Doria intermediando Silvio Santos vs Zé Celso
comentada em 08/02/2018 13:06

Caricato. Um terreno baldio, com dono, que é um dos maiores empreendedores que o país já teve, tendo que discutir com um velho maluco, que não quer sombra em seu teatro (q na verdade não é seu)
Proposta do cara: Sílvio me dá o terreno, já que vc é rico e não precisa dele; e prefeito, me dá o dinheiro para fazermos um parque com tendas para a cultura.
Bah, muita psicopatia nessa reunião.
Fez me lembrar da orla do guaíba em Porto Alegre.

O pior é que, só por ter postergado o usufruto dos terrenos pelo seu proprietário, o Tonho-da-Lua saiu vencendo.

Esse Zé Celso é louco, mas tá longe de ser burro!

Interessante observar como as pessoas encaram o dinheiro de formas diferentes. O Silvio não quer nem pensar em "devolver" algo para a cidade em que vive, nem avalia a possibilidade de implantar uma iniciativa de baixo custo que ocuparia o terreno vago e impediria invasões, já o Warren Buffett (4 posts abaixo) doou toda sua fortuna para entidades de caridade dizendo que devemos devolver tudo o que ganhamos na vida e não usamos. Duas visões opostas de um mesmo mundo.
As atitudes revelam o caráter das pessoas.

Situações bem diferentes. O Silvio não usa porque não o autorizaram a usar. O erro está no Estado e no louco de impedirem o proprietário de um terreno de o usar como bem entender.

O baixíssimo respeito à propriedade privada e ao livre contrato é uma das maiores tragédias brasileiras.

Três grupos com objetivos e "línguas" totalmente diferentes, chance zero de chegarem a um acordo.E no final o maior prejudicado continua sendo o dono do imóvel. Surreal e triste.

Eu moro na Bela Vista há muitos anos, o bairro em que está localizado o Teatro Oficina. O bairro ganharia muito com a criação de uma praça com um bom projeto arquitetônico. A cidade ganharia muito mais que o Zé Celso ou quem quer que seja. O bairro não precisa de mais um conjunto comercial ou habitacional. Sou a favor da propriedade privada e pela contenção do apetite voraz do Estado, mas neste caso penso como o @flaviobruno. Silvio Santos poderia deixar esse presente à cidade que muito lhe deu, teria o seu nome sempre lembrado como benemérito. O contraste com os milionários americanos, passados e presentes, é gritante.

Com todo o respeito aos colegas que discordam, não faz sentido uma propriedade ser privada se o proprietário não tiver a prerrogativa (exclusiva) de dar a ela o destino que bem quiser.

Essa ideia de que pessoas ricas tem uma espécie de dever moral de partilhar sua propriedade, enquanto pobres não, não é mais que uma forma velada de autoritarismo.

Silvio Santos não enriqueceu graças à sociedade. Ele apenas soube explorar uma característica do nosso sistema econômico, que lhe é precedente, para acumular patrimônio. A sociedade não lhe deu nada e, se deu, deu o mesmo que a todos os demais!

Se não estamos dispostos a entender que o direito à propriedade é um princípio, e não uma arbitrariedade — e, portanto, isonômico — não temos condições de viver em liberdade — porque liberdade implica respeitar a autonomia do outro como a própria!

Esse é o grande absurdo do Zé Celso: tentar coletivizar uma decisão individual através do Estado.

Tentar diminiu o caráter de um indíviduo por meramente buscar o gozo de um direito fundamental, é tentar exercer sobre ele uma autoridade que não se tem.

Abraço.

@jjllsp94

"Eu moro na Bela Vista há muitos anos, o bairro em que está localizado o Teatro Oficina. O bairro ganharia muito com a criação de uma praça"

Simples: reúna um crowdfunding com os moradores para comprar o terreno do Sílvio e construir tal praça.

Nenhum multimilionário americano simplesmente doa um terreno sobre o qual ele tem interesses comerciais. O que normalmente fazem é criar uma fundação, essa fundação vai ter um endowment e gastar apenas os proventos daquilo (perpetuidade). E vão ajudar quem realmente precisa (miseráveis, pesquisas contra doenças, universidades e geração de conhecimento, etc), não fazer praça em um bairro cuja renda per capita é 2x maior que a média da cidade...

