A pedido vou relatar algumas burocracias do sistema de pagamentos desde os anos 1960, quando iniciei minha vida de trabalhador:
1. Pagar imposto de renda PJ:
Preencher formulário tamanho ofício em quatro vias, com carbono;
Passar na Receita Federal, de então, para revisar e carimbar. Retinham uma via;
Pagar na Tesouraria da Alfandega. Pagava em dinheiro ou cheque e retinham duas vias;
Retornava com uma via carimbada pela RF e pela Alfandega, para arquivo e comprovação.
Tinha uma fila média na RF e outra fila, longa na Alfândega.
2. Pagar imposto do selo, normalmente as PJ:
Quando o valor do documento a ser selado era elevado não se usava as estampilhas mas recolhia-se o IS por verba. Por exemplo: um orçamento de um negócio que fora aprovado era fato gerador deste tributo.
Levava-se o documento a Alfândega, na seção do imposto do selo para emitir a guia em duas vias. Fila média.
Pagava na tesouraria da Alfândega, em dinheiro ou cheque e recebia uma via carimbada. Anexava ao documento para comprovação. Fila longa.
3. Pagar duplicatas (hoje boletos):
Agrupava-se as duplicatas por banco. Cada banco só recebia as suas duplicatas. Se um dia tivesse 20 duplicatas de 10 bancos diferentes emitia-se um cheque para cada banco e levava-se cada lote a cada um dos 10 bancos diferentes.
Entregava o lote no balcão e depois pagava no caixa. Fila média.
Ali por volta de 1965 os tributos federais já podiam ser pagos no Banco do Brasil o que veio a facilitar as rotinas das empresas. O imposto do selo foi extinto.
Por volta de 1975 foi instituída a compensação de cobranças, surgindo o atual boleto compensável. Todas as duplicatas podiam ser pagas, desde que no prazo, em qualquer banco, normalmente onde se tinha fundos disponíveis. Por volta de 1994 foi extinta a duplicata sendo totalmente substituída pelo nosso hoje conhecido boleto.
Esta é uma viagem no tempo do sistema brasileiro de pagamentos.