BILIONÁRIO GOSTA MAIS DE GANHAR DO QUE DE GASTAR!
“O verdadeiro prazer está em construir, não em ter.”
GEORGE JOSEPH, bilionário que afirma usar
os mesmos ternos há mais de 25 anos.
Pergunte-se: o que você faria se acumulasse 1 bilhão de dólares? Você iria à praia, colocaria os pés para cima e viveria à sombra de um coqueiro? Se a resposta for: “com 1 bilhão de dólares no bolso, eu nunca mais trabalharia!”, desculpe, mas desista de se tornar bilionário. Não é a acumulação de capital o que realmente motiva os bilionários!
Torrando 100 mil dólares por dia, sem comprar nenhum ativo que tenha algum valor duradouro (participação em empresas, imóveis, carros, lanchas etc.), você vai gastar 3 milhões de dólares por mês ou 36 milhões de dólares por ano. Ou seja, nesse ritmo, em aproximadamente 30 anos a fortuna de 1 bilhão de dólares seria desperdiçada. Com 500 milhões de dólares, você pode gastar 50 mil dólares por dia durante 30 anos. Os ricos motivados apenas por dinheiro geralmente são capazes de fazer estas contas, então decidem parar de trabalhar antes de se tornarem bilionários para se dedicar integralmente a gastar sua fortuna.
Um executivo do mercado financeiro revelou à revista Exame em 1998: “Para Jorge Paulo [Lemann] trabalho é diversão… Ele não trabalha pela chegada, mas pela viagem”. Naquela época, a fortuna do suíço-brasileiro, que hoje é o homem mais rico do Brasil e da Suíça, ainda era uma fração de sua fortuna na lista de bilionários de 2014: 19,7 bilhões de dólares. Se você não sente prazer nos esforços do dia a dia e conta as horas para a chegada do fim de semana, é melhor rever sua atividade profissional, pois claramente não é assim que a maioria dos bilionários alcança o topo. Se a sua motivação é enriquecer para deixar de trabalhar, há grandes chances de que você esteja na estrada errada. Segue a dica de Dee Hock, fundador da empresa de cartões de crédito Visa: “Dinheiro não motiva nem as melhores pessoas, nem o melhor nas pessoas”.
Não há atalhos para o sucesso. Malcom Gladwell, autor de diversos best-sellers, entre eles Fora de Série – Outliers que explica porque para ter sucesso é preciso se dedicar de corpo e alma durante anos ao mesmo projeto. A tese central do delicioso livro de Gladwell é de que, para chegar ao topo em qualquer área, são necessárias no mínimo 10 mil horas de alta dedicação em um determinado tipo de trabalho. Para chegar a essa conclusão, Gladwell estudou a vida de diversas pessoas que chegaram ao topo de suas profissões. O autor afirma que os bilionários Bill Gates e Paul Allen, cofundadores da Microsoft, estudavam em um colégio elitista que já providenciava acesso a computadores em uma época que pouquíssimas universidades no mundo tinham as tais máquinas. Ainda adolescente, Bill Gates costumava acordar no meio da madrugada, pular a janela da casa de seus pais e correr para o colégio para passar tempo no computador. O homem mais rico do mundo só chegou ao topo por ter passado mais de 10 mil horas desenvolvendo softwares, em um período em que poucos tinham acesso a computadores. Após a agradável leitura dessa obra, será difícil não condenar à morte os conceitos de que o que leva as pessoas ao topo é algum tipo de dom ou talento natural.
Outro exemplo que reforça a teoria das 10 mil horas de trabalho: os Beatles. Em 1960, enquanto ainda eram uma banda de rock desconhecida e composta de adolescentes no ensino médio, os Beatles foram para Hamburgo, na Alemanha, para tocar nos bares locais. O grupo era mal pago, a acústica era terrível e o público-alvo constantemente mostrava-se insatisfeito. Então, como os Beatles lucraram com a experiência em Hamburgo? Acumulando horas de trabalho! À medida que o grupo melhorava suas habilidades, o público exigia mais apresentações e mais tempo de palco. Segundo Gladwell, em 1962, eles já estavam tocando 8 horas por noite, 7 noites por semana; em 1964, ano em que o grupo estourou no cenário internacional, os Beatles já tinham realizado mais de 1.200 concertos. Para comparar, a maioria das bandas de hoje não se apresenta 1.200 vezes em toda a sua carreira. Repito: não há atalhos! Durante dois anos, os Beatles tocaram 8 horas por noite, 7 dias por semana!
Será mais fácil chegar ao topo se você trabalhar com algo que goste de fazer. Se você estiver tão enamorado com a sua profissão que tenha dificuldade em fazer alguma outra coisa, será mais fácil acumular as tais 10 mil horas. Durante um discurso de formatura na Universidade de Stanford, em 2005, o bilionário Steve Jobs, fundador da Apple, disse: “Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu iria querer fazer o que estou prestes a fazer hoje? Se a resposta for ‘não’ por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar algo”. Vou colocar dessa forma: se o seu compromisso com a sua paixão termina todos os dias úteis às 5 da tarde, você vai ter dificuldade em acompanhar os competidores que encontram verdadeiro prazer em suas atividades profissionais.
Não apenas a plena dedicação ao trabalho, mas também a aversão aos gastos frívolos são pontos em comum entre a grande maioria dos bilionários. O bilionário brasileiro Marcel Telles, sócio do homem mais rico do Brasil e um dos donos do Burger King, Heinz Ketchup, cerveja Brahma, Budweiser e muitas outras marcas, é conhecido pela seguinte máxima: “custos são como unhas, temos de cortar sempre e, se não cortarmos, não vão parar de crescer”. Os bilionários respeitam cada dólar que têm nas suas contas e carteiras. O dinheiro pode até ter sido o Deus elegido por muitos bilionários, mas eles não mostram sua adoração pagando muito caro por qualquer produto ou serviço simplesmente por terem os fundos disponíveis. Bilionário mostra sua adoração acumulando, não gastando. Em contrapartida, há muita gente que está longe dos bilhões, mas gosta de ostentar e parece até ter certo prazer em mostrar aquilo que logrou adquirir, mesmo que para manter o item, símbolo da ostentação, precise deixar um saldo bancário beirando o negativo. Essa irresponsabilidade com o dinheiro não é um traço comum entre os bilionários.
O segundo americano mais rico, Warren Buffett, é notório por seu estilo de vida simples, apesar de sua fortuna pessoal ter chegado a mais de 65 bilhões de dólares em 2014. Ao analisar o estilo de vida do ricaço, cairá por terra o estereótipo de que bilionário passa o dia bebericando champanhe e degustando caviar em sua mansão cinematográfica com pias de ouro nos banheiros e corredores cobertos por mármore. Lembre-se: a absoluta maioria dos bilionários passa a maior parte dos seus dias trabalhando!