Geração de Riqueza
comentada em 28/12/2019 22:45

Compro água no atacado por R$0,90, vendo pra voce no semáforo por R$2
A fábrica ganha, o funcionário da fábrica ganha, a fábrica de garrafa plástica e seus funcionários e fornecedores ganham, o atacado ganha, o caixa do atacado ganha, eu ganho, a transportadora ganha, a fábrica de gelo ganha, a fábrica de impor ganha, o ONREVOG ganha e você fica sem sede, cadê a soma zero?

Pensa em eficiencia que fica mais facil de ver. Por exemplo, se alguma empresa cria um carro mais eficiente que faz 30km/L ela vai gerar muito valor para todo sistema sem tirar riqueza de ninguem.

"Preciso de um exemplo simples, como se alguém estivesse explicando a uma criança."
Chama o @Bastter, me parece que agora vai ter curso pra criança tbm...

Soma zero ta maluco? Você compra um item por X reais porque você acha que aquele item ou vale X ou vale X + algo (nem que seja 0,01 centavos) o cara que te vende, te vende a X porque comprou a X - 1, logo todos ganham.... 

 

Ninguem perde em uma transação comercial. Até o onrevog tem a parte dele, eu ia falar que ganha, mas no caso ele rouba mesmo...

Complementando os exemplos que já foram dados, é importante lembrar que o dinheiro circula. Mesmo que você ganhe dinheiro "em cima" de alguém, esse dinheiro não fica guardado num cofre pra sempre, foi só uma transação em um ciclo maior. Se você ganha mais, também gasta mais, e esse dinheiro volta pro sistema, circula, gera mais trabalho e renda.

@HaunterEvoluido no seu exemplo o dono do posto da esquina vai vender menos gasolina, portanto estou tirando renda dele

@fmmlobo no seu exemplo o dono da adega da esquina vai vender menos agua....

outro exemplo se o Brasil começa a exportar mais ele estaria tirando essa fatia de algum outro pais que exportava o mesmo produto...(?)

Desculpem esqueçam o soma zero (foi bobagem!) e considerem somente "Na minha cabeça  para alguem gerar riqueza ele teria que tirar essa riqueza de outro"

Riqueza vem através da produção, onde o lucro ou mais valia fica com o dono do negócio. Agora se o mundo gera riqueza ou os ONREVOGs vão aumentando a emissão de papel moeda não sei.

@whommer

Putz cara nada a ver hahaha

Todo dia as pessoas geram cada vez mais riqueza, 30 anos atras nem o mais rico dos mais ricos tinha um misero celular, hoje qualquer pé rapado tem um smartphone. Um rei da idade media tinha uma vida pior do que alguem de classe baixa nos dias atuais.

Daqui 30 anos o PIB mundial vai ser invariavelmente maior, tudo vai ser mais eficiente, a qualidade de vida vai ser melhor. Tudo isso é consequencia da geração de riqueza, sugiro que voce leia algo relacionado a isso, porque acreditar em soma zero e querer discutir isso aqui é como ser anti-vacina e querer discussão, não tem como discutir isso, se é que voce me entende.

acho que se resume a demanda e oferta.
"Oferta e demanda são as duas forças que garantem o funcionamento de um mercado, determinando preços e a quantidade de produtos oferecidos."

@HaunterEvoluido cara agradeço e juro que estou procurando ajuda para entender isso....eu concordo com tudo que vc colocou, porém a cabeça não ajuda..rsrs....vc tem alguma link site com explicação disso...tks

@HaunterEvoluido provavelmente ele vai tirar uma fatia do mercado de outros fabricantes de automóvel.

Acho que você está confundindo dinheiro com riqueza. De fato, a quantidade de dinheiro no mundo é limita (exceto pelos ONREVOGs imprimindo mais, mas deixemos isso de lado para esse argumento), então se o consumidor passa de um vendedor A para o B, então o B perdeu, né?

Então, não...

Porque o B quando perde o cliente, acontece o que com ele? Ele seca e explode? Comete suicidio? Morre de fome? Não. (bem, se ele se abraçar com os "meus direitos" e esperar o ONREVOG é capaz sim).

O que ele tem que fazer é produzir alguma coisa para fazer as pessoas voltarem a dar dinheiro para ele - e alguma coisa melhor do que ele fazia antes. Percebe como o ciclo inteiro se puxa para cima o tempo todo?

Você tinha um produto, aí perde para outro produto melhor, então você vai fazer outra coisa melhor do que o que você fazia e assim indefinidamente. Ninguém realmente perde enquanto você continuar disposto a se puxar para cima, e assim toda humanidade vai se puxando para melhorar cada vez mais.

ninguém tira riqueza de ninguém, se tem muita oferta e pouca demanda o preço tende a cair, se tem muita demanda e pouca oferta, o preço tende a subir, o mercado vai se ajustando automaticamente de acordo com as concorrencias. por isso é dito sempre qui no fórum que não existe oportunidade, não existe almoço grátis, os preços sempre se ajustam conforme oferta e demanda... eu entendo assim.

@CdeC valeu cara é por aí mesmo que quero fechar meu raciocínio e aplicar o exemplo em alguma comunidade carente que saí de uma situação de penúria e através da geração de riqueza melhora a vida de todo mundo (ou da maioria)

Seria este vídeo?

Veja a situação dos reis no século XIX, que dificilmente tinham o tanto de alimento e conforto que a gnt tem hj (mesmo que de classe média)
em um mundo com bem menos gente.

  

Gerar riqueza é agregar valor a algo

Como isso cria perdas para outro?

Vc trabalha em cima de algo,incrementa,oferece comodidade,aumenta produtividade

É melhorar a vida das pessoas

Ganha todo mundo

Essa ideia de que para que um ganhe o outro deve perder é infelizmente muito comum. Somos estimulados diariamente a acreditar nisso. Infelizmente isso leva a uma mentalidade de escassez e a uma crença bastante limitante. Com essa crença, não iremos querer ganhar, porque não queremos que alguém perca. Aí a gente se sabota e acaba fazendo besteiras aparentemente inconscientes e nosso processo de enriquecimento fica prejudicado.