Outra coisa: os tributos sufocantes que temos no Brasil reduzem muito possibilidades de doação. Antigamente os hospitais de caridade viviam de doações, com folgas, época de impostos menores. Hoje as doações são muito pequenas e o dinheiro do SUS é uma merreca, estão fechando/quebrando no país inteiro (os que sobrevivem é por passar a atender planos de saúde e particular para gerar $$$).

Algo que ainda não mencionaram: o projeto arquitetônico do Teatro Oficina é tombado pelo Iphan e protegido por órgãos estaduais e municipais de defesa do patrimônio histórico, projeto este que inclui grandes janelas com vista da cidade que podem ser inclusive utilizadas nas peças.

A grande questão da briga é que a construção de prédios nos terrenos em frente às janelas descaracterizaria o projeto arquitetônico. Portanto, ao contrário do que diz muita gente por aí, não se trata de "um velho comunista querendo terrenos de graça", ele só quer que a lei seja respeitada.

Agora, se acham que a lei é errada, que o direito à propriedade privada deveria prevalecer acima de tudo, aí é outra história.

Sobre esse ponto da utilização da propriedade privada pelos mais abastados, minha visão é a de que existe uma confusão.

Eu sou da opinião de que é imoral exigir juridicamente a alguém (ou seja, forçar essa pessoa) que disponha de seu patrimônio dessa ou daquela maneira.

Mas eu considero perfeitamente válido que haja uma pressão moral, uma pressão difusa, uma admoestação para a caridade. Considero que ajudar os mais necessitados é um dever moral. Mas apenas moral, não jurídico. Não existe caridade forçada, ela precisa ser espontânea, nascer livremente da consciência dos indivíduos.

A confusão reside nisso, as pessoas percebem (com razão) que é bom (ético, moral) que uma pessoa abastada ajude quem precisa (o que, obviamente, não inclui Zé Celso, diga-se de passagem). E aí elas passam pra conclusão de que, portanto, é justo que o Estado intervenha pra garantir isso (através de artifícios como, por exemplo, "função social da propriedade").

Isso é errado, o Direito é apenas um ramo da Ética e não a esgota. Nem tudo que é justo deve ser imposto pelo Direito, sob pena de provocar outros injustos. O papel do Direito é apenas criar um ambiente seguro para a população poder conviver e, ela mesma, através de sua cultura e desenvolvimento civilizatório e moral, cultivar um mundo justo (ou injusto).

Sempre que o Estado intervém para executar a justiça distributiva, corre o risco de provocar graves distorções no mundo. A justiça do Estado é a retributiva, é a de punir os infratores. Não é função dele distribuir bens entre as pessoas.

@RRulio

O que você está dizendo não tem absolutamente nenhum sentido. Não existe apropriação original sobre "vista da cidade". Se o teatro é tombado as restrições devem se limitar à área efetivamente tombada. O que você está propondo é patrimonialmente equivalente a "tombar o terreno baldio" do Sílvio.

Senão os moradores do primeiro prédio de uma região poderiam tentar embargar qualquer outro prédio em volta. Afinal irá "descaracterizar o empreendimento". Ou processar a construtora, pois "descaracterizou o produto" ou qualquer coisa assim.

E sim, as leis de "tombamento" são absolutamente ridículas, são a destruição completa do direito à propriedade. Mesmo pessoas que QUEREM PRESERVAR o imóvel em seu conceito original simplesmente se ferram com tombamento pois vão se afogar em exigências, burocracias e demora, quando for autorizada uma reforma já tem que fazer 10, qualquer um desiste rápido. E QUALQUER PESSOA sensata que não quer ver seu patrimônio destruído, se sabe que qualquer funça ou político está pensando em tombar o imóvel dele vai NA HORA descaracterizar a fachada para destruir o "valor cultural" e evitar a brutal perda patrimonial quase confiscatória que um tombamento significa (e tem vários casos reais nesse sentido).

@RRulio, acho que há uma sutileza no vídeo que não foi percebida.

Antes, um esclarecimento: o artigo 18 do decreto-lei do Iphan sobre património histórico ou artístico é claro quando diz o seguinte:

"Sem prévea autotização (...) não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade (...)".

Ou seja, cabe ao próprio orgão de proteção do patrimônio definir o que pode ou não ser construído nas adjascências e, em momento algum, foi sugerido pelo Silvio a violação dessa prerrogativa do Estado.

A sutileza é: Silvio Santos deixa claro que, dada a própria prerrogativa do Ipjam, que limota a construção, ele mesmo não tem interesse em construir algo ali. Ele quer, apenas, ter acesso ao valor dos terrenos, ou à sua exploração comercial na forma da lei.

