Plano de saúde poderá ter franquia
comentada em 19/07/2018 13:17

Eu acho ótimo Uso racional , menos exames desnecessários Maior liberdade de escolha pelo usuário

Acho ótimo, ja mudei o nosso para Hospitalar e não me arrependo apesar da trabalheira . Economia de quase 70% no nosso caso. Se tiver franquia para cirurgias e redução de custos tou dentro também. Só me preocupa a UTI.

já eu acho péssimo.

O importante é ter cobertura para emergências, UTI e internação . Essas sao as coisas que podem quebrar nao so vc, mas a familia inteira.
O resto é só firula e perfumaria.

eu acho q deve ter as 2 opcoes.

a com franquia, COM CERTEZA saira mais barato, porque o q vejo de gente fazendo exames e indo a medicos mais do q EU julgo necessario...

e ainda tem a frase: "mas o plano paga"

entao para quem nao utiliza muito, a "franquia" ajudaria esta clientela.
para quem utiliza muito, sem franquia seria mais indicado.

Se a conta não fecha, a conta não fecha. Querem o quê? Caridade?

@naoeoxi como você conseguiu esse plano hospitalar? Qual empresa? Achei que não tinha mais. Meus pais tão com dificuldade pra pagar o deles e estávamos pesquisando planos que tenham essa característica ou coparticipação, franquia, qualquer coisa que deixe mais barato...

@juliox Bradesco e Sulamérica tem plano hospitalar

Meu plano e do meu filho são Co-participativos. Sempre tive que pagar, além da mensalidade, uma parte do uso.
Existe um limite, não importa se a Ultrassonografia de 20ª geração custa ao plano 1000 reais, eu pagarei sempre o limite (acho que está em 110 reais).
Isso e o bom senso sempre me fizeram usar quando é necessário.

Pelo que entendo os contratos em vigor em nada mudam. E na prática já existia isso, na forma de co-participação.

O melhor tipo de plano de saúde eram um que tinha nos EUA antes do Obamacare: você paga todo mês, parte desse dinheiro vai para uma conta. Você usa esse dinheiro da conta para comprar consultas e exames pagando o preço negociado pelo plano de saúde (muitas vezes 10x menor que o particular, sem brincadeira, é absurda a diferença). Nos grandes eventos, o plano paga tudo (igual seguro), acho que tinha uma franquia em grandes eventos mas podia pagar usando a conta (algo assim: cada grande evento paga 2k de franquia, estilo franquia de sinistro de carro).

Esse plano que falei combina várias vantagens para a pessoa e para a operadora:

1 - mensalidade acessível;
2 - controle de custos de exames e consultas pela própria pessoa, que tem um saldo definido a usar;
3 - beneficiário pode comprar serviços básicos pelo preço de compra negociado pelo plano, muito mais barato que particular;
4 - cobertura a grandes eventos (internação, cirurgia, uso de UTI, quimioterapia, etc) que é onde realmente a saúde pode quebrar uma pessoa, ninguém quebra por pagar consulta.

Pode fazer algo assim no Brasil? Não pode nada, proibido pela ANS. Quanto mais o estado mete a mão, pior vai ficar o setor.

Aliás, o Brasil só anda na contramão da inovação: uma resolução recente do CFM proibiu as clínicas populares, muitas com consultas a R$60, de divulgar seus serviços, divulgar preços e fazer publicidade de captação de clientes (como diabos uma guilda medieval dessas tem qualquer poder de proibir algo eu não faço a mínima idéia, ninguém os elegeu, ninguém os ratificou, o povo preferia vê-la extinta ou sem poderes).

Os hipocondríacos piram!

Deviam mudar o slogan do país para: Brasil, um país de rolos.

Nunca vi lugar para ter tanta confusão, os caras criam os problemas, depois aparecem com a solução e muitas vezes essa solução consegue piorar o problema que eles mesmo criaram, loucura.

Ao meu ver, qualquer tipo de flexibilização é válida para dar alguma margem para os planos tentarem fazer algo mais sustentável. Mas acho que só vamos ter alguma melhora expressiva na saúde quando retirarem o direito a saúde da Constituição Federal e reconhecerem que ela é um serviço como qualquer outro.

