Apesar de não acompanhar o site já fui limpo pelos ensinamentos passados por todos aqui (principalmente do bastter). Hoje me deparei com a publicação e não pude deixar de lembrar de muito do que é ensinado aqui.
Pra quem não sabe inglês ou quiser um resumo:
O autor começa fazendo um comparativo com duas pessoas reais. Uma mulher simples, orfã aos 12 anos que nunca casou, nunca teve filhos, nunca dirigiu um carro na vida e trabalhou como secretária a vida toda, deixando uma fortuna de 7 milhões de dólares que foi doado para instituições de caridade e um executivo da Merril Lynch que estudou em Harvard, se aposentou aos 40 anos e declarou falência com a desculpa de que foi devastado por uma crise financeira.
O autor aponta que a única área de conhecimento em que a situação acima é possível é dos investimentos, porque investimentos tem muito menos a ver com financeiro e muito mais a ver com comportamentos (em relação ao dinheiro). Em seguida ele levanta 20 pontos de atenção comuns na população em geral em relação ao dinheiro.
1. Tendência em subestimar o papel da sorte e risco e não reconhecer que sorte e risco são dois lados de uma mesma moeda;
Algumas vezes eventos acontecem que podem influenciar a sua vida de maneira positiva ou negativa mais do que você poderia compensar com puro esforço. O autor cita uma carta que ele escreveu pro filho dele:
"Algumas pessoas nascem em famílias que encorajam educação, outras não. Algumas pessoas nascem em países que encorajam o empreendedorismo com uma economia aquecida, outros em países que estão em plena guerra ou miséria. Eu quero que você seja bem sucedido, e que você mereça. Mas entenda que nem todo sucesso pode ser atribuído a puro mérito, assim como nem todo fracasso a pura preguiça. Lembre-se sempre disso ao julgar as pessoas, incluindo você mesmo."
2. Não enxergar os reais custos de uma situação, focando demais nos custos financeiros e ignorando os custos emocionais;
O mercado cobra um preço psicológico das pessoas que procuram retornos gigantescos. Digamos que você queira um retorno de 10% ao ano pelos próximos 50 anos, existe aí um custo embutido, de volatilidade e incerteza. O autor aponta as ações da empresa "Monster Beverage", que subiu 211.000% de 1995 pra 2016, mas perdeu mais da metade do valor em cinco ocasiões no percurso. Cada uma dessas ocasiões provoca no investidor um custo psicológico ainda mais alto. Toda recompensa financeira tem um custo além da taxa financeira que você pode contar.
3. Paradoxo do homem rico no carro;
4. Aceite que situações mudam, inclusive você. E é difícil tomar decisões de longo prazo quando o que você vai querer no futuro pode mudar. Isso retoma a primeira regra dos juros compostos: Nunca o interrompa desnecessariamente. Mas como não mudar quando suas circunstancias de vida mudarem? (Carreira, orçamento, etc.) Esse ponto não tem como evitar, mas pode ser contrabalanceado colocando espaço para erros no seu plano de investimentos.
5. Viés da própria história - suas experiências pessoais representam 0,00000...1% do que aconteceu no mundo, mas compõe cerca de 80% do que você pensa sobre o mundo;
O título diz tudo.
8. Subestimar o poder dos juros compostos e uma tendência de pensar em crescimento exponencial de forma linear;
Tem mais de mil livros apontando como Warren Buffet fez sua fortuna, nenhum se chama "Ele investiu consistentemente por três quartos de um século". O ser humano tem dificuldade em raciocinar em juros compostos. Existem livros sobre ciclos econômicos, estratégias de trading, apostas de nicho, etc. Mas o livro mais poderoso deveria se chamar "Cale a boca e espere".
Bons investimentos não são necessariamente os maiores retornos, pois eles tendem a possuir fortes solavancos que podem acabar com a sua confiança. Bons investimentos são retornos bons que você pode manter consistentemente por MUITO tempo.
11. A utilidade social do dinheiro que te impede de criar mais dinheiro - riqueza é o que você NÃO vê;
Rihanna quase foi a falência depois de gastar demais e processou seu conselheiro financeiro. Ele respondeu "É realmente necessário eu dizer que se você gastar todo o seu dinheiro em coisas você vai acabar somente com as coisas e sem o dinheiro?".
Quando a maioria das pessoas diz que gostaria de ser milionário, elas querem dizer que gostariam de gastar um milhão de doláres, o que é exatamente o oposto de ser um milionário.
15. Apego ao entretenimento financeiro. Colocando emoção nos investimentos;
Investimento tem competição, regras, decepções, heróis, vilões, times e fãs que tornam a atividade bem próxima a um esporte. Mas muito pior, porque você participa desse jogo, o que te torna fã e jogador ao mesmo tempo. É necessário lembrar que o próposito de investir é ganhar dinheiro, não se entreter. Investimento chato é investimento bom.
16. Viés de positividade na tomada de risco ("Roleta russa estatisticamente retorna resultado positivo");
Ainda que a chance de dar errado seja 5%, alguma hora isso vai acontecer. Se o custo disso for a ruína, o upside nunca, não importa o potencial de ganho, vai valer a pena o risco.
Esses foram alguns dos pontos que eu achei interessante, mas o texto todo vale muito a pena! Abraço.