Já o Zé Celso quer que o Estado (na figira da prefeitura) lhe forneça os terrenos para implentar seu projeto de parque e tendas artísticas.

Ou seja, a questão é, sim, "um velho comunista querendo terrenos de graça".

Não posso falar pelos meus colegas, mas, se acha que sou alguma espécie de " fanático da propriedade privada", posso te afirmar que não é o caso. rs

Abraço.

A pergunta nesse caso deve ser: - Quem é
Jhon Galt?

Chega a ser patético. O cara quer construir Tendas Artísticas no terreno do Silvio Santos com o dinheiro da Prefeitura e o argumento é que ele está lutando pelo bem social e que, segundo ele, a cidade já tem muito concreto.
Vou invadir os terrenos das construtoras aqui em poa e dizer que já tem muito concreto na cidade, que "eu decidi" que o melhor a fazer são ortas hortas hidropônicas e que a prefeitura deve subsidiar o meu projeto.
Caridade e tu pegar parte do tua renda e doar para alguma causa que "tu considera" justa, agora isso de tentar coagir alguém ao que fazer com o seu patrimônio alegando o bem estar social e um dos principais problemas do Brasil: o desrespeito a propriedade privada e direitos do indivíduo.

eu só queria entender porque este teatro é tombado.
pelo menos nas fotos que vi, é um predinho horroroso.
na periferia da minha cidade tem sobradinhos mais bem construidos que ele

Isso aqui é tombado? É sério isso?

Isso só pode ser sacanagem. Vocês tão brincando comigo, isso só pode ser uma pegadinha do Sílvio.

Parece já ter autorização para fazer torres ali - pelo menos em um dos inúmeros órgãos burocráticos habitados por parasitas que um empreendedor GERADOR DE VALOR para a sociedade é obrigado a consultar para TENTAR obter uma absurdamente morosa autorização.

Isso é absurdo. Só devia ter 1 lei regulando: orgânica do município. E uma assinatura de engenheiro ou arquiteto dando os conformes no projeto, e depois outra dando os conformes na obra. Mais nada. Se assinar algo ilegal responde junto. Prefeitura só fiscaliza, não tem nenhum motivo para autorização prévia.

�rgão autoriza torre ao lado do Teatro Oficina, em São Paulo | Metro Jornal

Uma verdadeira turma de palhaços em volta de uma mesa... Fazendo palhaçada, claro.

Duvido que em uma empresa séria esse tipo de conversa mole que não vai a lugar nenhum aconteceria.

@celtiberian sim, esse monumento da arquitetura é tombado.
sinceramente, não vejo função nenhuma no IPHAN. ele só atrapalha quem realmente tem intencao de conservar qualquer prédio.

PS> tu conhece o site Caos Planejado ?

Conheço e concordo com boa parte do que tem lá. Principalmente as questões sobre adensamento e eficiência das cidades, que são muito óbvias mas no Brasil fazemos tudo trocado.

Uma das maiores tragédias brasileiras são regras de construção que estimulam o espalhamento da mancha urbana e baixo adensamento (para verticalizar precisa um espaço gigantesco morto, os recuos) e ao mesmo tempo tentarem impor transporte público. Algo totalmente sem sentido, tem que escolher ou denso+transporte em massa (tipo Manhattan) ou espalhado+carro (tipo Los Angeles). Tentar os dois não tem sentido - e na verdade a melhor resposta depende do tamanho de cada cidade.

A maioria das construções das melhores cidades do mundo (NY, Paris, só escolher) não passariam nas regras brasileiras de construção (recuos, etc). O Brasil é tão esquizofrênico que ficam fazendo matéria jornalística denegrindo aquela que talvez seja a ÚNICA cidade com adensamento vertical decente no país: Balneário Camboriú.

O Doria até deu uma idéia boa mas foi barrada pela palavra "empreendimento"? Eu ouvi isso??? O pessoal do Zé Celso não gosta da palavra, queria saber em que tipo de imóvel eles moram e a localização, talvez seja construção não empreendida.

Calma pessoal! o Governo municipal está barrando a obra com o Ipham na retaguarda, pra depois que o Bolsomito liberar armas pra galera ter lugar para gurizada se esconder. deixa o Homem do Baú ter um pouco de amolação também. MÁÔÔEEE

Se o terreno fosse do Roberto Justus, o prédio já estaria pronto! hahahahaha