Qualquer serviço em que você paga a mesma coisa independente de quanto usar vai incentivar o "free riding". Ou seja, a pessoa que usa muito e coletiviza esse custo que só aproveita a ela. Aí, o plano deixa de ser um seguro para emergências e vira um mecanismo de externalidade negativa: o benefício é privado, o custo é coletivo.

É interessante isso que o @wvc disse. Realmente é complicado dizer que a saude é um direito de todos e dever do Estado. Isso é insustentável. Até porque a saúde que é de "graça" nos sai MUITO caro em forma de impostos, além de ser altamente ineficiente.

"Nunca vi lugar para ter tanta confusão, os caras criam os problemas, depois aparecem com a solução e muitas vezes essa solução consegue piorar o problema que eles mesmo criaram, loucura."

Sensacional esse resumo de Brasil!

A maioria dos meus conhecidos trata plano de saúde como algo que é bom para não pagar consultas.

Ninguém tem essa noção de seguro para eventos graves. E quem não tem o co-participativo tem sempre a mentalidade de "vou em todos médicos, o plano cobre mesmo", sem necessidade. É o free riding que o oxe mencionou, e que pode ser travado por essa franquia

“Saude é um direito de todos e um dever do estado”

escutar essa frase me dá calafrios

Saúde é uma opção individual

Se vc quer ter saude, o dever é seu, nao do estado, do seu medico ou do plano de saude

Ter saude da trabalho, envolve acordar 5h da manha para fazer exercícios, se privar de comer besteiras e de usar álcool tabaco e qualquer outra droga, dormir adequadamente e etc

Como os colegas bem falaram , quando a oferta é infinita, a demanda é infinita.

Então o sujeito bebe, fuma, come fritura o dia todo, nao faz nada alem de ficar no sofa reclamando, enfarta com 40 anos, fica 1 mes na UTI........... e a sociedade toda paga a conta??????? Alguma coisa esta errada nessa história

eu acho q o foco esta so numa parcela da populacao aqui.
o q acontece com os mais pobres (q nao tem mmo $ p pagar medicos), tem q ir em hospitais publicos.

quem tem muuuito $, escolhe o medico q quer e, se quiser se garantir, vai fazer um plano hospitalar/ internacao q e o q "quebra" as financas de uma pessoa.

mas tem toda uma gama entre a parcela mais pobre e a mais rica da populacao.

aeh entra o capitalismo - oferta e procura.
tambem eleicoes - vai ser eleito o politico q oferece o q mais gente da populacao quer.

Ninguém tem direito ao trabalho dos outros, isso seria escravidão.

Todos tem "direito à saúde" NO SENTIDO de serem livres para cultivarem a saúde (a não-doença, a plenitude das funções do corpo e mente), usando sua liberdade individual e seus recursos.

NINGUÉM tem "direito à saúde" no sentido de materiais, medicamentos e serviços.

Só existem direitos que todos podem usufruir a todo momento, pacificamente. Ao dizer que você tem direito a "saúde" no sentido de "serviços médicos", o médico vira seu escravo? Você vai apontar uma arma pra ele e obrigar a te examinar? Isso seria escravidão. Aaaah, você vai pagar o médico? Ótimo, pague do bolso. Ah, não é você que vai pagar o médico? Você quer que uma pessoa de quepe tire dinheiro de um terceiro à força para pagar um médico para você? Continua sendo defender a escravidão, mudou apenas o sujeito. Ninguém tem direito ao trabalho dos outros, para declarar qualquer produto ou serviço como direito você terá que VIOLAR o direito à vida e propriedade de terceiros para satisfazer seu "direito".

O "direito à serviço de saúde" é logicamente impossível, e escrever em um papel que ele existe não vai fazer ele ser menos ilógico. Por mais autoridades que assinem o papel...

@celtiberian

qdo o povo (to generalizando) paga imposto, ele ta pagando por "alguma coisa"

saneamento basico, estradas, forum com seus juizes, saude, seguranca etc, PODEM ou nao estar incluidos neste "pagamento" q e o imposto de renda, as taxas etc....

acho que para isso que pagamos imposto (nao digo q funcione, mas e a funcao do estado)

agora, cada estado/povo q vai escolher para q serve este dinheiro, TEORICAMENTE votando no candidato q melhor fizer uso deste $ p cada individuo.

