Sugestão: Carteira hipotética de Stocks x Tempo
comentada em 08/11/2018 17:52

no caso semelhante a esse estudo aqui da Bastter:

 

Bom dia, tudo bem?

Primeiramente, há os estudos com índices gerais. Esse aqui já é famoso:



 
Eu fiz um estudo de empresas lucrativas tempos atrás, usando um site de backtest.

Minha hipótese: S&P500 não é ideal pois tem empresas com prejuízos (na época olhei por cima e haviam mais de 40 empresas com prejuízos no índice), e uma carteira qualquer que pegue empresas lucrativas já tende a vencer o índice.

A hipótese faz todo sentido no aspecto "micro", pois o que remunera o sócio é lucro líquido. Ter lixo diminui seu patrimônio: além de não ganhar, você está tirando lucro de uma empresa boa para cobrir o rombo da empresa ruim.

O resultado do teste confirma minha hipótese (linha azul é a carteira sem lixo):




Critérios usados:

100 empresas do maior pro menor mkt cap que satisfazem as condições.

Criteria for Opening a Position
EPS, 5-Year Growth, % Is Greater Than 0
ROE Is Greater Than 0
Debt / Equity Is Less Than 2

Criteria for Closing a Position
EPS, 5-Year Growth, % Is Less Than 0
ROE Is Less Than 0
Debt / Equity Is Greater Than 2

Equal weight 1% em cada. Não me pergunta em que site que fiz que não vou lembrar, já faz alguns meses.

Detalhe que peguei só as 100 MAIORES empresas que satisfazem os critérios. Uma carteira mais diversificada incluindo empresas menores daria mais resultado ainda.

Agora, estudo com uma carteira menor pegando empresa a empresa, isso não vi aqui ainda. E nem sei se precisa. A lógica é a mesma: empresas excepcionais compensam de longe as que viraram micos.

esse estudo eh para mostrar conceitos
os conceitos sao os mesmos aqui e la
entao nao ha a menor necessidade disso
o q importa sao os conceitos
sao os mesmos em qq bolsa do mundo
esse estudo se aplica para qq bolsa do mundo
os resultados serao os mesmos
no q diz respeito aos conceitos

Há um estudo do @sabe_nada com o retorno anual (longo prazo) de cinquenta empresas do ranking de stocks. O resultado é espetacular e coincide mais ou menos com esse gráfico que o celtiberian postou. Se alguém tiver o gráfico, poste aqui, por favor.

Achei o tópico. Nesse carteira hipotética, abrangendo cinquenta empresas do ranking, o retorno medio foi de 17% ao ano:

Bastter.com - Qual ação comprar no mês



AAPL ADBE ALB AMAT AMGN ATVI BA CELG CHKP COST CSCO DIS EA EME ESS FAST GILD HAS HD HON HRL JNJ JPM LRCX LUV MMM MNST MSFT MTD NKE NVO NVR O ORCL PAYX PEP PSA ROK ROL ROST SHW SWKS TJX TROW TSM TTC TXN UNH VTR WAT

ok, obrigado a todos pelos esclarecimentos

@celtiberian

Não sei se já percebeu, por imaginar que vc tb deva acompanhar muitos blogs/educadores financeiros americanos (com o possível filtro), mas parece ser quase um consenso de que é uma boa ideia investir em índices e ETFs por lá em contrapartida a stock picking.

Não sei se seria pelo fato de partirem do pressuposto de que as pessoas não têm paciência/interesse para estudar (o que não creio ser isso) ou se a aleatoriedade de resultados tenderia a levar o investidor a nunca bater o mercado no longo prazo, no caso, o SP500.

Antes de investir em stocks, vi que teve bastante discussão sobre isso aqui na comunidade (Stock picking vs ETFs).
Acabei optando por seguir o mesmo método na bolsa brasileira, mas, claro, com um leque quadruplicado, como de praxe.

Racionalmente, escolher stocks pelos critérios simples (mas subjetivos e pessoais) que aprendemos faz todo o sentido, porém fico pensando se estaria tendo esse trabalho para, ao fim e ao cabo, ter o mesmo ou até pior resultado 30 anos depois.

Fato é: não poderei voltar no tempo depois de 30 anos, então o que eu decidir, tá decidido. Além disso, o resultado plotado no gráfico tem que necessariamente ser melhor, só que o gráfico não mostra tudo, por exemplo, o psicológico. Ele parte da premissa que o investidor controlou racionalmente todas suas decisões durante todo o percurso, o que, a meu ver, descarta do cálculo a capacidade do ser-humano de fazer mesbla.

Enfim, random bullshit thoughts... :)

Com ETF, se não estudar, faz mesbla do mesmo jeito. Se não estudar as empresas, não saberá no que está investindo e se dará mal. Aplicar em ETF é muito mais arriscado, do ponto de vista psicológico, do que comprar empresas diretamente, porque quem compra as empresas se preocupa em estudá-las antes, o que geralmente não ocorre com quem investe em ETF, porque o sujeito imagina que é "seguro". ETF, na minha opinião, é mediocridade, é ficar na média, não evoluir e vender no fundo, em pânico, porque quem investe nisso busca segurança, busca certeza de que não vai perder e é aí que mora o perigo. No mais, não é sócio. O fundo tem empresas lixo na carteira e vive girando patrimônio (o fundo, de tempos em tempos, troca empresas que saem do índice por outras que entram).

