Pai de sete filhos e avô de dezessete, hoje com oitenta e cinco anos, depende da ajuda financeira dos filhos e netos. Dois casamentos e apenas uma casa construída em uma região rural a cem quilômetros da capital.
Anos atrás o conheci, ainda forte e sorridente. Hoje praticamente vive entre a cama e a poltrona, precisando de auxílio para comer e se locomover.
Quando é preciso vir a capital para algum tratamento médico, os filhos e netos se degladiam, empurrando a responsabilidade um para o outro.
Ontem minha esposa (neta) veio se lamentar, pois seu avô precisa passar por uma cirurgia, e alguns membros da família (bem resolvidos e morando no exterior) se comprometeram em ajudar com míseros R$ 500,00 cada, desde que se comprovasse através de receitas, pedidos médicos, etc, todas as custas.
É uma longa história, pois alguns filhos do primeiro casamento não gostam da segunda esposa e por isso pedem comprovantes.
Infelizmente o maior prejudicado é este senhor que vive sua triste velhice, dependendo da boa vontade dos filhos e netos.
Temos dois caminhos prováveis. Ou morremos antes da velhice, ou um dia ela chega. E se chegar, esteja preparado.