Imóvel
comentada em 11/05/2019 12:46

O imóvel será teu patrimônio. Você não estará começando do zero novamente.
Teu dinheiro está ali. Concentrado mas está ali.

o Imóvel tem valor? Desde quando isso é começar novamente do zero? Antes você tinha NADA, agora tem  1 Imóvel. Não entendi.

Sem nada? Terá onde morar e sem dívida, isso é mais que começar do zero. Isso é começar ganhando.

Obrigado senhores. Tenho 26 anos e totalmente inexperiente quanto a imóveis. Imobilizar um valor tão alto... grato

Tião, vc tem que estar ORGULHOSO, de comprar um imóvel a vista com 26 anos e não preocupado.

Existe um risco de concentrar e vc deve atentar se o imóvel tem valor e boa localização,

se sim, como vc é jovem, terá tempo de sobra para recomeçar a acumular em outras classes de ativos,

e o melhor; poderá investir com muito mais tranquilidade sabendo que tem a segurança de possuir um imóvel próprio.

Eu mesmo só comecei a pensar em me expor a Renda Variável depois de adquirir imóvel.  

Parabéns pela conquista, comemore.  

Zero? Voce vai ter um patrimonio. 

Voce só está pensando no valor monetário e no patrimonio construido como tanto debatemos?

 

Fez lembrar minha irmã, tentando ela mudar a forma de lidar com as finanças, ela disse que guardar 30% deixava ela pobre pq não tinha quase dinheiro nenhum pra gastar. Só conseguindo pensar no fato de não realizar o consumo imediato.

Parabéns pela conquista!

 

Obrigado senhores

@Pedro95

Estou tentando focar bastante em boa localização. Será uma compra com bastante estudo e paciência. Grato a todos

Uma coisa que li aqui, que acho que todo mundo devia ponderar. 

 

No imóvel você pode mudar tudo menos LOCALIZAÇÃO!

As vezes o emocional nos faz adquirir pela decoração, moveis imbutidos, ou outras questões mais. Agora o que tem que ser sempre valorizado e com grande peso é a localização.

Digo isso com autoridade, pois meu pai comprou um lindo apartamento numa péssima localização, e hoje consigo perceber todas essas questões que alguem sem informação não pondera.



Boa aquisição e felicidades

Nesse caso não seria melhor continuar com esse valor investido e alugar?

É claro que a compra de imóvel é pessoal, mas olhando friamente, continuando com o valor investido ele aproveita a ação dos juros compostos.

@Removed é uma decisão pessoal, tem quem prefira aluguel e quem quer casa própria. Eu, atualmente, prefiro aluguel.

A grande vantagem de ter imóveis para mim que sou burro e cagão, é que se vier uma crise bizarra na bolsa e ficar derretendo por anos e anos, eu vou ficar tranquilo e não vou vender no fundo em pânico 

se vc quer comprar o imovel compra a vista
se nao quer nao compra
se comprar vai ficar pouco diversificado por um tempo
mas vc tem RE e 26 anos entao corre atras e vai investindo de novo

so nao faça financiamento pq eh ilusao
vbc vai pagar 6 imoveis e ai vai acabar com seu patrimonio

eu perdi tudo duas vezes e fiquei so com a RE
e me recuperei
sua situação eh bem melhor q a minha entao

@Removed imovel tem o mesmo juros compostos q qq investimento
a decisao nao deve ser por ai
juros compostos alias eh apenas questao de prova
imovel é um investimento como qq outro

daqui a 10 anos eles vai ter mais patrimonio investindo no imovel ou com os outros investimentos?

ninguem pode responder
entao sua observação nao faz sentido

o unico problema do imovel eh diminuir a diversificação

Eu comecei com 27 e to satisfeito aos 30 com o que consegui aportar. Você vai “recomeçar” com 26/27. Se você acumulou o suficiente pra comprar um imóvel aos 26, não deveria ter preocupação. Aos 30 vai ter um bom patrimônio além do seu imóvel.