Eu vejo assim: sem entrar na matemática da coisa, o dinheiro é abundante. É como se tivesse para todos. A prosperidade e o enriquecimento vem de ideias e inovações que levam a processos mais eficientes, reduções de custos etc. A medida em que essas transformações acontecem, as partes envolvidas têm que se adaptar e melhorar. Isso faz parte de um crescimento e desenvolvimento econômico que deveria ser o normal. Para quem se adapta e melhora, o dinheiro está lá, crescente. Quem não consegue, fica para trás, mas não porque alguém "pegou o seu dinheiro", mas sim porque foi incapaz de acompanhar o desenvolvimento e não conseguiu mais partilhar da renda total do sistema.

E outra coisa: pessoas enriquecem como consequência do que fazem para beneficiar o mundo e a sociedade. Não são pessoas cruéis que detonam outras pessoas para enriquecer. Claro que isso também existe, o mundo não é de fadas, mas se a nossa crença for baseada nisso, será limitante e irá nos prejudicar, incutindo uma culpa inútil e irreal.

A mentalidade de abundância parte do pressuposto de que o dinheiro e a riqueza precisam circular. Quanto mais fazemos parte desse sistema, entendendo que temos que sempre procurar melhorar, inovar, criar, mais faremos o sistema todo crescer, e nossa parte também será maior.

Pense então no exemplo de transformação. Um bem simples para fazer uma colher de alumínio é preciso alumínio matéria prima, então através de um processo X(quimico, industrial manual,etc)  vc transforma alumínio matéria prima em um produto colher. Outro exemplo vc produzir um Jarro usando matéria prima argila. Essa transformação de matérias primas em produtos que podem ser matérias primas de outros produtos é uma das formas de gerar riqueza. É claro que essa transformação não se aplica somente a produtos físicos, as trocas entre pessoas, de serviços por exemplo, também são uma forma de geração de riqueza. 

Exemplo:

Suponha que o valor de seu carro está em te transportar.
Seu carro estraga.
Enquanto seu carro estiver estragado, ele não vale nada para você.

Vc leva ao mecânico e o mesmo conserta seu carro.
Foi gerado valor para você, seu carro passou  a ter utilidade de novo.
O mecânico é remunerado por isso (o dinheiro tem utilidade para ele).

Essa semana os post estão caprichados

Se não me engano, na explicação do OXE falava que valor tinha a ver com utilidade...

Uma coisa que tem valor para alguém é uma coisa que tem utilidade para alguém (ou que gera algo que tenha utilidade para alguém)

Nada a ver esse pensamento de estar dando dinheiro para o mais eficiente e competitivo o cara do posto de gasolina ou da quitanda que vende gasolina ou água mais caros

O problema são eles,que são incompetentes e medíocres,eles perderam para eles mesmos

Tiveram foi é sorte de ganhar algum por algum tempo,antes que aparecesse alguém capaz,pois eles é que estavam roubando a sociedade,através de monopólios,ineficiência,protecionismo,reserva de mercado,etc

Essa gente tem que ser excluída do sistema,só traz atraso para todos

1-Vá no mato e pegue um toco de árvore
2-Entalhe a madeira e a transforme num artesanato de decoração, agregando valor ao bem
3-Coloque a venda por R$ 50,00
4-Aguarde aparecer alguém da sociedade que tenha sua demanda suprida por esse artesanato e tenha mais interesse em tê-lo do que em ter uma nota de R$ 50,00 na carteira

Pronto, criou-se riqueza

@whommer,

 Acredito que esses links abaixo possam ajudar na sua dúvida.

[REMOVIDO] Brasil - Por que a economia não é um jogo de soma zero

[REMOVIDO] Brasil - Como a riqueza é criada - e por que ganhar bilhões no livre mercado não empobrece ninguém

 Os comentários dos frequentadores dos links acima tb são, em sua maioria, de alto nível.

 Abraços.

Acho que você misturou um pouco riqueza(ou valor) com dinheiro
Toda vez que alguém produz algo, essa pessoa gera valor sem gerar prejuízo para ninguém, uma vez que o que ela produziu não existia, logo foi adicionado ao mundo por assim dizer
A forma de obter algo com prejuízo a outrem é roubando, nesse caso sim, um ganha e outro perde
O que não é tão óbvio assim, e no fim acaba alimentando a impressão de injustiça social, é que nem todo mundo começa o jogo no 0. Toda ação que fazemos impacta nossa geração futura(filhos, netos, bisnetos). Logo, se você acumula bens, e eles te dão uma vantagem produtiva, e seus sucessores podem herdar essa vantagem, da uma impressão que alguns com fração do esforço fazem mais do que outros molhando de suor.
Essa já é outra discussão, que envolve muito mais o social, mas deixa claro que a constituição de família e manutenção dessa "entidade" é um diferencial positivo enorme para gerações sucessoras, coisa que nem sempre as pessoas associam hoje em dia(familia -> riqueza).
Essa discussão vai longe

Pessoal agradeço as respostas, principalmente essas últimas que me fizeram finalmente entender e fechar o conceito!!

"é dando poder aos outros que a gente se torna poderoso" (Jack Ma - Alibaba)

(mais ou menos isso ok)



 

"Eu não inventei nada, apenas peguei algo que já existia e fiz melhor" (Júnior Durski - Madero)


"todo dia é o dia um" (Jef Bezos - Amazon)
(mais ou menos isso)


olha a história da cacau show



olha a história da Havan tb...
Acho que se você compilar as lições em trajetórias de sucesso você vai entender como que se gera riquezas..

Se fosse pra dizer tudo meio que em uma frase só, eu diria algo do tipo  "Agregar valor na comunidade que está inserido, de forma contínua e contribuindo para o crescimento e desenvolvimento daqueles que te cercam"

Geração de riqueza material significa geração de valor, de utilidade.

Isso acontece através de poupança e investimento de forma a aumentar a produtividade.

Imagine uma sociedade em uma praia com 5 pessoas, cada uma pesca 1 peixe por dia e o come. Precisam de 10 horas para isso. O resto do tempo descansam e dormem.

PIB per capita = 5/5 = 1 peixe/dia.

Uma delas tem uma idéia de fazer uma arapuca. Para isso ela passa 1 dia pescando e come meio peixe (consumiu menos no presente). No dia seguinte ela, alimentada pelo outro meio peixe, desbasta galhos de árvores e monta uma arapuca, gasta o dia todo assim.

Amanhece um novo dia. 4 dos homens pegam 1 peixe cada, mas o que fez a arapuca, graças a ter poupado meio peixe (poupança) que o permitiu investir horas em uma arapuca (capital), agora em 10 horas ele pode pegar 5 peixes.

