Caros colegas,
Estou lendo o livro citado acima, acredito que todos conheçam. Me surgiu algumas dúvidas nas passagens abaixo e gostaria do auxílio de vocês.
Quinta Edição – Pág. 135
“(..) os impostos efetivos sobre ganho de capital ainda são inferiores aos impostos sobre dividendos porque os primeiros continuam sendo pagos somente quando o ativo é vendido, e não quando o ganho é creditado. A vantagem do adiamento desse imposto é que o retorno proveniente de ganhos de capital acumula segundo uma taxa antes dos impostos mais alta, e não de acordo com uma taxa após os impostos, tal como ocorreria com os dividendos reinvestidos. Chamo a vantagem dos ganhos de capital sobre o rendimento de dividendos de >.
Para os investidores de longo prazo, a vantagem do benefício de adiamento pode ser considerável. Por exemplo, considere duas ações, uma com rendimento de dividendos de 10% ao ano e a outra que rende 10% ao ano somente em ganhos de capital. Suponhamos que um investidor pague 20% de impostos sobre dividendos e ganhos de capital. No caso de um investidor isento, ambos os investimentos oferecerão retornos idênticos de 10%. Contudo, o rendimento após os impostos da ação que paga dividendos será de 8,0% ao ano, ao passo que, se o investidor esperar 30 anos para vender as ações que pagam ganhos de capital, o retorno após os impostos será de 9,24% ao ano. (...)
Portanto, do ponto de vista tributário, ainda existe um motivo para as empresas oferecerem ganhos de capital em vez de rendimento de dividendos.(...)”
1 - Não sei se isso se aplica ao mercado brasileiro. Como os dividendos são isentos de IR, minha dúvida é se ele está tratando do imposto que as empresas pagam antes de remunerar os acionistas através dos dividendos?
Pág. 139
“(...) como a legislação tributária baseia-se apenas em valores nominais não ajustados à inflação, a inflação impõe um imposto adicional sobre os ganhos de capital. A taxa de inflação caiu de níveis de dois dígitos em 1979 para o nível de 2% a 3% na última década. Como as faixas de IR são indexadas à inflação, a alíquota de imposto sobre dividendos não é diretamente afetada pela inflação. Além disso, como o imposto sobre ganhos de capital baseia-se em realizações, e não em provisões (acumulações), as empresas têm comprado suas ações de volta, em vez de pagar dividendos, e gerado maior renda de ganhos de capital. Por esse motivo, o rendimento médio de dividendos caiu de 5%, nível anterior a 1980, para apenas 2% em anos mais recentes.
2 – Não entendi porque a alíquota de imposto sobre dividendos não é afetada pela inflação. Alguém me ajuda?
3 – caso isso aplique-se ao mercado brasileiro, há algum exemplo de empresa que está adotando a prática de recomprar mais ações e diminuir seus dividendos? O benefício disso seria que a participação dos acionistas minoritários aumentaria, e teria um retorno maior com o ganho de capital, correto?