Primeiramente parabéns, você chegou lá com 26 eu estive na mesma situação ano passado porém com 30. Tive as mesmas ponderações e o que eu posso fazer é compartilhar minha experiência e como eu aplico a filosofia Bastter na minha vida pra ver se te ajuda:

- Quanto a decisão de comprar ou não:
Muita gente vai te dizer que vale mais a pena alugar, vão fazer um monte de conta etc, mas nesse ponto, é uma questão muito pessoal, e eu particularmente queria muito ter um imóvel próprio, por diversos fatores, e por isso comprei a vista sem medo de ser feliz. Inclusive você terá provavelmente alguns gastos adicionais pra mobília etc, mas faz parte de uma lua de mel com a aquisição que sugiro que aproveite bastante. Sempre bom lembrar que o imóvel tem que ter um sentido estratégico na sua vida, se for pra morar é uma coisa se for pra investimento é outra completamente diferente, mas sempre a localização é de suma importância como citado pelos amigos acima, então escolha com muita consciência.

-Quanto à descapitalização:
Fique tranquilo, pois mantendo a mesma disciplina você vai juntando tudo de novo aos pouquinhos, e se comprou pra morar e agora ''não paga'' aluguel, você vai ter mais renda no mês pra aplicar provavelmente.

Como falado acima, na teoria seu aporte tende a aumentar pois ou você deixará de pagar aluguel ou passará a receber o aluguel do imóvel adquirido.

Só não esqueça de contabilizar na sua reserva de emergência o condomínio e demais taxas no caso do imóvel ficar parado pois serão seus novos gastos fixos.

O único aluguel que não paga IR é o próprio :-) e tem 100% de locação

paga sim
quando vc mora no seu proprio
vc paga aluguel para vc mesmo
pq se vc nao morasse receberia o aluguel

Não paga IR = Imposto de Renda !

ok mas eh importante entender q paga aluguel para vc mesmo
para nao vir com conclusoes malucas

Só o aporte salva.

Casa tem valor? Sim, segue o plano. Paga a vista.

Segue aportando. Passados uns 2 anos vc tem casa e patrimônio. Em 5 anos tá lá na frente.

Só o aporte salva.

Exato, imóveis tendem a acompanhar a inflação e recebe aluguel, portanto tem juros compostos como qualquer outro investimento e como o @bastter disse: Se vc mora nele é como se pagasse aluguel para si mesmo. Portanto o único ponto negativo é ficar durante algum tempo concentrado em uma única classe de ativo. Mas se o imóvel tiver valor e vc for morar nele, o preço dos imóveis poderá desabar no mercado imobiliário e vc nem vai perceber ou nem vai se importar.

26 anos e comprando seu primeiro imóvel? Só tenho 2 palavras para te dizer: para béns! :-)

Eu não entendo!! Juro!!

Alguém está colocando uma arma na sua cabeça pra comprar 1 imóvel? 


"Tenho 26 anos e totalmente inexperiente quanto a imóveis. Imobilizar um valor tão alto"... 

Se te faz bem comprar, compre. Se não te faz, não compre! 

Entendo seu sentimento. Também estou passando pelo mesmo "problema".

Consegui juntar um patrimônio interessante pra minha idade (30 anos) e agora estou apegado ao dinheiro. Vou sair agora da casa dos meus pais para morar de aluguel por um tempo, mas gostaria de ter meu próprio imóvel.

Possuo a grana para dar à vista, mas me sobrariam apenas um punhado de ações e a RE. Psicologicamente, fico afetado, pois dá a sensação de recomeçar do zero. Por outro lado, sei que é um patrimônio da mesma forma, apenas imobilizado. Só que fica a sensação de que eu poderia ficar o máximo possível de aluguel enquanto o dinheiro ficasse capitalizando etc, aquelas bullshitagens de sempre.