PIB per capita = 9/5 = 1.8 peixes/dia. Ocorreu um enorme crescimento econômico e de padrão de vida.

Mas ninguém mais aguenta comer peixes, então o pescador pesca peixes que troca com os outros por coisas que eles consigam pegar na floresta, pelo serviço de fazer fogo e assar, etc. Digamos que antes não valia a pena passar o dia pegando frutas na floresta pois não enchia a barriga. Agora vale, pois pode pegar frutas na floresta e trocar elas por peixe que agora tem excedente, pois a economia cresceu e com isso permite divisão do trabalho (ao invés de trabalhar para subsistir, pessoas podem trabalhar para TROCAR entre si). Digamos que antes não valia a pena alguém passar o dia catando lenha e fazendo fogo, agora vale, em troca de 1 peixe para assar, etc. A linha final é que graças à poupança e investimento, agora ao invés de peixe cru sem nada todos, através de trabalho e trocas, agora podem comer peixe assado, temperado, com frutas e salada. A sociedade ficou muito mais rica.

O ciclo de riqueza da sociedade é:

poupança -> investimento -> aumento da produtividade -> maior produção de bens e serviços.

Eu já vi uma empresa que tinha sONcios japoneses. A mesma máquina no japão produzia 5x mais que no BR. A diferença? Uns US$25 milhões que precisaria investir em automação da alimentação, embalagem e setup. O investimento se pagaria? Não no Brasil, o juro aqui é alto, é mais barato produzir menos pagando mais gente para fazer a mesma tarefa. E por que o juro é alto? Pois o país tem uma péssima taxa de poupança, e o pouco que poupamos o ONREVOG absorve. E por que o japonês ganha mais? Pois ele poupa, com isso a economia tem maior intesidade de capital, com isso o MESMO OPERADOR fazendo o MESMO TRABALHO produz mais no Japão que aqui e por isso ganha mais. É um círculo virtuoso.

Não há atalhos. Maior riqueza material = precisa de investimentos. O Brasil é um dos que menos cresce no gráfico abaixo pois é um dos que menos poupa e investe, fim.

tenho dúvidas se uma criança entenderia a explicação do @celtiberian haha

A explicação mais simples de todas uma criança também não entenderia.

É a seguinte: uma troca voluntária gera valor por definição, caso contrário não ocorreria.

A minha primeira mensagem mostra mais o mecanismo de como uma SOCIEDADE enriquece.

Mas a resposta como a economia não é um jogo de soma zero é respondida pelo marginalismo (utilidade marginal, ou seja, o quanto de utilidade um item adicional gera):

Você tem 50 pedras e uma pedreira. João tem 50 bananas e uma bananeira.

A utilidade marginal de 1 pedra a mais para você é péssima. Para o João é ótima.

A utilidade marginal de 1 banana a mais para o João é péssima. Para você é ótima.

Você troca 15 pedras por 15 bananas do João. Os dois saíram ganhando. Você agora tem o que comer, e João pode começar a fazer uma casa.

A utilidade marginal também explica por que o pescador trocaria peixes por frutas, mesmo que peixe alimenta mais: peixe ele tem de sobra, fruta não tem.

Exemplo bem simples,  peça para quem trabalha com AutoCad deixar de usa-lo e desenhar com prancheta.  Quem desenvolveu o cad gerou riqueza? ????

Trade para crianças, agora vai

Obrigado aos que procuraram e CONSEGUIRAM tirar uma dúvida real que eu tinha!
Saio dessa bem mais rico do que quando entrei com minha ignorância
Vocês criaram riqueza para mim e talvez para alguem mais que tinha a mesma dúvida e fica com vergonha de perguntar

A gente zoa com a coisa das voadoras, mas aqui o sistema de ir pra frente é meio bruto mesmo e o que importa é que no fim todo mundo ganha kkk

@whommer me diz a utilidade de saber isso
nao to zoando
to querendo entender
pq nao consigo achar qq utilidade em saber isso
a nao ser conhecimento gerais
ai tudo bem

@Bastter era um bloqueio cognitivo sério eu não entender isso. Ficava matutando, matutando e não conseguia fechar o circulo.Com as respostas que deram isso foi eliminado e consegui tirar esse peso inconsciente que meu ganho implica que outro está perdendo...é sério isso...enfim hoje fiquei aliviado, posso continuar a ganhar meus trocados com a consciência limpa

@whommer entao valeu mesmo
entendi sua preocupação, serio

fico feliz mas tenho de dizer que estou:

hahaha a primeira explicação dele  foi ótima, aí cutucaram ele que estava difícil para uma criança entender e ele emendou outra que ai FU......

@whommer
Você já foi em uma fazenda? É bem fácil você ver riqueza brotando do sol, da chuva, dos animais e do trabalho, sem empobrecer ninguém. 

@whommer

Na verdade acho que o @cyro10 quis dizer foi que a explicação é tão cristalina que até uma criança entende.

Aliás vou testar com as minhas.

@celtiberian, obrigado pelas palavras.

Tem x de riqueza no mundo. 
Aí vc planta um pé de feijão (gasta um grão de feijão).
A chuva rega, o sol ilumina, a terra e o ar suprem os nutrientes.
O pé cresce e produz vários feijões.
Vc vende esses feijões.
Pronto, gerou riqueza e ninguém teve que perder nada.

Neste exemplo vc pegou terra e transformou em dinheiro ( que significa alguma coisa só para o seromano). 

No universo, nada se cria... tudo se transforma. 

Como disse o Mestre dos Magos em um episódio para Eric fazer suas escolhas com sabedoria: (Eric havia recebido os poderes do Mestre dos Magos e perguntou se podia fazer brotar água no deserto, naquele momento.)
- Para que essa água surja aqui, ela deve deixar de surgir em algum lugar. 

Riqueza para nós pode significar dinheiro (físico ou virtual). Mas não significa nada para um macaco. Krill não significa nada para um cangurú. Então a riqueza é relativa. 
O negócio é vc transformar algo que não tem valor intrínseco (um pedaço de terra por exemplo) em algo que tenha valor para alguém - não necessariamente um ser humano. 
Quem tem uma vaca leiteira ou uma galinha chocadeira entende bem mais fácil o que é isso. Ninguém quer comprar um quilo de grama, mas todos querem um litro de leite. E o leite nada mais é do que uma mistura de água e grama feita pelo organismo da vaca. Mistura grama com 1 litro água e tenta vender...

