Não há como ganhar dinheiro sem a "conversa de jogar fora".
Você pode ser um ganhador, esportista, bom marido, sócio ou protestador do cotidiano. Você tem que ter a "conversa de jogar fora", e nisto sou especialista,se quiser sobreviver. Conversa com seu pai, irmão, melhor amigo ou aqui no bastter. Mas deve extravasar.
Sou um contista, meu filho (12) perguntou-me o que era um conto.
- Conto é semelhante a uma mágica. Você sabe que é impossível alguém cortar ao meio outra pessoa, mas acredita até o fim que é a verdade. Pois o conto é assim. O dom é que acreditem ser verossímil, igual como aconteceu comigo e ninguém acreditou: eu vi um Boeing parado no ar! Paradinho mesmo, sem se mexer e as pessoas dentro dele.
- Ahh, duvido, parado no ar? Ele cairia? - diz.
E completo.
- Até que abriram as portas e desceram, calmamente. Estacionado na pista, envolto no ar liberavam os passageiros.
E meu filho me perguntou:
- Claro, estava no ar, no chão - concluiu.
- Sim, esta é a arte do conto, a supressão, a indução que seus neurais ultrapassem os raciocínios lógicos, igual ao investidor da bolsa que acreditam que os números são verdadeiros. Mas o virtuoso percebe o que há por trás, o q deveria ser dito é não o é. Estuda muito é sabe, tecnicamente, concluir quais são as falta das supressões.
- Hã? - diz meu filho.
- Na bolsa o ganhador é aquele que supre as informações desconhecidas com o seu conhecimento. Que tem o dom heurístico, enxerga o todo, estuda como nunca e é sortudo. A bolsa não é lugar de futuristas, mas de destinistas - expliquei ao meu filho (12) que faz 8 gols em time com jogadores de 8.
- Você é o grande goleador da escola, dizem que é o melhor volante, não deixa menos de 3 gols por partida, mas nunca o vi jogar contra quem tem mais de 12 anos.
- Papaiê, eu quero é fazer gols, o resto é o resto.
Meu filho é contista, também.
(detalhe, é o segundo melhor jogador da escola, o primeiro é o Flash, um menino de 9 anos, filho e neto de jogadores profissionais)