@Masamune

concordo 1
concordo 2

concordo @mauro.jasmin — nada é de graça, está tudo incluso no que pagamos, a "shitathing" é a gestão do dinheiro público que vai para o benefício próprio de quem gere, esse é o problema. Pagar já pagamos, não temos acesso ao devido "direito" porque não sabemos cobrar de quem deveria gerir como um empregado de todos, pois ao ser colocado lá o camarada se acha o "dono do poder e do dinheiro", esquece que é apenas o síndico gerenciando o dinheiro de todos. {o estado é uma empresa, só que votamos diretamente na gestão, porém o R.I. está sempre em período de silêncio, nunca responde} :-)))

@mterraza

esta "empresa" da um bom chat com o mille, hahahahaha...

@Masamune

"Há de existir alguma forma de rede de proteção para a parcela ABSOLUTAMENTE incapaz de arcar por conta própria com esses custos."

Concordo, mas isso não significa que a rede de proteção deve ser estatal.

É só olhar o estado da Santa Casa em Porto Alegre, um dos melhores hospitais do estado.

Na época em que os impostos eram mais baixos e não existia SUS, ela era hospital totalmente de caridade e vivendo de doações.

Momento atual com mais impostos e SUS: a cada dia tem menos leitos SUS e mais leitos exclusivos para planos de saúde e particulares, pois se não for assim fecha as portas.

A forma mais eficiente e justa de rede de proteção é a caridade voluntária.

Sem duvidas nenhuma

O estado deve ser a rede final ( final mesmo)

Primeiro familiares, amigos, caridade voluntaria

Aquela teoria ( que para mim eh verdade) quanto mais estado, quanto mais politicas sociais, quanto mais direitos, MENOR a caridade e MAIOR o egoísmo

Afinal, para que vou ajudar alguem, se ele tem o direito? Se eh dever do estado?

@celtiberian

minha mae trabalha voluntariamente (e diretora social) de um asilo q funciona metade pago, metade de graca ao publico sem condicoes.

esta segunda parte (gratis para os necessitados) vive de doacoes, eventos, ajudas (ate o Roberto Carlos ja cantou para arrecadar fundos para eles), mas NAO e facil.
sempre as mmas pessoas tem q tirar $ do bolso para arcar, pedir doacoes de laboratorios farmaceuticos, ter alguns medicos/ enfermeiros/ nutricionistas q trabalham de GRACA

esperar ajuda VOLUNTARIA e quase impossivel hj em dia.
nao funciona, mmo com incentivos fiscais (para este tipo de doacoes para obras de caridade tem desconto no IR bom - ou "tinha" ao menos)

A filantropia, a ajuda voluntária, se tivesse incentivos fiscais para pessoa jurídica e física, todos fariam.

Inclusive isso conseguiria transferir para a esfera privada, empresas, pessoas o que hoje fica na dependência do estado.

Mas, como fazer isso se o grande negócio é justamente o contrário, transferir para o estado como justificativa para eleger e arrecadar mais ?

A forma mais eficiente em termos de maximização da riqueza social: capitalismo liberal + sistema de caridade.

No entanto, o capitalismo liberal tende a emular o ambiente natural e fazer seleção de indivíduos, desprezando os inválidos, as crianças abandonadas e até mesmo os que não tiveram condições ou aptidões para a sobrevivência.

O sistema de caridade, voluntário como é, depende da boa vontade dos indivíduos, depende da existência de um imperativo moral culturalmente imposto para ajudar ao próximo. Isso é muito improvável num ambiente sem homogeneidade cultural, por exemplo de religião. Historicamente, a maior parte da caridade sempre foi exercida através de instituições religiosas. Mesmo na época em que as pessoas seguiam mais ou menos a mesma religião, no entanto, nunca resultou em proteção plena dos desvalidos.

Em teoria, concordo com isso daí. Mas, na prática, acho difícil vir proteção plena dos desvalidos através da caridade, especialmente num ambiente ético heterogêneo. Hoje em dia eu defendo a renda mínima universal + imposto exclusivamente sobre a renda como estratégia de amparo. É a proposta economicamente mais eficiente dentre todas as que envolvem a ajuda através do Estado, concordo com a defesa do Friedman nesse aspecto.