@ClarkKent novamente cai no que falei, oferta e demanda, se tem pouca oferta e muita demanda significa que algum produto ou serviço é muito procurado, consequentemente fica valorizado, agora se tem muita oferta e pouca demanda o valor tende a cair, significa que aquele produto ou serviço é ou  está ficando obsoleto. O mercado vai se ajustando naturalmente. 

Só vi agora que o @Henrique59 postou um vídeo que aborda o que eu postei. O que falei dos peixes ali é mais ou menos inspirado nesse livro (muito bom por sinal):



 

E o livro acima imagino que é a versão livro dos quadrinhos que aparecem no vídeo, do pai do Peter Schiff.

@celtiberian muito legal essa explicação, dentro dessa linha de raciocínio podemos imaginar que o potencial de riqueza é ilimitado? 

@fliparts

Sim, o potencial de riqueza é ilimitado. E a demanda por riqueza é ilimitada.

Como já falaram acima, o potencial de riqueza não é limitado pelos recursos naturais, pois em termos de matéria e energia no universo nada se destrói ou se cria, tudo se transforma.

em 1800 tantas toneladas de minério de ferro virava 3 bigornas
em 1920 virava 1 Ford T para andar a 20 por hora
em 2019 vira 1 carro mais rápido que os esportivos de 100 anos atrás e infinitamente mais confortável e seguro

em 1800 silício era areia
em 1900 silício era areia
em 2000 silício é usado para fabricar microprocessadores que permitem um nível de riqueza e comunicação nunca antes visto, um pobre ocidental tem acesso a informações do mundo todo facilmente, levando no bolso dele mais capacidade de processamento do que um mainframe de 1 milhão de dólares de 40 anos antes.

Isso é riqueza com os mesmos recursos.

E isso que nós nem vamos viver para ver a fase da exploração espacial, aí sim com matéria prima praticamente ilimitada a coisa vai que vai quicando XD

Gerar riqueza = criar algo necessário, ou que a sociedade demande.

Jogo de soma zero = especulação (comprar para vender mais caro, pura e simplesmente)

Achei a explicação do celtiberian demasiadamente teórica, apesar do autor do post ter entendido, gostaria de tentar simplificar de modo que outros entendam.

Há uma gigante confusão sobre riqueza porque medimos riqueza como quantidade de dinheiro. Esse é um erro incorrido desde os mercantilistas, que mediam riqueza pela quantidade de metais preciosos que o país possuía.
Quem mostrou que essa visão de riqueza era errada foi David Hume, ao mostrar para os mercantilistas que o acúmulo de metais preciosos na economia desvalorizava os mesmos e diminuía o consumo, que determinada quantidade de metais antes consumia, ao longo do tempo. A mesma ideia vale para dinheiro hoje, quanto mais dinheiro existir na economia, menor será seu valor ou o que ele pode comprar. Portanto, o dinheiro é de certa forma uma quantidade finita (mesmo que o ONREVOG imprima mais) e para um ter mais dinheiro, outro necessariamente terá que ter menos. 

É disso que muitos analisam a economia como soma zero. O problema disso é que, lembrando o que é pregado muito corretamente aqui, dinheiro é apenas UM MEIO. Mas meio de que? Meio para quantificar o valor das trocas de bens e serviços (escambo). Entender essa última frase é importantíssimo, então repetirei: "Dinheiro é apenas um fator que quantifica o valor para troca dos bens e serviços".

Porque entender isso é importante? Porque O FIM é ter mais riqueza e riqueza nada mais é que acessar cada vez mais bens e serviços. Assim como quanto mais dinheiro se têm na economia, seu "preço" cai. Quanto mais de um mesmo bem ou serviço você tem na economia, ou seja, quanto mais de um bem ou serviço é produzido na economia, seu preço irá cair monetariamente. 

Um exemplo prático disso, qualquer nova tecnologia começa a preços altos e com apenas ricos podendo acessar. Contudo, com o aumento da produtividade, aumenta a quantidade desses bens na economia, seu preço cai e vira acessível universalmente gerando maior riqueza para a população como um todo.

Por isso o celtiberian diz que o que gera a riqueza é produtividade, que a aumenta a quantidade de bens e serviços na economia e, por consequência, aumenta o acesso a bens e serviços para a população e, deste modo, gera riqueza.

@Plutus

Só vou ir um passo além do que você comentou: riqueza é utilidade, e a utilidade é marginal (valor subjetivo). Você provavelmente sabe disso, estou comentando para sedimentar bem o conhecimento dos que estão lendo.

Mesmo que a produção de bens fosse fixa, sem ter como investir em maior produtividade, haveria criação de riqueza nas trocas voluntárias. Isso acontece pois a troca aumenta a utilidade total dado o fenômeno da utilidade marginal.

Utilidade marginal significa que cada unidade adicional de algo gera uma utilidade menor que a anterior.

Iso é bem fácil de notar. Se você tem 0 bananas, ter +1 banana gera uma certa utilidade. Se você tem 50 bananas, ter +1 banana gera bem menos utilidade que a primeira banana.

É aquele exemplo que falei. Economia tem 2 pessoas, um tem uma pedreira e 50 pedras, outro tem uma bananeira e 50 bananas. Eles podem morrer ambos (um de fome, outro sem abrigo), ou trocar entre si e ambos ficarem mais ricos: com a barriga cheia e tendo onde se abrigar.

Com a utilidade marginal, todas trocas voluntárias geram valor (utilidade, riqueza) por definição. Pois as pessoas trocarão algo que para elas tem menos utilidade que para um terceiro, em troca de um item que para o terceiro tem menos utilidade que para elas. Os dois se saem melhor que antes. Esse é o fundamento principal da economia não ser um jogo de soma zero MESMO com sem aumentar produção. Quando soma livres trocas + poupança>investimento>produtividade, aí tem a explosão de riqueza em que vivemos hoje (as pessoas ocidentais não tem a mínima noção como somos extremamente ricos, você pegar qualquer pessoa da história de 1800 pra trás e cair de para-quedas hoje no ocidente ela vai chorar de emoção, ela vai dizer que todos vivem como reis).

E complementando o que o @celtiberian falou sobre o pessoal de 1800 achar que todos vivemos como rei.

David Ricardo, um dos fundadores da Teoria Clássica da Economia e do Comércio Internacional, se não era o homem mais rico da Inglaterra na época, era um dos mais ricos. Ele não precisava trabalhar tamanha riqueza detinha.

