Porcentagem de Cotas Mantidas em FIIs
comentada em 26/06/2018 12:28

Eles serão maioria. 
Podem aprovar ou não as decisões do gestor

Acredito que qualquer cotista com mais de 25% (percentual mínimo para aprovação de pautas em assembléia com quórum qualificado) pode votar e decidir o destino do FII, de modo parecido com um acionista majoritário pode aprovar qualquer coisa nas assembléias das empresas

Se o fundo está concentrado nas mãos de um ou dois cotistas, provavelmente deve ser um FII pequeno e com baixa liquidez. Com isso, pode ser difícil vender as cotas, se um dia você precisar sair.

Vejo vantagens e desvantagens.
A principal vantagem é que, caso o majoritária tenha boas intenções, terá facilidade para guiar o fundo.
Por outro lado, caso haja coflito de interesses, pode acabar tomando decisões que prejudiquem os fundos, mas beneficiem a si mesmos.
Na renda variável, comecei com os FIIs, mas estou ficando cada vez mais com o pé atrás justamente por essa questão.
Você não raro vé FOFs comprando FIIs de própria gestão para manipular o preço do ativo.

Sim, existem alguns FIIs com essa configuração, mas são poucos. Em geral, fundos de shopping ou fundos pequenos.

Nos fundos de shopping, normalmente é a própria operadora do shopping. Ex: a Sonae Sierra tem um percentual grande do PQDP.
Nos fundos pequenos, normalmente é o antigo proprietário do imóvel ou algo parecido.

A existência de um cotista maior pode ser uma vantagem ao trazer uma visão mais profissional ao negócio do fundo. Muitos fundos já passaram por situações complicadas onde meia-dúzia de cotistas compareceram à Assembleia e tomaram decisões que depois se mostraram erros graves. Com a presença de um player maior, esse tipo de decisão não passaria.

Claro que sempre há o risco de esse player grande tomar uma decisão de contraria o interesse dos demais cotistas, mas tem duas questões aí:
1 - Não lembro de nenhum caso onde a decisão de um cotista institucional tenha sido gerado um problema grande
2 - Se o cotista estiver em conflito de interesse, ele não pode votar. Já tivemos casos onde o cotista grande colocou uma proposta, chamou a assembleia (basta 5% das cotas para isso), apresentou seu argumentos, e não votou pois estava conflitado. Os demais cotistas votaram e decidiram o que lhe parecia melhor.

Só houve um caso de conflito de interesses nítido em que o cotista queria continuar votando. Foi no ABCP, mas a Rio Bravo teve uma postura excelente: lançou os votos de todos em ata e lançou o voto da Cyrella (que era o cotista em questão) em separado. Lavrou a ata e encaminhou para CVM para ela julgar qual seria o procedimento.

Esses conflitos de interesse eram bem claros até 2015. Em 2016, com a entrada em vigor da ICVM 571, esses casos acabaram.

@Nod

Fico impressionado com a clareza da maior parte de suas respostas.
Obrigado pela atenção.