Colegas,
Há poucos minutos respondi o tópico de um cidadão que perguntava sobre vender parte dos ativos em alta para migrar para os ativos em baixa no intuito de "reequilibrar" a carteira. Neste gancho, gostaria de expor para vocês uma visão muito particular sobre equilíbrio.
A minha percepção é que, se perguntarmos para a maioria das pessoas para que representem o "equilíbrio" num desenho, a maioria irá desenhar uma balança de pratos nivelada ou uma gangorra parada de forma paralela ao chão. Pois bem, a primeira coisa que precisamos quebrar é essa imagem estática do equilíbrio. A vida não é estática. A vida tem fatores que lhe obrigam a se mover. Há momentos em que você está em cima e há momentos que você está embaixo. Isso nos obriga a tomar uma reação e é isso que nos faz crescer. Se a vida fosse estática assim, nós não evoluiríamos.
Neste contexto, quando trazemos isso para nossa carteira, temos que pensar que o equilíbrio é quando movimentamos de forma controlada essa gangorra. Hoje eu comprei ações, ou seja, alterei o balanceamento minha condição de equilíbrio levando a gangorra das ações para cima e empurrando o da RF para baixo. Isso deveria me motivar a buscar um novo impulso para a RF que eu devo fazer no próximo mês, aportando de modo a criar um movimento onde o RF vai subir e o % de ações agora estará no chão e assim faríamos num ciclo eterno para ir acumulando patrimônio.
É um exemplo muito simples e até ingênuo, mas acho que o importante é quebrar essa ideia do equilíbrio estático e com isso parar de ficar buscando o "nivelamento". Claro que, existem fatores que vão fazer com que você seja obrigado a aportar meses seguidos num lado da gangorra, como uma forte desvalorização de algo por ex., mas interpretem isso como sendo aquele colega espirito de porco que senta na gangorra junto com o outro e te segura lá em cima vendo você sofrer para sair.
Assim, entendo que, a busca pelo sonhado "equilíbrio" não deva focar a proporção dos ativos, mas sim em mitigar os fatores que fazem que você sinta movimentos bruscos nessa gangorra. Isso você vai conseguir com acúmulo de patrimônio e com diversificação.
Esses movimentos bruscos na gangorra podem ser causados por fatores que controlamos (exagerar aportes num determinado ativo seguindo dicas de analistas por ex.) como fatores que não estão sob nosso controle (questões econômicas, crises mundiais e governamentais). Somente controlando nossa capacidade de aporte, diversificando e sempre colocando dinheiro novo é que conseguimos sofrer menos com essas coisas.
Devemos parar de querer deixar a gangorra parada no meio. Gasta-se muita energia e nem traz tanta diversão. Foquem em controlar cada vez mais o movimento de sobe e desce da sua gangorra, através de acúmulo de patrimônio (injetando dinheiro novo sempre) e diversificação (ajuda a minimizar o impacto dos fatores externos).
Abraço a todos