Esse cara morreu aos 51 anos de uma infecção no ouvido no ano de 1823. Hoje, apenas pessoas em extrema pobreza morrem deste tipo de doença em uma idade que consideramos cedo para morrer. Isso só foi possível pela quantidade de bens e serviços que são ofertados e acessados pela população em geral. O problema da aposentadoria só surgiu recentemente, porque só recentemente as pessoas vivem tanto e isso se deve ao acúmulo de riqueza que detemos, ou seja, a variedade de bens e serviços disponíveis.

Olha, eu ando meio sem tempo. Tô vendo agora o tópico, que já tem 59 comentários (os quais não li, infelizmente). Provavelmente já responderam adequadamente sua dúvida.

 

Mas, como você me marcou e para não ser descortês, vou responder novamente, mesmo correndo o risco da redundância, ok? Certamente o post vai ficar muito grande, pelo que já antevejo de como vou abordar a resposta, então vou dividir em mais de um comentário.

 

Imagine uma sociedade simples, em que há apenas 3 pessoas, um pedreiro, um pescador e um tecelão. Os 3 produzem bens úteis para todos, numa taxa que varia com a atividade, e trocam entre si para satisfazer suas necessidades.

 

Essas trocas de bens escassos são as trocas econômicas. As 3 pessoas que trocam entre si são os agentes econômicos.

 

Suponha que o pedreiro consiga produzir uma casa por mês. Ao fim do ano, ele teria produzido 12 casas. Igualmente, o pescador captura 150 peixes por mês, ou 1800 por ano. E o tecelão produz 3 peças de roupa por mês, ou 36 por ano.

 

Ao final de um ano, a riqueza total produzida nessa sociedade foi de 12 casas + 1800 peixes + 36 peças de roupa. A riqueza, portanto, é o total de bens produzidos num dado período de análise.

 

Ocorre que esse exemplo é o de uma sociedade muito simples, que existe apenas na teoria. Na prática, as sociedades não trocam os bens diretamente, através de permuta. Normalmente, as pessoas utilizam um bem intermediário para as trocas, uma MOEDA.

 

A moeda serve a 3 diferentes funções.

 

Em primeiro lugar, ela serve como meio de troca. Ao invés de entregar peixes ou casas, eu pago pelo que adquiro em moedas. Isso é muito mais conveniente pra mim, que pago, e também pra quem me vende.

 

Em segundo lugar, a moeda serve como unidade de conta. Ou seja, ela serve para expressar os preços dos produtos. Antigamente, quando as trocas eram feitas "in natura", a todo o tempo eu tinha que pensar, por exemplo, em quantos peixes equivalem a uma casa. Agora, eu posso dizer que a casa vale, digamos, 1000 moedas, enquanto o peixe vale 5 moedas. Dessa forma, é evidente que uma casa vale 200 peixes.

 

Sobre a terceira função da moeda, falo mais à frente.

 

Pois bem, uma vez que a moeda já foi introduzida na nossa sociedade simples, a riqueza pode ser expressada nela (afinal, ela é unidade de conta, como falei). Ao invés de falar que a riqueza é 12 casas + 1800 peixes + 36 peças de roupa, posso dizer que, se uma casa é precificada em 1000 moedas, um peixe, em 5 moedas, e uma peça de roupa, em 200 moedas, então a riqueza total foi de 12* 1000 + 1800* 5 + 36* 200. Ou seja, a riqueza foi de 28.200 moedas. Isso é o nosso PIB para o período de análise.

 

A primeira coisa que se deve notar aqui é que o PIB não é o número de moedas. O PIB são todos os bens (e serviços) produzidos. A moeda EXPRESSA os bens. A moeda serve como um PONTEIRO para os bens. A moeda REPRESENTA os bens. Mas a moeda NÃO É os bens.

 

Temos, então, a diferença entre dinheiro (moeda) e riqueza (bens e serviços produzidos). Essa diferença é muito importante para compreender a distinção, por exemplo, entre renda fixa e renda variável. Mas é preciso explicar primeiro o que é patrimônio e, pra isso, precisamos entender o que é investimento e, antes, o que é poupança.

Veja que, no exemplo, lá de cima, quando eu falei no PIB, pensei em termos de produção de bens. Tudo o que é produzido num determinado período é a riqueza do país naquele período.

 

Só que eu também posso enxergar a riqueza a partir do DESTINO dos recursos. Ou seja, ao invés de olhar o que foi gerado, eu posso olhar também para onde foi a riqueza. Afinal, tudo o que é gerado tem um destino e, portanto, a soma do que é gerado é igual à soma do que foi destinado.

 

Observe que o destino dos recursos são vários, mas, para simplificar, podemos agrupá-lo em duas categorias principais: CONSUMO e POUPANÇA.

 

Uma parte da riqueza gerada foi consumida pelos agentes econômicos da sociedade para satisfazer a suas necessidades econômicas. Necessidade aqui inclui também coisas como status e luxo, necessidade é um termo amplo.

 

Mas, e aqui releva pra o raciocínio, outra parte da riqueza foi POUPADA. Ou seja, ela não foi usada imediatamente pra satisfazer alguma necessidade econômica. Os agentes econômicos guardaram parte da riqueza que lhes cabia.

 

E aqui está a terceira função da moeda, funcionar como reserva de valor. Uma moeda precisa conservar um valor mais ou menos estável ao longo do tempo (sem muita inflação ou muita deflação) para que haja uma certa previsibilidade nos preços. Portanto, uma moeda que se degrade muito rapidamente, em sentido físico (digamos, um produto orgânico usado como moeda), não serve. Tampouco serve uma moeda que não tenha escassez suficiente para manter seu valor. Se eu uso areia como moeda numa sociedade litorânea, a economia fica totalmente disfuncional, pois basta alguém ir à praia coletar a areia para se tornar rico - e esse aumento na oferta de areia (ou seja, na oferta de moeda, nesse exemplo) provoca a inflação.

 

Bem, feita essa digressão, cabe perguntar: por que as pessoas poupariam?

 

Essa é uma pergunta complexa e, na verdade, só nos parece estranha porque internalizamos a ideia de que o consumo é o uso natural da riqueza.

 

De fato, o que nos parece muito comum, lógico até, é gastarmos os nossos recursos imediatamente para satisfazer a nossas necessidades imediatas. Afinal, nosso ORUTUF é incerto, mas nosso presente está à mão.

