IPOs trazem mais risco de prejuízo a investidor | Finanças | Valor EconômicoA maneira mais fácil de perder todo seu dinheiro é por meio de IPOs. Houve muitas perdas com IPOs nos últimos doze meses, inclusive de Blue Apron, Uber, Snapchat, Pinterest, Aston Martin, Peloton e Lyft. E a tendência é haver muitas mais. Apenas na quarta-feira da semana passada, as ações do Uber caíram para seu patamar mais baixo de todos os temp: US$ 26,05, contra um preço de US$ 45 quando abriu o capital.
O interessante é que este não é um fenômeno recente. O estudo da Verdad atesta que, nos últimos 3,7 mil IPOs desde o fim da década de 1980, período para o qual há dados disponíveis, a mediana desses papéis perdeu 31% de seu valor no período de três anos após a estreia na bolsa. Ao longo de cinco anos, essa perda foi de 41%.
Se nos afastarmos dos números médios, no entanto, veremos que o extraordinário é com que frequência os investidores perderam muito, mas muito mais. Se no decorrer do período você tivesse comprado e mantido ações de IPO, teria “perdido cerca de metade de seu patrimônio em metade do tempo” e 75% do seu patrimônio em cerca de 25% do tempo. Isso torna os retornos médios dos IPOs ainda piores do que as “ações alavancadas”, que embutem risco de falência, diz a Verdad. Compare esses números com os da década de 1970 e encontrará cenário muito semelhante.