Imóvel aqui em BSB é caro pra caramba, mas como devo permanecer aqui pelas próximas duas décadas, não seria ruim comprar. O aluguel, financeiramente, compensa por aqui. Mas, por ser uma cidade tombada, imóvel nunca será barato, pelo contrário.

Aí começo a ficar fazendo conta e a sardinhar na cabeça.

Podem me ajudar a ver essa situação de outra forma? Entendo que tem muita questão pessoal e psicológica na jogada, mas qualquer ponto de vista sobre o assunto me ajudaria.

Agradeço.

@Bastter
@oxe
@celtiberian
@Masamune
@bgsouto

e todos colegas que puderem aclarar minha mente!

Stunts,

Qualquer argumentação aqui vai ser racional, mas imóvel próprio tem um componente emocional envolvido. Pelo menos para os mortais como a gente que não podem comprar imóveis como quem compra sapato. Esse componente emocional é subjetivo seu, pelo que você falou existe uma vontade de ter o próprio imóvel, mas ela não parece ser muito forte. Como a ideia não é comprar o imóvel pra alugar a outrem, você precisa se investigar e ver se realmente quer o imóvel pra si, se vai ficar feliz morando no mesmo lugar, provavelmente por vários anos.

Imóvel próprio, onde você mora, é patrimônio, ele satisfaz interesses econômicos da sociedade (especificamente, seus). Você ganha renda, na forma de aluguel que deixa de pagar (e é até melhor porque não incide IR sobre isso). Então, em termos de carteira, comprar um imóvel para morar não é "gasto", você não "perde" nada. Você inicialmente concentra seu patrimônio, que estava diversificado, mas essa concentração é em um ativo com um perfil de risco muito menor e que serve também como reserva de valor - você tem garantia de moradia mesmo que a crise se intensifique demais.

Quanto à rentabilidade do imóvel em comparação com a de seus demais ativos, é preocupação tola, como você já sabe. Ninguém consegue prever o futuro, não dá pra saber o que vai "render mais". Além disso, como eu falei, existe uma substancial redução de risco sistêmico em ter pelo menos um imóvel próprio. Para o pequeno, como nós, o que importa na carteira é controle de risco, o retorno vem de aportes frequentes e crescentes e do tempo. Por último, não dá pra medir o retorno de um imóvel apenas pelo aluguel que se recebe ou se deixa de pagar porque há a valorização do principal também, então isso é mais uma razão para a futilidade dessas continhas.

O principal problema do imóvel próprio para moradia e a razão para muita gente dizer que não é investimento, é que geralmente a pessoa que compra imóvel pra morar (com toda a carga psicológica envolvida) não pensa como pensaria se o imóvel fosse pra alugar. Primeiro, que a escolha do imóvel vai passar pelo ânimo definitivo de moradia, não pelo interesse para alugar do resto da sociedade. Mas isso eu considero um problema menor em BSB porque existe demanda para todo o tipo de imóvel aqui.

O mais "grave" seria o outro problema, quem compra imóvel pra moradia tende a querer concretizar um sonho, a decorar como sempre desejou, a reformar o imóvel, etc. Existe uma necessidade de conforto que a maioria não teria se morasse de aluguel. E isso é despesa. Capaz de, no fim das contas, o aumento de despesas não compensar o aluguel que se deixa de pagar.

Mas isso tudo é ok também. Pra que serve o dinheiro? Não é pra ganhar paz, tranquilidade? Se você sonha com um imóvel próprio e tem condições financeiras de alcançar esse sonho, penso que é mesquinharia sacrificar seu sonho pensando em rentabilidade. Esse pensamento, levado ao extremo, vai te fazer viver muito mal. Eu remeto a um post meu recente sobre a visão de Sêneca para a riqueza. A riqueza é útil como instrumento para a prática da virtude, não é um fim em si mesmo. Você não deve viver para a riqueza, não deve ficar mortificado por perdê-la (e nesse caso não é perder).