 

É por isso que a poupança surge como uma circunstância estranha, um sacrifício que só se justificaria em troca de um prêmio. E é daqui que nasce a noção de JUROS.

 

Juro é a representação matemática da remuneração paga à poupança pelo decurso do tempo. Os juros remuneram a riqueza no tempo. Os juros são o "prêmio" de que falei ali acima.

 

Isso está correto, mas está também abstrato. Juros são uma MODELAGEM MATEMÁTICA de um conjunto de FENÔMENOS DA VIDA REAL. Os juros não surgem do nada. De onde surgem então?

 

Imagine, nessa sociedade simples de que falei, que o pedreiro, vendo o quanto a sociedade valoriza suas casas, comece a pensar em como produzir mais desses imóveis. Isso, para ele, é um sacrifício, pois ele precisa tomar um tempo para pensar, planejar e efetivamente elaborar a solução que aumente sua produção, CORRENDO O RISCO DE FALHAR NESSE PROCESSO. Esse tempo poderia ser dispendido efetivamente trabalhando e produzindo as casas.

 

Ou seja, o pedreiro estaria escolhendo DEIXAR DE GANHAR RIQUEZA AGORA para TENTAR AUMENTAR SUA RIQUEZA FUTURA e, pra isso, CORRE O RISCO DO SEU INSUCESSO.

 

Quando o pedreiro faz isso, ele está INVESTINDO. Investir, portanto, é: 1- Deixar de consumir parte da riqueza hoje, POUPANDO o restante; 2- Utilizar essa poupança para aprimorar a produção da sociedade, de maneira a TER MAIS RIQUEZA NO ORUTUF; e 3- para tanto, CORRER O RISCO DO INSUCESSO, ou seja, correr o risco de perder a riqueza poupada.

 

O juro é justamente o número em uma fórmula matemática que representa esse aumento da riqueza em um dado período de tempo. Nesse caso, é o método inovador do pedreiro, mas poderia ser uma invenção de qualquer dos agentes econômicos, poderia ser um aprimoramento de infraestrutura, etc. Qualquer coisa que aumente a produção.

 

No entanto, é preciso avançar um pouco mais e entender que entre o investimento passado e o aumento de riqueza ORUTUF, existem dois fatores intermediários: o PATRIMÔNIO e o TEMPO.

Putz,

sou fã do @oxe, cara.

A riqueza, como eu falei, é a produção econômica. Sempre que alguém produz algo, satisfaz a uma necessidade econômica de alguém na sociedade. Ao fazer isso, gera riqueza. Se a pessoa parar de produzir, para de gerar riqueza.

 

A riqueza, portanto, não se mantém no tempo, ela é UM FLUXO CONTÍNUO, que depende de TRABALHO TAMBÉM CONTÍNUO.

 

Quando uma pessoa poupa, ela reserva parte da riqueza que gerou ao longo do tempo para utilizar no ORUTUF. Se essa pessoa, por exemplo, ficar impossibilitada de trabalhar ou tiver uma emergência que exija um dispêndio de recursos maior do que a riqueza que a pessoa consegue gerar, ela poderia consumir essa reserva guardada. Temos aqui, então, noção de RESERVA DE EMERGÊNCIA.

 

Ocorre que, como eu disse, a riqueza é um fluxo. Ela precisa ser gerada continuamente para existir. A riqueza é a remuneração pelo tempo de trabalho, então, sem trabalho, em princípio, não há riqueza.

 

Sendo assim, a reserva financeira só é suficiente para comprar uma quantidade limitada de tempo (quanto tempo vai depender do tamanho da reserva e também do valor monetário do tempo para a pessoa - ou seja, do quanto a pessoa consome por unidade de tempo).

 

Quando uma pessoa INVESTE, ela troca parte dessa poupança, ou seja, da riqueza gerada, pela possibilidade de um aumento da riqueza a ser gerada no ORUTUF (possibilidade porque ela corre o risco do insucesso). Se essa possibilidade se concretizar (ou seja, se houver um aumento na capacidade produtiva), então o investidor teria ADQUIRIDO PATRIMÔNIO.

 

O patrimônio nada mais é que o conjunto de todos os fatores que se incorporam à capacidade produtiva de uma sociedade, aumentando a produção de riqueza. Isso inclui novos métodos de produção ou invenções (patrimônio intangível), assim como inclui novas fábricas, máquinas, equipamentos, veículos para escoar a produção, etc (patrimônio imobilizado).

 

É importante notar que, quando um investidor adquire patrimônio, ele aumenta sua capacidade produtiva, mas esse aumento não precisa ser na capacidade produtiva ATIVA.

 

Por exemplo, digamos que o pedreiro, ao invés de ter aprimorado a sua produção de casas, tenha entrado em um acordo com o pescador, da seguinte forma: o pedreiro utilizaria parte de sua poupança para sustentar o pescador enquanto ele desenvolveria uma nova forma de capturar peixes mais eficiente (digamos, a rede de pesca). Observe que o pescador, aqui, não entraria com sua própria poupança, estaria utilizando a poupança do pedreiro. Em troca, no entanto, o pedreiro quer uma participação na produção do pescador, digamos, de 20%. Ou seja, o pescador teria desenvolvido a rede (digamos que esse invento tenha dobrado sua capacidade produtiva, de 5 para 10 peixes por dia), mas agora teria que abrir mão de 20% dos peixes que coletasse para o pedreiro (no caso, 2 peixes).

 

A partir desse momento, o pedreiro teria uma capacidade produtiva instalada de 1 casa por mês e MAIS 2 peixes por dia. No entanto, ELE NÃO PESCA OS PEIXES. A participação de 20% na riqueza gerada pelo pescador é um PATRIMÔNIO do pedreiro, pois AUMENTA SUA CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE RIQUEZA. Mas esse aumento na capacidade produtiva NÃO É ATIVO, já que não depende de qualquer trabalho por parte do pedreiro. Como não é ativo, podemos chamá-lo de PASSIVO.

 

Em geral, o aumento na capacidade produtiva ATIVA tende a ser superior ao aumento na capacidade produtiva PASSIVA. Isso porque, ao introduzir um novo agente econômico no processo (o pescador, no caso), há um novo interesse econômico a ser satisfeito. Se o pedreiro tivesse implementado a melhoria no seu próprio negócio, teria direito a 100% da participação no aumento da riqueza gerado. Como investiu em uma melhoria para negócio alheio, é improvável que o pescador dê grau de participação semelhante ao pedreiro (pois, dessa forma, não haveria incentivo para que o pescador efetivamente aprimore seu processo produtivo, ele não ganharia nada).

