Olá pessoal.
Não sei com quem conversar sobre esse assunto e, como aqui tem bastante gente e de várias idades, imagino que as orientações de vocês possam me ajudar.
Tenho 26 anos, sou formada em Direito e trabalho em um Tribunal. Meus pais se divorciaram em 2013. Minha mãe é dona de casa, 54 anos, e não consegue se recolocar no mercado de trabalho. Meu pai tem 55 anos, é empresário (trabalha em uma empresa familiar, do meu avô, que já está muito idoso), e recentemente descobrimos que ele tem Parkinson.
O divórcio deles não foi amigável, e hoje minha mãe processa meu pai para conseguir que ele transfira no cartório a propriedade de um imóvel para ela.
Esse imóvel ficou para ela na partilha do divórcio, mas a documentação nunca foi regularizada (ele tem cláusula de inalienabilidade, meu pai ganhou de doação do meu avô e, para transferir, ele precisa retirar essa cláusula em um processo judicial), e o que ela quer é justamente que meu pai regularize isso.
Meu pai não quis regularizar. Ele queria que ela esperasse meu avo morrer para que, só então, ele fizesse as alterações na matrícula do imóvel.
O fato é que o processo que minha mãe ajuizou contra meu pai já teve sentença, e meu pai perdeu. Ele recorreu, pagou muito dinheiro de custas judiciais, e eu - formada na área - acredito que ele vá perder de novo.
O problema é que, se meu pai perder de novo, a situação que já era ruim vai ficar ainda pior, porque ele vai perder muita grana com honorários advocatícios, além das custas judiciais.
Eu estou muito aflita com isso porque eu já alertei ele sobre os riscos do processo e avisei que era para ele conversar com o advogado dele sobre isso e, se fosse o caso, fazer um acordo com minha mãe, para reduzir os prejuízos financeiros.
Eu não sei se o advogado dele orientou ele direito - eu suspeito que não -, porque se ele continuar com o processo o risco de perda é muito maior do que se ele aceitasse a derrota inicial e não recorresse.
Eu estou aflita com isso porque meu pai está doente, ele está consumindo todas as reservas financeiras dele nisso e eu vejo ele cabeça dura e queria ajudar.
Eu não sei se a teimosia dele é por falta de orientação jurídica adequada, ou se é pela doença (ele ter dificuldade de compreender as coisas), ou se é algo emocional (a raiva que ele tem da minha mãe).
Mas, ao mesmo tempo, esse assunto me aflige tanto que eu não queria me intrometer mais.
O fato de ser formada na área é pior ainda, porque eu sei como as coisas se passam e eu to vendo que se meu pai continuar teimoso o prejuízo será ainda maior.
Tenho medo dele consumir todas as reservas e não ter dinheiro para viver com qualidade após a morte de meu avô. Não acredito que ele vá conseguir se recolocar no mercado de trabalho, por causa da doença, e também não sei se ele teria algum dinheiro com eventual herança, porque a empresa do meu vô não está tão bem das pernas. Meu medo é ele ficar sem nada pro futuro dele.
Esses dias eu andei pensando se volto a conversar com ele sobre esse assunto, estou angustiada.
O que fazer? Tento tocar no assunto com ele novamente, ou deixo ele à própria sorte?
Desculpe pelo textão, mas preciso de umas palavras (voadoras também são bem vindas kkk).
Obrigada..