Parte do texto extraído do site "libertarianismo.org.br".
Uma das falas favoritas no clássico Sete homens e um destino acontece quando um caixeiro viajante e seu parceiro se oferecem para pagar ao coveiro local pelo transporte de um índio morto ao cemitério. O coveiro se recusa. Ele explica que até gostaria de fazer isso, mas os habitantes da cidade sentiam tamanha rejeição pelo enterro de índios junto com brancos que ele não conseguiria persuadir nem mesmo seu motorista a transportar o corpo. Um dos vendedores diz, “ele é racista, não é?” O coveiro responde: “Bem, quando se trata de salvar a própria pele, ele é bem intolerante.”
As experiências com a liberdade econômica ilustram uma idéia oposta: quando se trata de salvar suas vidas econômicas, mesmo aquelas pessoas que anteriormente eram preconceituosas se tornam completamente tolerantes. A razão disso é que o mercado faz com que as pessoas paguem por seus preconceitos a menos que discriminem em favor do que é mais lucrativo. Além disso, os governantes e seus funcionários raramente arcam com os custos da discriminação de minorias impopulares – na verdade, na maior parte das vezes, eles obtêm benefícios – por isso, as piores histórias de discriminação têm o Estado como protagonista.
A idéia de que os mercados combatem a discriminação não é novidade. Há mais de 200 anos, Voltaire escreveu: “Vá ao mercado de ações de Londres… e você verá representantes de todas as nações reunidos a serviço da humanidade. Lá, os judeus, os muçulmanos e os cristãos fazem negócios entre si como se pertencessem à mesma religião e só chamam de infiéis aqueles que vão à falência.”
Voltaire estava mostrando que as pessoas no mercado de ações de Londres queriam tanto ganhar dinheiro que estavam dispostas a fazer negócios com pessoas de religiões e culturas diferentes. Isso parece uma observação óbvia, mas aparentemente não é. Quantas vezes você já ouviu as pessoas denunciarem os homens de negócios por perseguirem cegamente os lucros e, logo em seguida, castigarem aqueles mesmos homens de negócios por discriminarem um grupo minoritário só por ser minoritário? Então qual das opções é a correta? Será que estão tentando maximizar seus lucros ou estão discriminando grupos? Não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo.