"Ah mas as energias alternativas..."
comentada em 27/08/2019 21:22

Bloomberg - Are you a robot?

Vixi, não dá pra compartilhar Bloomberg...

@alyr3

Aqui abriu normal. Bem interessante por sinal.

Energia solar e eólica são muito instáveis e imprevisíveis. O ideal é que os países tenham uma matriz energética bem diversificada para que seja resiliente a diversas condições adversas como secas, dias nublados, baixo vento, alta nos combustíveis e etc.

Mesmo o Brasil, que tem uma matriz majoritariamente de hidrelétricas despacháveis, já vem enfrentando algumas dificuldades com a alta geração eólica do Nordeste. Infelizmente é o cobertor curto de sempre, ganha de um lado perde do outro. Essa transição rápida pra energias renováveis tende a trazer ganhos ambientais, porém com perda de confiabilidade dos sistemas elétricos de potência. 

O sistema elétrico de potência tem um ponto de equilíbrio muito sensível... os caras do ONS devem estar pirando pra conseguir manter o sistema de pé.

E a instabilidade no subsistema Nordeste pode piorar ainda mais com a entrada de muitas plantas solares. A "duck curve" vai começar a fazer efeito.

O outro ponto é que todo mundo pensa que as fontes renováveis não tem nenhum impacto ambiental. Têm sim, claro que é menor que nas fontes convencionais, mas tem. Toda fonte de energia tem.

@xyqyn diversificação é bom, mas pra mim o problema é que hoje se olha somente para fornecimento (e preço) da energia.

Ninguém está planejando a expansão do sistema e o incremento nos famosos "serviços ancilares": reforço de transmissão, estabilidade da rede, reserva girante, armazenamento, etc

O sinal econômico  do modelo do setor estimula a entrada de nova oferta de geração (normalmente intermitente) aonde não há muito consumo, e o desequilíbrio vai crescendo, e pode crescer a ponto de tornar o sistema inoperável.

O problema não está no uso de trilhar um caminho para a utilização de energias renováveis que eu acredito sim que é o presente e o ORUTUF (até o domínio completo da fusão nuclear).

O grande problema é o que já foi comentado, estão criando apenas os parques geradores a rodo, sem se preocupar com as malhas de transmissão e de armazenamento para despacho imediato nos momentos de pico.

O grande problema nos EUA e outros países europeus é que a grande maioria da geração de eletricidade é de fontes fósseis (petróleo, carvão, combustíveis e etc) que são "despacháveis rapidamente" no sistema e possuem poucas fontes renováveis de melhor garantia e despacho rápido (hidrelétricas e termelétricas a biomassa). Os gráficos abaixo demonstram isso:





Já aqui no Brasil, nosso parque gerador é predominante de fonte hídrica, cujo despacho é "imediato". O nosso problema é que em períodos de seca, nós ficamos a mercê de São Pedro pra nos ajudar com uma chuva e encher os nossos reservatórios.



A crescente construção de parques geradores eólicos e solares está correta no meu ponto de vista, visto que eles tem como objetivo gerar energia para consumo imediato e tentar suprir a demanda o máximo possível, fazendo com que as fontes renováveis "mais garantidas" (hidrelétricas e termelétricas a biomassa), armazenem energia em potencial para ser despachada em momentos de pico.

Além disso a fonte eólica é complementar a hídrica, visto que os períodos de maior predominância dos ventos, aqui no Brasil pelo menos, é nos períodos de seca, quando sempre temos os nossos reservatórios em baixa.

A grande saída para a solução do problema de fornecimento de energia limpa no mundo está na diversificação (até aqui ela salva) do parque gerador juntamente com transmissão e armazenamento que devem ser muito bem planejados ao longo dos anos.

Aqui no Brasil esse estudo e planejamento são feitos pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) cujo já possui relatórios do PEN-2030 e PEN-2050 (Plano Nacional de Energia), para aqueles que tiverem curiosidade de ver e ler o estudo segue os links:

https://tinyurl.com/PEN-2030

https://tinyurl.com/PEN-2050

@vinicius.durgiewicz
@FabioGama

Bem interessante, obrigado pelos comentários.

Obrigado por enriquecerem o debate

Para compensar, no Brasil estão sendo construídas mais usinas de despacho rápido a gás natural; além disso, o Brasil pelo clima, terras e outros fatores, é o único (ou um dos) que vale a pena plantar árvores para queimar em usinas de cavaco de madeira e ter termelétricas renováveis.

Interessante o vídeo, fala de coisas que ninguém leva em conta (o footprint completo do impacto ambiental de cada fonte) mas sei lá... não gosto do tom do cara, meio "sou do contra".

O aumento do consumo de carvão na Alemanha está claramente ligado ao fato de as nucleares estarem saindo. Também por isso, a poitica energética alemã incentivou o aumento das renováveis: daí o crescimento  sobretudo de wind e solar distribuída.

Mas é melhor usar o carvão "só de noite" do que o dia inteiro. O problema é como manter esse grid em pé.

A questão, de novo, é como montar um modelo de mercado que consiga dar o incentivo economico necessário aos players para a que expansão da geração siga o caminho definido em um planejamento central. Se deixar livre aos agentes econômicos, o sistema cresce desordenadamente e se torna inoperável.

Não acho que seja economicamente viável plantar árvores para gerar energia. Me parece no mínimo menos viável que qualquer outra fonte...
Quanto tempo você precisaria investir e esperar pra começar a gerar?