Vi uma discussão incipiente em um outro tópico sobre renda fixa que me levou a pensar. Criei esse tópico para poder contar com a reflexão dos colegas sobre o tema.
Indivíduo tem um percentual X da carteira em renda fixa e o restante em renda variável. Vamos supor 60 em RF, 40 em RV.
Com o passar dos anos, o valor absoluto em RF vai crescendo. Indivíduo retira parte desse valor para a compra de imóvel. O @oxe mencionou isso em um outro tópico, também, salvo engano.
Mantida a disciplina de aportes constantes, juros compostos, na base da filosofia, provavelmente algumas vezes durante a vida o valor em RF vai ficar maior em termos absolutos e nessas ocasiões o indivíduo retira parcela que alocou pra isso (Selic, IPCA+2026, 2035, etc) e compra imóvel.
Por exemplo, um quarto e sala em 2026, outro em 2033, e assim vai (cenário hipótético apenas). Já adianto que não sou removido, mas moro no interior e os imóveis têm preços muito menores, em valores absolutos, que nas capitais.
Nesse caso, seria uma estratégia viável para ir adquirindo patrimônio em ativos de valor ao longo do tempo? Pois a parte de renda variável tenderia a se valorizar no longuíssimo prazo e quando o BS mandasse aportar nela, isso continuaria; contudo, a renda fixa teria que ser reconstruída várias vezes.
Ou isso levaria a uma certa "negligência" da renda variável, que ficaria com menos aportes devido à necessidade constante de recompor o patrimônio em renda fixa?
Pergunto isso pq no mesmo tópico, creio que o @celtiberian (não tenho certeza) disse que o percentual em renda variável tem que ir aumentando com o passar do tempo, sob pena de se ficar fazendo mais e mais aporte em renda fixa devido à tendência de valorização da renda variável.
Pensei, portanto, que essa estratégia acima pode ser interessante pra quem quer ter mais ativos de valor com exposição ao mercado imobiliário também, e não só a Ações/Stocks/REITS/FII. Nesse caso, os imóveis sequer seriam adicionados no BS, para não desbalancear, mas os alugueis, por exemplo, continuariam sendo investidos junto com o aporte (tendendo a aumentar no tempo pelos juros compostos)
Dizendo em outras palavras, para tentar me fazer mais claro:
No longuíssimo prazo, o uso periódico da renda fixa na compra de imóveis, tende a desbalancear a carteira levando a uma aplicação desproporcional em renda variável, ou é um instrumento válido para aportar em valor diversificado?
Agradeço a quem puder contribuir no debate.