Um exemplo mais dentro da sua realidade. Você deixaria de consumir bons azeites (se bem me lembro, você é um apreciador, né?) para economizar? É um conforto compatível com sua renda, com seu patrimônio e que te faz mais feliz sem comprometer sua saúde, sua vida familiar ou seu trabalho (os 3 bens fundamentais para um bom viver). Raciocínio similar vale para o imóvel próprio (sendo que aqui não é nem uma despesa efetiva, pelo menos não em princípio).

O texto ficou grande, mas espero ter ajudado =)

Pessoalmente, pretendo comprar um imóvel próprio aqui em Brasília também, mas por enquanto ainda não é certo que viverei aqui por muitos anos porque estou estudando para concursos que me levarão para longe. Se eu tivesse na sua situação, compraria logo.

Também entendo esse "drama" rsrsrs

Passei por isso no fim de 2017. Comecei a investir em 2015 e depois dos trancos e barrancos iniciais com direito a cdb de banquinho, etc. montei uma carteira "legal".

TD, acções e fii. Final de 2017, depois de muita pressão da patroa resolvi comprar nosso imóvel na cidade que moramos. Segundo imóvel, tenho uma casa no interior.
Resultado: vendi tudo e até peguei um empréstimo pra completar o valor.
Hoje, um ano e meio depois vou quitar o empréstimo e "começar do zero."

Bom demais... "começar do zero" é brincadeira claro. rsrs

Vou recomeçar os investimentos financeiros com dois imóveis que pra mim representam segurança...

Sou funcionário público e se a coisa ficar ruim pelo menos tenho onde morar...apto na capital.

e se ficar muito ruim, também tenho onde morar... casa no interior!!

Estou satisfeito com a escolha. Posso estar enganado, mas o que parece é que o amigo está "apegado" aos investimentos financeiros. bobagem!
Abraço e boas escolhas"

Obrigado pelas respostas!

Tem muito de ansiedade nessa jogada, também. Saindo pro mundo pela primeira vez não é fácil. rs

Um desses fatores de angústia é que 80% do patrimônio estando em RF, eu tendo a mantê-lo em SELIC pelo simples fato de que eu gostaria de ter o valor disponível caso surgisse a vontade definitiva de compra. E, no curto/médio/longo prazo, sabemos que SELIC mal cobre a inflação (e os preços dos imóveis podem ficar além, aquém ou na mesma, a depender do prazo).

Como não tenho coragem - e por princípio também (entrar devagar) - de redistribuir a RF em ativos reais (ações, fiis, stocks), acabo ficando com esse montante sub-alocado, digamos assim.

Esse detalhe de que a pessoa geralmente compra o que não alugaria é verdade, mas até por motivos práticos mesmo. Sou da linha de que, se for pra comprar, e tem dinheiro para isso, melhor comprar um que vá morar por 15/20 anos do que ficar pulando de imóvel em imóvel a cada mudança de vida (casamento, filhos, mais espaço/conforto etc), situação essa que acaba gerando sempre mais dispêndio com corretagens, cartório, novas decorações e tal. Só que, para isso, vc acaba gastando um valor maior de uma vez no início.

Já me decidi em alugar por, pelo menos, 3 anos para sentir o que se passa dentro de mim. Daí, então, eu tomaria uma decisão entre comprar ou permanecer por mais o tempo que for no aluguel.

Eu sei que é sardinhagem, mas (kkk)... inevitavelmente vc faz o cálculo do aluguel/valor do imóvel. E, no caso de BSB, a discrepância é absurda. Preço não importa quando fazemos compras periódicas ao longo do tempo, mas no caso de aquisição de imóvel, por ser uma soma expressiva, esses cálculos acabam pesando no emocional, ou até na razão mesmo... aluguel de R$3.500 por um apt de 1,3 milhão é uma razão significativa, penso. Se levarmos o argumento ao absurdo, imagine se um imóvel custasse 2 milhões e fosse cobrado um aluguel de 4 mil reais, começa a não fazer sentido deixar de considerar preço. E BSB tá quase nesse patamar de argumento levado ao absurdo.