É eficiente porque minimiza os pontos de decisão, ou seja, os pontos de corrupção potencial e de gastos com fiscalização. Ao mesmo tempo, assegura proteção universal, sem o estabelecimento de critérios arbitrários e que podem privilegiar grupos específicos ou deixar grupos vulneráveis de fora. Mais ainda, ele se integra perfeitamente ao imposto de renda como único tributo: quem ganha acima de um patamar é tributado em cima do que exceder o patamar e quem ganha abaixo recebe renda até completar o patamar (na verdade, todos recebem o patamar mensalizado e a partir daí pagam o imposto de renda, que pode ou não ser superior ao patamar mínimo de renda).

Na verdade, o sistema de renda mínima universal não precisa ser imposto pelo Estado, o melhor seria que ele fosse estabelecido de forma voluntária, ou seja, a caridade espontânea das pessoas gerasse um pool pass-through, administrado de forma voluntária e descentralizada - talvez através de blockchain. Seria a maneira mais eficiente socialmente de caridade. Mas as pessoas não fazem caridade e, quando fazem, privilegiam interação pessoal por várias razões, inclusive ego (poder acompanhar o trabalho e ser reconhecido pessoalmente - tipo milionário que cria fundação ou bota uma estátua).

Enfim, é debate longo esse e sei que a maioria não concorda comigo =)

Se não me engano a Finlândia tinha um experimento de renda mínima universal de 2 anos, e encerrou agora, parece que não deu o resultado esperado, o principal problema foi as pessoas que não tiveram incentivo para ir além da renda mínima, ficando estagnadas e o pagador de impostos que não se sentiu muito feliz de custear isso.

Eu acho que ficar pela boa vontade é como ficar pelo bom senso, na maioria, vai não vai funcionar. Por isso acho que precisa de incentivo fiscal.

Sendo direto, precisa ser vantajoso para as pessoas e empresas. Se for vantajoso, a maioria fará, senão, não fará.

Esses incentivos poderiam ser mais fortes justamente para criar e sustentar essa rede de proteção para a base da sociedade.

Mas não uma rede de proteção disponível incondicionalmente em todos os casos.

Senão, leva a estagnação, há muitas pessoas que se tiverem alguma comida, um teto (ou nem isso), não querem mais nada da vida, não farão mais nada. Mas quando ficarem doentes, recorrerão ao estado.

@oxe

esquece "caridade"
sao sempre as mmas pessoas q ajudam, a maioria so quer ver seu umbigo.
nao so em $, mas em trabalho social tb.

o ser humano e MUITO egoista, geneticamente e "ocidentalemnet" falando.

e os incentivos fiscais no brasil sao assim: "eu doo 10 mil mas vcs ma dao um recibo de 20 mil p eu ter um desconto maior?"
estou dizendo isso por experiencia.

@mauro.jasmin, concordo plenamente.

O que eu percebi, é que isso de ajudar mesmo, de se envolver, é do indivíduo mesmo.

Concordo também quanto aos "incentivos fiscais" que temos hoje no Brasil.

Mas se ficar apenas na questão da boa vontade, vai continuar assim, o incentivo fiscal que eu falo, nesse caso, é dependente do estado mesmo, porque ele tira sob o pretexto de criar essa rede de ajuda, então a única forma que eu vejo de devolver essa tarefa para o cidadão, sem que ele fique sempre pagando dobrado, é criar esses incentivos.

Porque entra também na questão que pagamos impostos pra tudo, e pagamos privado pra tudo porque o público não funciona ou funciona mal. Pagamos em dobro.

O ideal seria que todos se ajudassem, mas bem, aí, não existiria esse tópico.

Particularmente, eu sou cético quanto a essa questão de renda mínima universal.

Só se for algo mínimo mesmo, algo para a pessoa não passar fome, mas ela não pode ficar satisfeita. Seria algo como ela tem de ter um pouco de fome.

Vai ter muita gente que vai se contentar com o pouco que recebe, que tenderá ao menor esforço possível.

Achamos que todos querem progredir, mas isso não é verdade, nem todos tem ambição ou necessidade de progredir. Muitos ficarão satisfeitos em não precisar trabalhar para sobreviver.

