanhou a audiência na justiça americana, na qual o juiz responsável pelo caso, Jed Rakoff, considerou que o processo deveria prosseguir, o caso está na fase de estimativas de indenização, cobrada sobretudo pela perda do valor das ações na Bolsa de Valores de Nova York .
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— Ele falou que achava muito estranho esse conceito no Brasil de que corrupção tem um teto, como se tivesse uma margem fixa de valor. E fez uma ironia ao questionar os 3% de propina. "Quer dizer que quando chegavam aos 3% os corruptos viravam para o lado e tocavam um sino?" Ele achou curioso esse critério matemático.
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O julgamento está marcado para o dia 19 de setembro deste ano