Resolvi compartilhar com os amigos da Bastter.com uma queixa que tem sido bastante comum em consultório, principalmente devido a cobrança excessiva pelo resultado rápido e pela perfeição que nos é cobrada diariamente em todas as esferas da vida.
Certo perfil de paciente (na qual inclusive eu já me encaixei no passado) tem tendências a apresentar um alto grau de ansiedade por tentar promover bem estar constante ao maior número de pessoas ao seu redor e esperar um retorno por isso.
É um perfil que tenho percebido estar presente dentre aqueles que buscam o Desenvolvimento Pessoal e a tão falada "Independência Financeira", de forma rápida e inorgânica.
Além da cobrança excessiva sobre si próprio, também existe um desejo de abraçar o mundo e promover uma felicidade generalizada (sobrecarga), que acabam levando a um sentimento de menos-valia pelo "não-reconhecimento" de seus esforços e pela falta de resultados a curto prazo.
Tais questões já foram debatidas pela Ética Kantiana, quando Kant fala sobre o conceito de "Recompensa Moral". Em que tomamos atitudes em prol de terceiros e nos sentimos mal por não recebermos o reconhecimento merecido, seja financeiro ou social. Em sua obra, entendemos que não devemos esperar retorno por nossas boas ações, pois quando isso não acontece tendemos a nos deprimir.
Outra questão é o Utilitarismo Moral, que pode ser resumido pela frase:
"Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar" (Princípio do bem-estar máximo).
O que se mostra inviável, pois nem sempre podemos garantir que nossas ações serão benéficas para todas as pessoas. Uma cobrança excessiva sobre si mesmo para conseguir fazer o bem a todo momento, agregar valor a todas as pessoas e abraçar o mundo pode gerar um alto grau de ansiedade e estresse.
Penso que muitas pessoas possam estar sofrendo com essas questões morais e pela cobrança excessiva. Nesse momento é importante refletir sobre o que realmente é importante para você e se colocar no papel principal desse processo.
Por isso a importância da #PAS, do foco no longo prazo e na valorização daquilo que REALMENTE importa para cada um de nós.
Quando achamos que a felicidade está no passado, ficamos depressivos. Quando achamos que algum dia seremos felizes e aguardamos esse dia chegar, nos tornamos ansiosos.
A felicidade está no aqui e agora (no processo), e não no destino (resultado).