Todo investimento em Renda Fixa é um empréstimo. Pode ser a um banco (CDB, LCI, LCA), pode ser a uma empresa (debêntures), pode ser a um governo (títulos públicos). Então o investidor nunca pode esquecer do risco de problemas nesse empréstimo.
Essa semana, estava estudando o caso das debêntures da Rodovia Tietê (RDVT11):
- Foram emitidas em 2013.
- Nos três anos anteriores, a empresa só teve prejuízo, as dívidas eram cada vez maiores, e todo o lucro operacional estava sendo comido com pagamento de juros.
- Mesmo assim, muita gente adquiriu essas debêntures. Ou seja, quiseram emprestar dinheiro para essa empresa.
- De lá pra cá, os números só continuaram piorando: prejuízo aumentando, dívida aumentando, lucro operacional nem consegue pagar os juros das dívidas, etc.
- Agora a empresa está convocando uma assembleia de debenturistas para informar que precisa alongar os prazos de pagamento, de 2028 para 2036, que quer pagar uma taxa de juros mais barata, e que quer carência até 2019 para começar a pagar.
- E tem muita gente revoltada e reclamando por aí que isso é um absurdo, que é incabível, que é palhaçada, que foram enganados, etc...
- Pra mim, ninguém foi enganado. No máximo, quiseram se enganar. Os números sempre estiveram lá: emprestaram para quem não demonstrava condições de pagar e acharam que o dinheiro ia cair do céu.
Todo investimento tem seus riscos. Se você analisou um investimento e não encontrou nenhum risco, não invista: seus estudos estão errados. Volte a estudar até entender.