Boa noite!
Inspirado pelo show de tópico do Oxe mais cedo, percebi uma peculiaridade entre análise de bons ativos e análise musical. Tomo a liberdade de explicar do que se trata e compartilhar com vocês:
Fazendo uma pesquisa a fundo de uma obra musical, tanto para entendê-la como para absorver suas "qualidades e defeitos" - somente para fins de entendimento, afinal, o belo é relativo -, é necessário utilizar uma área da música chamada Análise Musical. Essa análise é feita em cima das notas musicais, do estilo da obra, período em que foi escrita, prosódia, dentre outras características.
Sobretudo na parte da análise das notas musicais, temos várias maneiras de fazer esse estudo:
1- podemos analisar nota por nota, de cada linha musical; MICRO análise
2- podemos analisar os motivos musicais ( junção de algumas notas ); >MICRO análise
3- podemos analisar cada frase musical ( igual as frases do português, para que tenha melhor entendimento do texto - junção de motivos musicais); <MACRO análise
4- podemos analisar o período ( junção de frases ); MACRO análise
5- podemos analisar a música como um todo ( junção de períodos ). MACRO análise
- certamente algum estudioso de música, em nível acadêmico, notará que faltam formas de análise, mas estou só montando de maneira que fique entendível para um leigo no assunto -
Absorvido isso, vamos aos resultados destas análises:
Caso optemos pela análise 1, ao pegarmos cada nota por si só, além de não nos falar absolutamente nada sobre a música, ainda poderiam haver notas ( intervalos / acordes musicais ) que não nos agradariam o ouvido.
Utilizando a análise 2, começamos a perceber que juntando algumas notas, temos uma ideia do que se pode vir adiante. Ainda sim, vazia de informações sobre a música como um todo e nos levando a falta ideas.
Expandindo para as frases musicais, a música começa a tomar forma e conseguimos perceber os momentos de "alta, baixa e movimento lateral" da peça. Algumas frases nos remetem sentimentos felizes, outras sentimentos de angústia, de saudade, etc. Também temos as repetições de algumas partes para incrementar o tempo de duração.
É somente a partir do quarto tipo em que obtemos material necessário para julgar uma obra.
Ex:
Estrofe 1 - 1° período
Refrão - 2° período
Estrofe 2 - 3° período
Refrão - repetição do 2° período
Aqui conseguimos notar se a obra tem sentido musical, se segue padrões já antes notados em obras de sucesso, se apresenta falhas estruturais, etc.
Somente aqui obtemos informações com alguma base para podermos julgar a peça como um todo, ao deixar de lado detalhes pequenos para observar a música em sua totalidade.
O quinto ramifica para dois analistas:
1 - músico ou estudioso de música em nível acadêmico:
verifica se está tudo de acordo e em ordem, seguindo as regras e normas de qualidade para então, julgar se boa ou não;
2 - ouvinte comum só buscando curtir uma boa música:
escuta a música toda e por meio de sua bagagem cultural e estética trazida, julga se boa ou não.
O que absorvemos disso:
Se analisarmos somente em nível MICRO, damos muito valor a informações pequenas que não nos diz absolutamente nada e ainda corremos o risco de não gostar da obra por detalhes que não fazem jus a música como um todo.
Somente em nível MACRO é que percebemos toda as possibilidades da música, qualidades e defeitos ( se assim poderia julgar ) e optamos por ouvi-la ou não.
Também sabemos que, dentro de uma música, haverão sons que não irão nos agradar ( dissonâncias ), letras de estrofes que podem remeter a momentos de baixo astral e mesmo um ritmo que tira nosso conforto, mas nada disso tira a grandeza da obra e todas as suas qualidades. O analista não deve focar em critérios muito específicos!
Espero que tenha sido proveitoso e coerente!
Obrigado pelo espaço!
Abraços!