Mas estão me ajudando muito! Muito obrigado pelas respostas, que me acalmaram mais. :)

@stunts

Imóvel não é uma decisão financeira.

Se você tem muita certeza que vai ficar onde está pelas próximas décadas, compre ué.

Só acho 30 anos de idade muito cedo para ter tamanha certeza.

É que sou servidor público, nascido na capital, e com família toda também aqui. Além disso, namorada - eventual noiva - também servidora.

Probabilidade de sair é bem remota.

Só lembre que todos compradores e inquilinos de BSB são todos ONREVOG federal, direta ou indiretamente (mesmo o dono da padaria da esquina, vende pão pra funças, que recebem da união, etc), seja legislativo, executivo, ou judiciário. Não há outra fonte ou motivação para dinheiro chegar até aí. Mesmo dinheiro que não tem origem estatal só chega aí por motivação relacionada a alguma função de estado (ex: honorário de advogado acompanhando algo no STF, lobbista legislativo, etc).

A discrepância atual de preços versus yield de aluguel daí provavelmente vem da enorme facilidade de crédito para servidor (até o momento). Muito mais fácil aprovar para um servidor federal - e em valores maiores e juros menores - que para um empresário, CLT ou profissional liberal com a mesma renda. Além disso funça federal de algo que só tem em brasília (não vai ser transferido) vai ter muito mais vontade de comprar do que um profissional normal no mercado, qualquer empresa grande tem diversas unidades no Brasil e mundo afora e comprar só atrapalha (muito mais comum ser promovido com mudança do que no mesmo lugar). Caso o ONREVOG federal chegue a atrasar salários, ou apenas se tiver corte real de gastos, os preços reais tendem a cair (haverá menos crédito e também menos ímpeto dos servidores em se comprometer com dívida, portanto menos reais disponíveis para comprar).

Concordo 100% com o sentido de seu alerta, mas vejo como muito improvável os preços dos imóveis cederem por conta disso.

Geralmente, os proprietários preferem fechar e custear o imóvel a liquidarem a preço de banana. 

Pelo histórico das diversas crises enfrentadas por BSB sempre composta pelos funças, nunca houve esse crash imobiliário. Mesmo com 8 anos de congelamento salarial em ONREVOGs anteriores.

Por aqui, as próprias construtoras tem métodos para esses tempos de crise: repassam seus estoques em lote para fundos institucionais com desconto. Todo mundo ganha. O mercado não fica desesperado por baixa de preços, os fundos revendem depois de um tempo com 20% de lucro, as construtoras se capitalizam e os bancos mantêm as garantias. E segue o jogo.

Como jogo com as probabilidades, não trabalho com nenhum cenário de bolha ou desvalorização abrupta de preço de imóvel por aqui.

Na verdade, pelo contrário, dado o efeito Manhattan e o tombamento. Esses sim com efeitos visíveis no curto, médio e longo prazo no aumento dos preços. 

Não só a demanda é artificialmente elevada, mas também a oferta é artificialmente reduzida porque a cidade tem uma série de regulações pra manter a estrutura original e os espaços adjacentes também são limitados e muito menos nobres que o Plano Piloto.

Mas, vou repisar, a conta de rentabilidade não faz sentido. O principal retorno de um imóvel vem na valorização do principal, o aluguel sempre é muito menor do que o rendimento mensal de um investimento de renda fixa (por exemplo) por causa disso (além do fato de que o perfil de risco é menor). E a valorização do principal não pode ser calculada porque depende muito fortemente do cenário macroeconômico, social e político. Pergunta a quem comprou um imóvel bem localizado em qualquer grande cidade do país há 20 anos se saía vantagem alugar. Muita gente ficou milionária só com isso.