"renda minima" poderia ser como o "salario desemprego" em alguns paises da Europa.

EXEMPLO::: se vc ganha 2000EUR/mes, se ficar desempregado vai ganhar 800EUR p sobreviver bem, mas so por 2 anos.
apos isso vc para de receber e, logico, se precisar de comida e abrigo, vai pra um desses centros comunitarios onde acaba a moleza.

logico q na pratica nao e assim, pois alguns paises tb tem lei (nao sei o nome certo, tentarei chegar proximo) "uso fruto" ou "uso capiao", onde se a pessoa se "instala" ali numa moradia vazia, fica com o direito de usufruir dela.
(o que EU nao acho certo)

enfim, nada perfeito, discussao e ideias continuam para chegarmos a um ideal que nunca iremos chegar - pelo simples fator humano
=[

Me poupe. Não são os investimentos em saúde, educação e segurança que nos oneram não, pois os gastos do governo para custeio e investimento nessas áreas são pífios se comparados os demais gastos da união.

@mauro.jasmin Concordo contigo. A caridade somente funciona em nosso país para bajular o Ego e, quando é divulgada em rede social, mídia, jornal etc. No momento em que dependermos dela, já não será mais novidade, e aí não irá funcionar.

As despesas primárias da União para 2016.

Lembrando que (teoricamente) as despesas previdenciárias são custeadas com receitas próprias. O mais correto seria desconsiderar tanto as receitas previdenciárias quanto as despesas previdenciárias. Na prática, no entanto, as receitas próprias não são suficientes e o governo precisa "complementar".

Se excluirmos os mais de 40% de benefícios previdenciários (somando urbano e rural), fica 13,38% das despesas primárias com Saúde (excluindo gasto com pessoal) e 4,63% com Educação (também sem contar pessoal).

O ideal seria excluir da conta os servidores inativos e pensionistas também, bem como as contribuições previdenciárias desses servidores. Além de agregar os gastos com pessoal em cada uma das áreas (saúde e educação). Mas o governo divulga tudo junto em "Pessoal e Encargos Sociais", então é uma tarefa mais difícil.

Enfim, vale ressaltar que excluindo os benefícios previdenciários e os gastos com pessoal (que, aqui, incluem todos os servidores de todas as áreas, além de inativos e pensionistas) a saúde foi o maio gasto do governo federal. E isso porque saúde é uma despesa compartilhada entre a União, Estados e Municípios.

Mas, realmente, o que aperta mais o orçamento da União é a Previdência, mesmo considerando as receitas próprias, e em seguida os gastos com pessoal.

Interessante @oxe, gostaria de ver gráfios de outros países só pra efeito comparativo, onde buscar ?[uhmm]

Sobre a renda mínima universal, realmente, ela tem que ser mínima mesmo. A ideia não é cobrir todas as despesas da pessoa, é ser suficiente para não morrer de fome.

As duas grandes vantagens do sistema de renda mínima são: ele é incondicional; e ele privilegia as escolhas individuais.

Quando o Estado fornece o serviço, ele escolhe de que o indivíduo precisa, ele toma a decisão pelo indivíduo. Esse ponto central de decisão quanto à alocação de recursos reduz (em muito) a eficiência do sistema. Na renda mínima, o dinheiro vai para o indivíduo e ele escolhe como alocá-lo, o que é muito mais eficiente.

Além disso, como a prestação do serviço é feita pela iniciativa privada, em sistema de concorrência, sem estabilidade, etc, a eficiência aumenta ainda mais.

Por isso, a ideia da renda mínima vem junto com a redução dos serviços públicos. Inclusive, a ideia de renda mínima é a mesma ideia original da Previdência: assistência aos desvalidos. Então, a renda mínima torna obsoleta a Previdência.

A outra vantagem é que a renda mínima é incondicional. Não é preciso um aparato fiscalizatório muito grande porque o sistema é simples: todos recebem X na frequência Y. Pronto. Não precisa de um monte de servidor verificando se as condições são atendidas e punindo quem descumpre essas condições. Pela mesma razão, é muito mais difícil ocorrerem fraudes.

