Lançaram essa semana um estudo avaliando o aumento da incidência de depressão entre jovens. E correlacionaram esses achados com aumento do uso de aparelhos eletrônicos, mídias sociais e redução de sono.
Não irei discutir os impactos de aparelhos eletrônicos ou mídias sociais nas pessoas e sim como é falho considerar que duas variáveis correlatas tem também uma relação de causa e efeito.
O cérebro humano faz associações o tempo inteiro e muitas vezes acreditamos no que é mais fácil de ser entendido e isso se torna uma armadilha. Da mesma forma que a redução de sono e aumento das redes sociais podem ser consideradas como causas aceitáveis outras correlações também podem ser feitas.
E se eu disser por exemplo que o aumento de depressão entre os jovens está relacionada a redução do consumo de álcool, redução do número de trabalho remunerado, redução do número de licenças pra dirigir ou redução do número de encontros entre jovens. Isso seria aceitável?

E se considerar que a depressão se relaciona com o aumento do dívida estudantil, ou com o gasto com viagens espaciais.

É claro que algumas correlações parecem evidentemente falsas e outras nem tanto. Mas o fato de algo parecer aceitável não significa que não deva ser investigado. Não é assim que a ciência caminha e evolui. Toda causa e efeito precisa ser provada não basta a correlação.
Enquanto não aprender isso você será refem de notícias que relacionam comida orgânica com autismo, ou que supõe que redução do colesterol provocado pelo nascimento do Justin Bieber foi cancelado pela criação do Facebook.

Fonte:
https://www.apa.org/pubs/journals/releases/abn-abn0000410.pdf