 

Entretanto, a vantagem do aumento PASSIVO na capacidade produtiva é que ele representa geração de riqueza livre de trabalho do próprio investidor. E isso permite ao investidor um alívio quando não puder trabalhar, além de permitir maior grau de diversificação - o investidor pode contar com geração de riqueza em diferentes setores econômicos, em diferentes locais, etc. E isso tudo gera segurança.

 

Ou seja:

 

1- Poupança representa uma reserva de riqueza passada/presente que pode ser utilizada no ORUTUF;

 

2- Em geral, não há muitos incentivos para fazer essa reserva, ela é feita quando existe a perspectiva de um prêmio ORUTUF que a justifique;

 

3- o processo de utilizar essa reserva (poupança) para aprimorar a geração de riqueza é o investimento;

 

4- quando uma pessoa investe, ela corre o risco de falhar e perder a riqueza investida. Se ela obtiver sucesso, no entanto, passa a aumentar a sua geração de riqueza futura;

 

5- um investimento bem-sucedido gera um acréscimo no patrimônio do investidor. O patrimônio representa os fatores de produção que aumentam a capacidade de geração de riqueza de cada indivíduo (e, consequentemente, da sociedade como um todo);

 

6- o patrimônio pode gerar um acréscimo ativo ou passivo na geração de riquezas do investidor, sendo que o acréscimo ativo tende a ser mais elevado que o passivo, posto que não é preciso satisfazer a necessidade econômica de outro agente econômico;

 

7- contudo, o acréscimo passivo na geração de riquezas tem a vantagem de garantir maior segurança ao investidor, pois permite geração de riquezas independente de trabalho e permite diversificação na geração de riquezas.

Uma última coisa a ser ressaltada, mais uma vez, é que a geração de riquezas é SEMPRE um fluxo contínuo. Ou seja, é um processo que se estende no tempo. Se um indivíduo tem acesso à riqueza (ou seja, olhando do ponto de vista do destino dos recursos, consumo/poupança) é porque alguém gerou essa riqueza. Se a própria pessoa não gera a riqueza, alguém gerou para ela. E uma pessoa só tem acesso à riqueza de outra pessoa através do patrimônio, como falei acima, ou através do uso da força.

 

Sendo assim, a produção de riquezas não é um jogo de soma zero (pelo menos numa sociedade que respeita os direitos de propriedade e de liberdade), pois o aumento na produção de riquezas depende, em princípio, da poupança dos indivíduos, ou seja, do sacrifício que o investidor (ou alguém, no benefício do investidor, como um antepassado que lhe deixou uma herança ou um donatário gracioso) fez em algum momento da vida para poder se arriscar em um investimento que lhe rendeu, ao final, se bem-sucedido, um acréscimo patrimonial.

 

E, pra terminar, isso tudo se relaciona com a diferença entre renda fixa e renda variável.

 

Renda fixa é dinheiro, é apenas mais uma forma de expressar a riqueza. Inclusive literalmente, os títulos do ONREVOG, depósitos de poupança e outros títulos privados são, todos, agregados monetários, ou seja, fazem parte do que se convenciona chamar "oferta monetária", que é, em resumo, moeda.

 

A renda fixa é o empréstimo de dinheiro a outrem. Ela paga juros, mas não representa um investimento, pois não implica em aumento na geração de riquezas de ninguém. Claro que a pessoa a quem se emprestou o dinheiro (mediante a promessa de paga dos juros fixados no título de renda fixa) pode utilizar esse dinheiro pra adquirir patrimônio. Mas a pessoa que emprestou o dinheiro NÃO ADQUIRE esse patrimônio, nem mesmo uma participação dele.

 

É por isso que a renda fixa tende a repor a inflação e não muito mais que isso. Quem toma dinheiro emprestado para investir certamente não vai pagar juros, por esse empréstimo, em patamar superior ao do que se prevê que vai ganhar com seus investimentos. Por isso também que, em regra, a renda fixa tem prazo de duração, não é algo que tende a durar indefinidamente.

 

Ou seja, quem tem apenas renda fixa NÃO TEM PATRIMÔNIO. Tem DINHEIRO que pode ser utilizado pra adquirir patrimônio ou para consumir. Portanto, NÃO TEM DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE RIQUEZAS ALHEIA, NEM AUMENTA SUA PRÓPRIA CAPACIDADE PRODUTIVA.

 

Isso não quer dizer que ter renda fixa é ruim, há vantagens em ter dinheiro livre. Por exemplo, pra usar em caso de emergência ou para juntar pra adquirir um patrimônio maior (um imóvel, talvez). É preciso tomar ciência, porém, das características do ativo.

 

Já A RENDA VARIÁVEL É INVESTIMENTO.

 

Ou seja, quando uma pessoa toma suas poupanças e adquire renda variável, ela necessariamente ASSUME UM RISCO, em troca de UM AUMENTO POSSÍVEL DO SEU PATRIMÔNIO e, consequentemente, DA SUA CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE RIQUEZA FUTURA.

 

Por isso, a renda variável sempre terá riscos. Em compensação, apenas ela aumenta seu patrimônio e apenas ela pode, por isso, aumentar sua capacidade de geração de riquezas futura (no caso, em geral, de maneira passiva).

 

E é por isso que investir bem em renda variável geralmente quer dizer: 1- gerenciar riscos; e 2- aumentar a probabilidade de acréscimo patrimonial (que é diferente de aumentar a capacidade de geração de riqueza futura, coisa que não temos como prever).

 

Gerenciar riscos é diversificar, é operar pequeno, é ter consciência das próprias limitações, é ter um planejamento de longo prazo e evitar fatores que podem prejudicar a consecução desse plano (notícias que podem te emocionar, etc).

 

Aumentar a probabilidade de acréscimo patrimonial é adquirir ativos de valor (na nossa percepção atual, pelo menos). Talvez um ativo ruim possa representar um patrimônio valioso no ORUTUF, mas é improvável que isso ocorra (turnarounds são raros) e nós não conseguimos adivinhar o ORUTUF. Better to play safe. Pra se proteger da própria burrice é que se gerenciam os riscos.

 

Enfim, é isso. Tem mais coisa pra falar, mas cabou meu horário de descanso aqui.