Em resumo, é um sistema muito eficiente e que tem potencial de substituir (integral ou parcialmente):

- todos os serviços públicos (tirando os essenciais, como segurança e jurisdição);
- a previdência e a assistência social;
- todo o pessoal envolvido com esses de cima.

Além disso, se esse sistema for integrado a um imposto único sobre a renda (ou pelo menos, a um sistema tributário com pouquíssimos tributos, concentrados sobre a renda e não sobre os produtos), ainda dá pra eliminar ou reduzir gastos com:

- subsídios e incentivos a empresas;
- fiscalização tributária (sistema muito menos complexo);
- todo o pessoal envolvido com esses de cima.

Ainda acho importante a manutenção de certos serviços específicos pelo Estado, mas dá pra reduzir bastante.

O maior problema desse sistema é, na verdade, o maior problema de qualquer sistema que envolva o Estado: a tentação dos políticos de inchar o "benefício". Seria necessário equilibrar muito bem.

@Amado

Esse gráfico eu peguei do Ministério do Planejamento. Acho que outros países devem divulgar seus gastos também, mas tem que ir atrás. Não sei se alguma instituição já fez esse trabalho de juntar tudo numa publicação só...

Eu não entendo por que vocês falam que caridade não funcionaria.

É só ver o histórico dos hospitais de caridade.

Antes do SUS a Santa Casa de POA tinha a maioria dos leitos para caridade. O Beneficência Portuguesa tinha 100%.

Depois do SUS... Beneficência Portuguesa já fechou. A Santa Casa já tem maioria de leitos para os planos, seguidamente converte mais leitos ou dedica novas alas apenas a planos de saúde e particulares.

Leitos SUS caindo ano a ano, muito menos leitos por habitante que na época pré-SUS.

E essa discussão na verdade nem deve ser levada do ponto de vista se nossa sociedade está ou não pronta para caridade.

Na verdade é bem mais simples que isso: ninguém tem direito ao trabalho dos outros. Vai escravizar o médico? Não? OK. Vai fazer o que? Vai mandar uma pessoa armada tirar dinheiro a força da pessoa que não quis fazer caridade para pagar serviços a terceiros? Direito à vida inclui o direito de usufruir da sua vida e só isso. Não inclui direito a produtos ou serviços. Não só ninguém tem direito a produtos e serviços de saúde, como vou além: para oferecer isso grátis por vias estatais (coercitivas) o direito à vida e propriedade de terceiros é fortemente violado. A sociedade, no seu somatório, fica simplesmente pior do ponto de vista ético, do ponto de vista de somatório de violência aplicada, do ponto de vista de eficiência (ninguém gasta o dinheiro dos outros igual gasta o seu), etc. Sem falar em todos os problemas morais, comportamentais e de expectativas: a entidade mais forte da sociedade fala que vai dar algo, obviamente não cumpre (nunca cumpre, mesmo os países mais ricos do mundo tem fortes gateways de racionamento de uso e filas na saúde estatal), as pessoas acham que tem direito a coisas grátis apenas por existirem, isso gera uma enorme frustração, ranger de dentes, revolta, etc. Tudo pelo mal entendido fundamental de achar que algum produto ou serviço pode ser direito (não pode). É uma enorme tragédia.

Obrigado @oxe, vou dar um pesquisada, se achar algo posto aqui[ok]

Eu concordo com tudo o que você falou sobre os problemas de se usar o Estado, @celtiberian

Num mundo perfeito, não haveria Estado ou, se houvesse, o Estado seria absolutamente mínimo, apenas para as funções mais essenciais, sem as quais a sociedade não existiria, e que não pudessem ser desempenhadas fora do Estado.

Mas, não vivemos no mundo perfeito e as pessoas não se comportam de maneira ideal. A questão é, dentre um universo de opções viáveis (e que, infelizmente, incluem o Estado), qual (ou quais) a melhor (melhores).

Ter renda mínima universal + imposto único sobre a renda + serviços mínimos do Estado

é uma perspectiva que me parece melhor que

Ter vários benefícios (previdência, seguro-desemprego, assistência, etc) + vários impostos, inclusive indiretos + muitos serviços do Estado

A persectiva ideal do ponto de vista moral não me parece possível, não só porque eu não acho que existam condições psicológicas para tanto, mas também porque os seres humanos na sociedade não se comportam de maneira perfeitamente ética (a caridade não é suficiente para os desvalidos, existem criminosos, etc).

