Não pagar crescimento em empresas de crescimento
comentada em 12/06/2016 17:45

@everaldojau95 Como leigo, nesse caso concreto dá para ver isso na PEGY. É o que posso dizer, pois não tenho muita experiência em empresas de crescimento. É um estudo de precificação. Tem que olhar como um todo. Entendo que tem que observar CAGR junto o P/L. A análise é bem subjetiva e variará de acordo com o modelo de negócios da empresa. Vamos aguardar o pessoal te ajudar aí.

@everaldojau95 Se parar de crescer o lucro a cotação dará uma descontada violenta pra baixo . Para quem acredita do modelo de negócios da empresa e quer ser sócio sem prazo isso não fará diferença no longo prazo (acima de 15,20 anos).Se vc tiver duvidas procure olhar gráficos descontados de empresa com lucros consistentes . No caso da RADL é impossível crescer os lucros a essa taxa absurda (no Brasil)mas não significa que a empresa se tornará ruim ela pode crescer menos epagar mais dividendos ,o importante é ela gerar caixa e produzir lucros o maior tempo posível de anos.

Será que sou apenas eu que acha essas coisas complicadas? :(

Eu, particularmente, não me sinto confortável em pagar 55 anos de lucro líquido da empresa. Nem tanto pelo P/L em si, mas por achar essa taxa de crescimento insustentável. Nesse ritmo, ela acabaria dominando o mundo em alguns anos. Se a taxa de crescimento fosse factível e sustentável, aí o P/L seria sempre alto mesmo. Eventualmente, ele vai cair quando a empresa começar a crescer menos. Como não tenho condições de analisar isso, e tenho plena convicção de que posso estar falando bobagem, fico no básico =)

Mas a minha dúvida seria como analisar se estou pagando o crescimento ou recebendo o crescimento? Como o @mille analisa isso ? Vai acompanhando trimestre a trimestre a produtividade da empresa? Onde e o que avalio para definir se estou pagando o crescimento?

Everaldo, Penso que para "receber o crescimento", você tem que pagar um P/L menor que a taxa de crescimento do LL. Acredito que seja isso.

em teoria seria pelo PEGY; mas na prática realmente é bem complicado. A primeira empresa que me vem à cabeça é a Hering, teve um crescimento absurdo após o controle da dívida e depois gradativamente foi desacelerando- e a cotação acompanhou isso.

Na ótica de vcs, essas empresas de varejo de alto crescimento servem para trade de valor? Quando o crescimento diminuir (já que a empresa não vai dominar o mundo), é pra sair?

Tinha lido no livro do peter lynch algo sobre: caso o P/l de uma empresa seja metade da taxa de crescimento é um ótimo investimento. P/L muito alto com uma taxa de crescimento que não se sustente não tem outro destino a não ser a queda na cotação. Acho que cabe ai analisar se ela pode continuar a crescer neste padrão sempre.

@OdranoelGeyer, Vou dar minha opiniao (lembrando que sou apenas um idiota) em teoria acho que poderia se fazer isso pelo acompanhamento do SSS e do EBITDA; a principal dificuldade (pelo menos para mim) é diferenciar no período de retração da economia se a queda desses parametros (praticamente todas de varejo nos últimos 4 anos tiveram queda das vendas em maior ou menor grau) é momentânea (pela retração econômica geral) ou se é específica da empresa. Eu particularmente deixo uma porção bem pequena mesmo do patrimonio em empresas de crescimento de varejo pois acho bem difícil esse acompanhamento, e a maioria das empresas de crescimento já são bem precificadas (um exercício legal é ver o histórico da Hering; pensando em trade de valor essa variação é bem mais difícil de acompanhar de que por exemplo a Vale/Bradespar que basicamente o driver é preço do minerio de ferro) No livro do Charles Mizhari (Monte uma Carteira Vencedora) fala-se bem sobre vantagem competitiva (força da marca, "troca difícil", custo de prod baixa, exclusividade do produto, durabilidade da vantagem) apesar de não serem conceitos específicos de trade de valor, me ajudaram bastante na avaliação/acompanhamento de empresas de varejo.

@cyrohc, obrigado pela resposta. Acredito que o trabalho que dá em fazer uma análise desse tipo não compensa os ganhos obtidos mesmo. E o livro o Chales está na minha lista de leitura sobre investimentos, vou dar uma olhada.

Aprendi que tem que timar cuidado com P/L, uma vez que o patrimônio via de regra está distorcido da realidade.