Sim, eu sei que foi um momento específico do país, que saiu de uma hiperinflação para uma economia (mais ou menos) estável. Houve um crescimento populacional, com concentração em ambientes urbanos. Vários fatores contribuíram. Mas você sabe se não haverá outros fatores similares no futuro? Eu não sei.

De outro lado, deixa de investir em imóveis por continha de aluguel e coloca o dinheiro em renda fixa, ações, FII. Aí amanhã a crise piora, ONREVOG fica sem orçamento, estoura regra de ouro, hiperinflação. Poder aquisitivo das famílias despenca, juros e câmbio explodem. A renda fixa vira lixo (ou quase isso), várias boas empresas pioram (ou quebram) e as que continuam boas não crescem tanto quanto poderiam porque a economia toda tá ruim. Isso vai acontecer? Não sei.

O que eu sei é isso aqui: quem tem imóveis tem um teto pra morar, mesmo numa crise grave (supondo que ainda exista direito de propriedade no país - e se não tiver, não tem mais nada). Quem tem imóveis tem um patrimônio que pode gerar renda (aqui, sim, aluguel) com algum grau de proteção contra a inflação (reajuste periódico). E quem tem imóveis pode ter retorno maior, igual ou menor a ações ou outro tipo de ativo, de forma imprevisível, no longo prazo. Logo, ter um imóvel é, sim, em princípio, uma boa decisão de investimento pra carteira, que reduz risco pela natureza do bem e também pela diversificação, sem prejudicar, a priori, o retorno de longo prazo.

Se não for usar o imóvel pra rentabilizar inicialmente, pode usar no futuro, se precisar. Em Brasília, até agora, existe demanda por imóveis de todos os tipos, desde kitnette até 3Q. Tudo questão de ajustar o aluguel (aliás, sempre é questão de ajustar o aluguel, se o imóvel for bem localizado).

Assino embaixo, oxe.

Por sinal, eu sou bipolar ou teimoso mesmo. rs

Minha mãe, com conhecimento nulo de contabilidade/economia ou financeiro mais sofisticado, está muito confortável só comprando imóveis ao longo de sua vida.

Fez isso: comprou, alugou e sentou. Manual composto por 5 palavras.

Mas eu fico louco na futurologia. Daí dá essas ansiedades.

@stunts

Aparecendo pq fui citado e também sou de brasília. Não tenho imóvel, minha esposa tem, o imóvel dela esta alugado. Alugamos um maior relativamente perto do dela e alugamos o dela. 

Na minha opinião é interessante ter apenas UM imóvel de tamanho razoável que comporte sua família e de baixo custo. Moramos no Brasil, nunca sabemos o que vai acontecer. A merda pode estourar a qualquer momento e ter um apê de custo baixo e bem localizado pra morar, pra mim é uma segurança. Se tudo der errado arruma as coisas e vai pro seu apartamento e vive o mais frugal possível até as coisas resolverem.

 

De resto acho Imóvel um desperdício de dinheiro e tempo sem tamanho. Imóvel (principalmente em Brasília) já foi o tempo. imovel em Brasília tem mais de 10 anos que está o mesmo preço, e nos ultimos 3 anos o preço vem caindo (inclusive quanto maior mais barato o metro quadrado já q ninguem tem dinheiro pra comprar). Já tive 3 imóveis em Brasília antes do boom, assim que os preços ficaram fora da realidade eu vendi,

Pra viver de imóvel hoje só se você já estiver nas "dezenas". Impostos comem mais de 1/4 do teu rendimento, por mais que se deixe em imobiliária tem dor de cabeça. Se quiser vender é uma encheção de saco sem fim, + impostos, + cartório, + banco, + advogado, etc etc etc.

Agora se você ja tiver 30 imóveis é ótimo. Assalarido hoje em cidade grande nunca vai ter 30 imóveis de boa qualidade e que o aluguel dê uma renda razoável, a nao ser que ganhe na mega sena.