No Brasil, esquece ETFs.

Nos EUA da pra chegar lá comprando ETFs passivos de S&P500 de baixo custo. Mas também dá pra chegar lá com stock picking e eu entendo que picking individual tem uma expectativa matemática superior para quem foca em valor. Único cuidado é diversificar bem (como tem mais de 300 empresas boas, monta fácil uma carteira de 50 ou mais).

A questão é como maximizar sua tranquilidade. O mais importante ainda vai ser aporte e tempo. S&P500 tem empresas ruins no meio, e tem um método de calcular pesos que eu não concordo (pelo mkt cap, acaba concentrando um pouco), então não me adiciona tranquilidade. Se existisse um "S&P500 high quality equal weight" ou coisa do tipo eu pensaria melhor.

Mas quem dorme tranquilo só com ETF mas não dormiria com ações, melhor ter ETFs. O psicológico é o primeiro fator sempre.

Eu não sei como se lança um índice no mercado, mas teria utilidade um "buy and hold 200 / quality 10", pega as 200 maiores empresas com 10 anos de lucro, 5 anos de bolsa, EPS crescendo pelo menos a inflação e dívida sob controle (menor que 1x ebitda), distribuindo equal weight. Talvez e não abrisse mão de stock picking, mas poderia pensar em ter uma parte em um índice desses, se eu concordasse com os critérios objetivos (ou seja, critérios bons, semelhantes aos meus).

Nos EUA se tem uma cultura maior de ETFs e mutual funds pois os estudos indicam que a sardinhada quando tenta brincar sozinha perde de índice. Mas igual no BR, a maioria perde pois faz errado, atividade demais, trade, sardinhagem, euforia, emoções, etc.

Aquele estudo que o @sabe_nada fez naquele tópico é fantástico. Enquanto não completo o "álbum de figurinhas" (vai demorar), eu decidi aportar pelo menos de 3 em 3 no exterior para reduzir um pouco a variabilidade do resultado final.

@stunts a pergunta foi pro celti, mas se aceitar, deixo minha opinião hheheh

Essa questão stock picking X ETF nos EUA realmente inquieta um pouco, pois em tese seria muito mais simples comprar um ativo, inclusive para fins de declaração de IR, etc, etc. Corrobora a esse fato a qualidade de alguns ETF, como os da Vanguard, por exemplo. Eu sou entusiasta da simplicidade, e isso de fato me levaria a optar por 1 ETF, tipo o VOO, em vez de montar uma carteira de boas stocks.

E aí minha análise de risco nível padaria, água na canela, me alertou que a hiperdiversificação do ETF, que na verdade recai em um único ativo, é sujeita a todo tipo de intempéries, como fraudes internas do fundo, ONREVOG, etc. E vamos lá, o ETF pode ser fino, top, coisa de primeira, mas lembra aí do LTCM (que não era um ETF, claro, mas era o zenith financeiro à época, foi o monoinvestimento de uma vida de milhares de pessoas).

Por isso, a montagem de ações individuais de empresas (stock picking), ainda que seja nos EUA, faz mais sentido p/ mim no longo prazo.

* Obs: você pode ter cogitado montar uma carteira de ETF, e não somente um como eu disse, mas sinceramente, plural de sociedades em boas empresas é mais lógico que plural de cotas/ações de um fundo, não? rsrs Abraço

Entendi.

No final das contas, eu estou mais confortável com o stock picking.

Fico preocupado só com o meu sardinha do futuro, mas esse é um defeito que se deve anular aos poucos, à medida que o tempo vai passando.

Não tiro o valor das simulações em planilhas. Só fico meio receoso, pois elas desconsideram o elemento mais crucial no longo prazo, que é a capacidade do seromano de fazer besteira.

Mas isso é papo pro divã rs.

Obrigado a todos pelas respostas. :)

Stunts, é mais fácil fazer besteira investindo em ETF. Dê crédito a quem, como eu, já fez todo tipo de burrada nos investimentos e aprendeu alguma coisa. Para você ter ideia, até em COE, numa época em que ainda não havia se popularizado no Brasil, já comprei no exterior.  

COE, em dólar, de fato é para se orgulhar. heheh

Todo mundo já fez sardinhada. Minha primeira aventura em renda variável foi um FUNDO.

Mas não um fundo qualquer, era um fundo sardinhesco, aqueles setoriais, fundo de infra-estrutura.

Taxa de adm: 2,5% aa (o pessoal não tem idéia como isso arrebenta os ganhos no LP mesmo que o fundo compre empresas boas).

Mas calma que tem mais: gerenciado pelo BANRISUL!!!! Sugerido pelo gerente da conta!

Eu acertei o timing (provavelmente por acaso), mas o fundo era tão ruim que deu tipo +50% em alguns anos enquanto os outros fundos do tipo eram +200% no mesmo período. Deixei mais alguns anos e acho que uns 5-6 anos depois de aportar saquei quase o mesmo valor do aporte inicial. Parabéns aos envolvidos.

Só de curiosidade fui olhar esse fundo hoje. A cota foi lançada a R$6 em 2004. Hoje está R$10, depois de 14 anos. 3,7% ao ano, deve ter perdido da inflação.