Por indicação do @senesino , to lendo esse livro. Espetacular, um detalhamento da visão da Morningstar acerca do "fosso econômico" de Buffet.
O livro é um pouco antigo e, quando estou lendo, faço paralelo com as coisas como estão hoje em dia. Um determinado trecho me colocou pensando. Nesse trecho, o autor fala sobre uma grande vantagem competitiva de bancos, que seria "switching costs": um cliente tem dificuldades de trocar de banco, então permanece por um bom tempo no banco onde abriu conta, mesmo encontrando retornos e tarifas melhores em outros bancos.
Eu me pus a pensar em como, hoje, não faz tanto sentido falar nesses switching costs para bancos. É muito fácil abrir conta em outro banco, pelo menos no Brasil. Há bancos que permitem abrir conta de forma completamente online (dos bancos grandes, o Itaú, por exemplo). Ou seja, esse fosso econômico, se existiu no passado, está enfraquecido ou deixou de existir.
Minha conclusão é que a ideia de fosso econômico não deve ser uma análise para o futuro, mas uma análise exclusivamente do presente. Quer dizer, é uma análise do que, hoje, parecer ser uma excepcional vantagem competitiva da empresa, que, em tese, espera-se, no futuro, constituir uma barreira à competição.
E, por isso mesmo, é uma coisa dinâmica, você tem que reavaliar periodicamente se a vantagem permanece ou se ficou desatualizada (por novas tecnologias, por exemplo).
Recomendo o livro, ele tem muita coisa boa, inclusive pra desmistificar algumas ideias (que eu particularmente e equivocadamente tinha) sobre vantagens competitivas. Por exemplo, a de que marca forte é sempre um fosso econômico (nem sempre).