O imóvel que eu moro, para o dono viver de maneira decente ele teria que ter no MÍNIMO uns 6 com o aluguel que ele recebe após os impostos + taxa da imobiliária.

Melhor coisa de morar em imóvel alugado e ver os moradores chorando por causa de taxa extra, Por mim pode por 10 mil reais de taxa extra, aprovo tudo. Acho ótimo. kkkkkk

Entao resumo: tenha um pra quando/se der merda você tenha onde cair morto, nada muito grande, ou chique etc. Aluga esse e mora num top alugado. Pra mim não tem nada melhor, mas é análise de umbigo e de quem mora em Brasília.

Não sei a realidade de imóveis no resto do brasil. Em brasília essa de que ganha dinheiro no longo prazo e de que aluguel aumenta com inflação não existe. Todo mundo que eu conheço que aluga imóvel aqui nos utlimos anos conseguiu foi é diminuir e MUITO o valor do aluguel... ou seja quem está alugando teve que baixar pra continuar com o inquilino senao ele se mudava pro apê do lado. Meu aluguel não sobe tem 3 anos.

 

 

Análise de 10 anos não é longo prazo. É o mesmo que falar de ações num mercado de lado, dizendo que não servem mais.

"Já foi o tempo": como se alguém pudesse prever o futuro pra saber quando começa e quando acaba o tempo das coisas...

Como tb sou de BSB, lá vai meu pitaco.
Ter um imóvel próprio é importante sim, como já falaram. Mesmo que não seja o que você mora. Pode alugar. Mas tenha pelo menos UM.

Em relação ao aluguel acompanhar inflação, tb não é bem assim. Só corrige enquanto for o mesmo inquilino. E se ele pressionar que vai sair e o mercado não estiver bom, vai ter que abrir mão dessa correção.
Quando há troca de inquilino, é um novo contrato a preço de mercado.

Pra ter idéia, em 2018 pra alugar rápido tive que baixar o aluguel pra nível pré-2012.
Agora em 2019 foi reajustado, mas nem assim chegou no valor que eu recebia em 2013.

Gente, a análise não funciona assim. Primeiro porque aluguel não precisa reajustar por si só, é a soma de principal + aluguel que precisa. Segundo porque não é correto pegar um período pequeno pra fazer a análise e querer extrapolar essa análise para todos os períodos. E, aliás, passado não determina futuro mesmo quando o período de análise é longo. Por último, não dá pra pegar um caso isolado e querer extrapolar para todos os casos.

Imóvel é renda variável. Não é ações, a cotação não pisca no monitor, mas é renda variável do mesmo jeito. E o rendimento na renda variável não pode ser previsto. Esse raciocínio de que nos últimos 10 anos foi ruim é o mesmo desse caso aqui, olha:



Essa empresa passou mais de uma década no "já era, nunca mais vai ser como era antes".

Quer dizer que a empresa (ou o mercado de imóveis) necessariamente melhoraria? Não. Mas ninguém consegue adivinhar essas coisas.

Obrigado novamente pelas contribuições. Certamente, diversos pontos de vista ajudam a formar um conceito individual e adequado à realidade de cada um.

Desde que não envolva deslumbramento, previsão de futuro e se achar mais esperto que os outros, penso que são análises razoáveis, como é de praxe nessa comunidade, pela qual agradeço novamente.

O bgsouto, brasiliense que é, tem uma visão mais calcada na prática peculiar da cidade, que pode fugir um pouco à regra geral que estimamos como corretas em investimentos, tais como: não olhe preços, veja valor, não foque em rentabilidade etc.

O oxe, por sua vez, (tal como o Masamune) foi cirúrgico nos pontos emocionais e psicológicos sobre a minha angústia inicial: como me desapegar do dinheiro se a decisão de compra já tiver sido tomada.