No fim, é tudo uma questão de como transitar no meio-termo possível.

Sobre o tópico do tema, isso já existe em forma de co-participação e isso afeta sim a curva da demanda. Raciocínio igual franquia de seguro de autos. Apesar de ser "coisa séria" o consumo em saúde não é INelástico. Preços alteram este consumo. No caso de planos, ocorre uma distorção pq indivíduo paga preço fixo usando pouco ou muito. Na saúde é bem mais complexo. Há que se fazer uma observação sobre "Demanda x Necessidade". O primeiro é a liberdade e autonomia de escolha do consumidor já o segundo depende de avaliação do "expert" (profissional). Em sua interpretação mais comum, o conceito
de necessidade é definido como "aquela quantidade de serviços
médicos que a opinião médica acredita deva ser consumida
em um determinado período de tempo para que as pessoas possam
permanecer ou ficar tão saudáveis quanto seja possível segundo o conhecimento
médico existente".

Então vejam que pode-se consumir (demanda) sem necessidade e pode-se não consumir (sem demanda) com necessidade. Ambas podem impactar custos. Variando de exames excessivos e caros sem necessidade à ausência de demanda em tempo hábil que leva a tratamentos mais complexos e mais caros pq pcte ficou mais grave por ex. (Do hipertenso ou diabético até do Infarto ou AVC)

Então co-participação altera curva de utilização, mas se for aplicada sem outras bases de cuidado ela pode piorar gastos porque desestimulam atenção a um cuidado específico necessário para que não "piore" a condição de saúde do indivíduo.

Todo sistema de saúde deve ser pensado em 3 pilares (Na verdade praticamente não existe 1 "puro"). Resumo básico:
1) Modelo de Gestão (político)
- Universalista (tipo SUS maior parte quem paga Estado),
- Seguro Social (patrões e empregados pagam seguro obrigatório): alemanha, Holanda
- Seguro Privado (Pouca ou "menos" regulação Estado. EUA)
- Assistencialista (Estado só paga para quem não pode, incapazes)
2) Modelo de Financiamento (Econômico)
- dependendo do modelo de gestão (Estado via impostos/ Seguro obrigatório/ Diretamente pelo consumidor através de renda)
3) Modelo Assistencial (Médico): Importantíssimo!!! Aqui está a inteligência da coisa!
Aqui vou resumir máximo! Pensem 2 extremos.
Tio A: Não organizado, hospitalocêntrico, centrado no médico, super especializado e fragmentado (médico do estômago, médico do coração, médico dos "nervos"),curativo, sem preocupação com linha de cuidado no decorrer da vida, livre escolha total, pouca regulação, não eficiente (alto custo s/ melhora indicadores de saúde)
Tipo B: Organizado, preventivo, linhas de cuidado, protocolos, centrado no paciente, médico fixo (ele q encaminha qdo necessário), gerenciamento de pctes cônicos e graves (pcte é observado)

Enfim gostaria de dizer que CO-PARTICIPAÇÃO é necessária por questões de ECONOMIA DE SAÚDE (Demanda, NEcessidade, Elasticidade, Preço) MASSSS... é só um processo. Tem muito mais coisa que precisa ser feita par melhorar Saúde nos termos básicos de: Melhora da qualidade percebida pelo usuário, Redução preços e Melhora de indicadores populacionais (Mortalidade, Morbidade, Anos perdidos por dça, Incapacidade por dça etc...)

A única função do Estado é cobrar impostos e ofertar péssimos serviços, cobrando um absurdo de “corretagem”! Sempre quem ganha é a banca. Quanto menos o intermediário se meter melhor.

sobre rede de segurança, se a rede for muito larga e confortável, o cabra acaba dormindo nela e não sai mais

Com benefícios sociais generosos, Dinamarca sofre com 'preguiçosos' - Economia - iG

concordo com o Celti. somos movidos a incetivos. se pagamos muitos impostos, teremos menos dinheiro para gastar conosco e com os outros. quanto mais se aumentam os impostos, menos sobra para as pessoas usarem da forma que melhor lhes convem, inclusive com caridade.