 

Espero que você tenha entendido (se já não tinha entendido antes com os outros comentários). Se não entendeu, peço perdão porque não sei como ser mais detalhado.

 

Sobre esse assunto de moeda e reserva de valor, tem um vídeo meu em algum canto na área de reserva de valor.

 

Abraços

@oxe, você é formado em que? Economia? Seu post foi muito brilhante, especialmente, para mim, quando provou cientificamente que RF não é investimento, ao contrário da RV, Perto de você, me sinto uma ameba... Obrigado por compartilhar seu grande conhecimento com burros como eu.

Pela madrugada! Essa "pequena" explicação do @oxe foi porque no início ele disse que estava sem tempo. 
@AUDITORDOJAZZ
Ele não deve ser formado em economia, pois dá para entender o que ele fala. Deve ser um polímata, da escola de Leibniz.

@Thiago Acho que vale pegar esses posts do @oxe, compilá-los e fazer um artigo para a próxima revista!

Sensacional a explicação do @oxe. Parabéns!!!

vou escrever pouco porque estou sem tempo

Alguém segura o Oxe, ele está fora de controle.

Minha formação é jurídica, sou só um diletante nas outras áreas. Mas esses conceitos são básicos, não é nada que exija muito aprofundamento.

Não tive rigor científico na exposição, AUDITORDOJAZZ, meu objetivo era didático. Mesmo assim, a maioria dos conceitos, mesmo muito simplificados, tá dentro de uma margem aceitável de precisão.

Apenas o conceito de patrimônio que é bem mais restrito que o usual. A definição que dei para patrimônio se aproxima mais da definição de "bens de capital". Mas preferi usar o termo "patrimônio" porque: 1- é mais intuitivo do ponto de vista do investidor, a expressão "bens de capital" não tem a mesma força didática; 2- a expressão "bens de capital" não captura toda a extensão do que defini como "patrimônio", é mais restrita; e 3- tudo o que defini como "patrimônio" é patrimônio no conceito mais abrangente (ou seja, qualquer coisa sobre a qual recaia o direito de propriedade), então o uso do termo não é de todo inapropriado.

Minha intenção foi ilustrar que a riqueza é dinâmica, é um fluxo, enquanto há certos elementos sociais estáticos (que se integram ao patrimônio dos agentes econômicos) que são capazes de aumentar a geração de riqueza dos indivíduos e da própria sociedade como um todo (neste último caso, são os bens de capital). E que, para adquirir esses elementos estáticos, é preciso utilizar parte da riqueza gerada anteriormente e não consumida (poupança) num processo de aprimoramento produtivo (investimento) que acarreta um risco de falha.

Por isso, o aumento da riqueza de um não implica necessariamente na redução da riqueza de outro. Existe esse mecanismo multiplicador que assegura expansão da produção ao longo do tempo e que exige, pra isso, poupança e assunção de riscos. O aumento da riqueza, nessa sociedade livre e respeitosa, é uma recompensa por esses sacrifícios. Em resumo, é isso.

Prezado @Bastter, favor alterar o nome do site para oxe.com.

Grato.

Abraço.

É uma enorme satisfação e um imenso privilégio fazer parte dessa comunidade

@oxe
@celtiberian

Bravo,bravo ,bravo...

Que aula espetacular

@oxe Obrigado pela explanação. O legal é a forma como você sintetiza sua linha de raciocínio, deixando fácil até para retardados entender.

@celtiberian Como sempre, sensacional suas colocações.

 

Obrigado a ambos por enriquecerem o debate, embora soubesse de tudo isso sinto que aprendi muito pois ficou menos nebulosa as intersecções entre estes conceitos. Obrigado realmente, tem sido cada vez mais raros posts explanativos.

@Rincewind obrigado, meu único mérito é esse mesmo. Geralmente eu não acrescento nenhuma informação nova, boa parte eu aprendi aqui no site mesmo, em tópicos mais antigos. O que eu faço é conectar os conceitos e tentar explicar desde o início até o fim, pra mostrar as relações que muitas vezes não são óbvias pra quem tá começando. O celti é quem sempre traz muito conhecimento novo aqui.

Então no fundo eu sou só um "explicador", não um "pensador". Mas fico feliz de poder ajudar à comunidade, nem que seja só com isso.

@oxe Continue assim, é de extrema ajuda, principalmente com essa tendencia global mimimi de tornar discussões simples em simplistas.



De qualquer forma, gostaria de contribuir com o tópico com alguns pensamentos do ilustre John C. Bogle, criador da Vanguard.

 

Ele diz algo no seguinte sentido:

Aquele que tira seu sustento da terra, cria valor e é chamado de produtor.

Aquele que tira seu sustento de quem tira seu sustendo da terra, cria valor e é chamador de comerciante.

Aquele que tira seu sustento de quem tira seu sustento de quem tira seu sustento da terra, DESTRÓI valor e é chamado de economista.

 

Em resumo, boa parte da crítica dele à indústria da economia é que ela, apesar de fornecer instrumentos que permitam uma eficiente alocação de recursos entre os diversos players, à medida que gera taxas e mais taxas em cima do capital que realmente produz alguma coisa, acaba por destruir valor.

É por este motivo que ele acredita que essa área passará por algumas disrupções pois nos patamares atuais (seja nas taxas com fundos, derivados financeiros, etc) quase não há qualquer benefício em se ter um mercado de capital tão desenvolvido pois ele estimula muito fortemente a especulação e não o investimento em si.

 

Hoje em dia eu enxergo exatamente isso do setor público de uma forma em geral. Fui obrigado à comparecer num cartório e aquilo é a definição precisa de destruição de valor.

Junte isso ao nosso judiciário e teremos os grandes destruidores de valor atuais de nosso país. A única função deste poder é garantir a isonomia e o cumprimento da lei para manter a ordem social. Não tem sido feito de forma alguma.

 

Sinto que os processos recentes  de certa forma amadureceram os poderes legislativos e executivos, mas o judiciário está em 1800 e com poderes para manter-se estagnado.

Posso estar errado mas esta é minha concepção atual do state of affairs brasileiro.

Mais um motivo para usar a pesquisa do site que o @Bastter tanto recomenda. 


Estava prestes a fazer uma pergunta sobre reserva de emergência (idiota até) e me deparo com esse tópico!

Nunca favoritei tantos comentários, obrigado @oxe e @celtiberian valeu uma pós