A meu ver, ambas as considerações podem conviver tranquilamente, pois não envolvem necessariamente "operar" preços e prever futuro no cerne, mas apenas uma escolha entre participar ou não do mercado imobiliário em uma cidade em questão, Brasília. Não foi falado que essa regra deva ser aplicada no mercado imobiliário geral, o que, sim, seria temerário.

Eu ilustrei a exceção à regra com o argumento do absurdo que, a meu ver, é quase como está aqui em Brasília: apartamentos valendo 2 milhões, e aluguel a 4 mil reais. Nessas situações, também não analisamos preço e somente valor? Se for pra 3 milhões, e o aluguel a 6 mil reais, continua com esse raciocínio? Vão falar que é argumento de exceção. Não é. Acontece aqui.

Acaba que tende a retornar ao dilema de aluguel x comprar, pois, aqui, pra comprar, a pessoa invariavelmente vai entrar num financiamento e participar dessa ciranda. Poucos têm condição de dar na bucha um valor desse. Talvez o aluguel seja a única opção racional em Brasília, o que não quer dizer que seja desaconselhável a compra, pois envolve também fatores emocionais.

Termino dizendo, e discordando um pouco do bgsouto na questão da tranquilidade financeira apenas comprando em imóveis em BSB. Como falei, minha mãe, mera funça federal, ao longo da vida, comprou diversos imóveis aqui (desde kitinetes a 3Q) e, hoje, sua renda mensal é dividida igualmente entre aposentadoria e os alugueis, o que considero uma diversificação invejável e quase imune a crises. Nunca pensou em preço, rentabilidade ou algo do tipo. E continua comprando mesmo com o mercado atual, "inflacionado" a nosso ver hehehe.

Bom, i digress... rs

Continua sem olhar preço, stunts.

O aluguel não é o rendimento do imóvel. O retorno de um imóvel é a soma aluguel + valorização do principal. Ambos dependem das condições de mercado e ambos se relacionam, mas não é uma análise tão direta.

Você fala de aluguel de 4 mil por imóvel de 2 milhões. Isso é proporção de 0,2%. Em algumas regiões de Recife, essa é a proporção normal. Meus sogros moram num prédio em que é exatamente essa a proporção atual. Tem gente alugando e tem gente comprando também.

Eu alugava um apartamento em Petrolina, no meio do sertão nordestino, por 1000 reais. O apartamento foi vendido posteriormente por 300 mil, o que dá uma proporção de 0,33%. E estamos falando de interior, ainda que seja um polo regional.

Você fala como se fosse algo absurdo, descasado da realidade. Não é não. O que impressiona em Brasília não é a proporção, mas que esses preços sejam cobrados por imóveis antigos. Mas aí entram as particularidades da oferta X demanda de Brasília, como já citado. Além do fato de que é um local de alta qualidade de vida.

Independente disso, o raciocínio é o mesmo. Não dá pra comparar se vale mais a pena alugar ou comprar porque é impossível saber o retorno futuro da compra. O mercado agora está deprimido, inclusive em Brasília (sim) e o retorno do passado próximo não está bom. Mas isso não serve como indicador futuro, não dá pra saber como o mercado vai se comportar nos próximos anos. Pode realmente sair mais vantagem alugar, mas pode não sair e ninguém tem como adivinhar isso.  Afinal, esse mesmo imóvel que hoje está 2 milhões daqui a alguns anos pode estar 4 ou 5 milhões, ou mais, ou menos.

E como a pessoa se protege dessa incerteza? Não é apostando, é diversificando. Mais vantagem sai ter um ou outro imóvel e mais uma carteira de vários ativos que ter só imóveis ou não ter imóvel algum.

Você tem toda razão, oxe.

Obrigado por me trazer à realidade.

E tenho o exemplo da minha mãe como respaldo. Atual, diga-se de passagem.

Às vezes a gente bule com o bullshit e começa a nadar no pântano. 

Vou tentando recobrar minha sanidade no meio tempo.

Mas valeu aí a todos que enriqueceram a discussão.