Aprendizado na medicina
comentada em 12/08/2020 11:09

Olá. Eu me formei há 13 anos. Eu acho que o que mais me incomodou nesse período relatado foi a ansiedade. Já naquela época existia muita expectativa em relação a escolher logo residência médica e começar estudos para as provas. Procure estabelecer um pace bom de estudos e não ligue tanto pra isso. 
No mais, manter sempre profissionalismo. Sempre em mente fazer o melhor pelo paciente. 
Devagarinho vá observando o que te chama mais atenção para se especializar.
Abs

Não sou médico, mas como ex-graduado, professor e tutor de estagiários diria a você: estude de tudo um pouco na sua área de formação, diversifique as experiências profissionais, observe a conduta dos melhores profissionais, participe de grupo de estudos, converse com os colegas sobre como tem sido a experiência deles, minicursos, queira ajudar o próximo, fale menos. Parece muito, mas da para fazer. 

Obrigado pela contribuição !

Fala colega, td certo? Sou R2 de Medicina de Família e Comunidade, me formei em 2018. Sinceramente, tenho dois conselhos:

1) o que mais me arrependo na faculdade foi de não ter aproveitado mais o internato, é o momento de se bota a mão na massa mesmo, aproveite ao MÁXIMO, fique além do horário, se preocupe com os pacientes.

2) Esse eu fiz, e MUITO, e foi o que mais me agregou na formação: viva os congressos a fundo: organize, construa networking, aproveite as palestras. Os congressos me geraram benefícios imensos (organizei congressos paulista, brasileiro e mundial de Medicina de Família). Além disso, organizar eventos são um grande diferencial na hora da avaliação curricular. 

No que mais puder ajudar, estou à disposição! Sucesso na jornada!n

Também estou na graduação de Medicina - um pouco mais adiantado, quase no internato. Acho que uma frase que vale tanto para os investimentos quanto para a vida é que "a diversificação é a melhor ferramenta redutora de estresse". Conheça todas as áreas, tente não se apegar a nenhuma a ponto de esquecer de dar atenção às outras e não feche sua cabeça dentro do curso - tem muita coisa na vida pra aprender e muita coisa que te ensina a ser um médico melhor mesmo não sendo relacionado à área. Só a título de exemplo, dou aula há alguns anos, desde que entrei na faculdade, num cursinho popular sobre uma matéria que pouco ou nada tem a ver com a Medicina e isso me ensinou MUITO - em alguns períodos, mais que própria faculdade. Seja feliz! 

@German.Shepherd fica do lado do paciente e do lado de medicos bons o maximo q puder
eh assim q se aprende

Quanto mais prática fizer melhor. Diria que os estágios não obrigatórios que se faz durante o curso (aqueles com vagas restritas que os alunos interessados ingressam, alguns com processo seletivo, alguns por conhecer os staffs por projetos de extensão ou científicos feitos também não obrigatoriamente) são 10x mais importantes que ficar ouvindo horas e horas de aula.

6 anos de sala de aula não se comparam a 1 ano numa enfermaria/urgência examinando pacientes, falando com os familiares e acompanhando a profissão. 80% não dá a mínima pra isso e fica se matando pra tirar 10 nas provas enquanto o verdadeiro aprendizado só terá quem tá dentro de um serviço de saúde o máximo que puder, PRATICANDO e estudando em casa o que praticou pra fazer melhor no dia seguinte.
Portanto, aluno de medicina que quer sair preparado da faculdade seguindo só o currículo prático obrigatório ou tá ferrado ou é um iludido, não interessa se é a melhor faculdade de medicina do Brasil. Não espera internato (9º ao 12º período) pra frequentar a prática, quem tem interesse vai atrás e cola em algum serviço eletivo, pela faculdade ou não como eu já disse. Não tem dica melhor que essa pra você. 

Ah sim... olhe no olho do paciente durante o atendimento e seja gentil.

O paciente é seu foco e seu norte. Exames complementares são exatamente isso - estão lá quando a clínica não foi capaz de fechar o diagnóstico. Existe um verdadeiro "canto da sereia" perigoso no ambiente médico, especialmente hospitalar, que é tratar exames e não o paciente. A clínica continua soberana.

Sobre estudos para residência: acho necessário para todo médico fazer algum tipo de especialização, mas é obrigatório sair da faculdade sabendo fazer aquilo que apenas médicos podem fazer (e não precisa ser especialista). Se sua carga horária da faculdade/internato não for suficiente pra aprender esses procedimentos (e você terá que fazer esses procedimentos em algum momento), corra atrás,  acompanhe algum amigo formado, peça ajuda a residentes, etc. São coisas que você precisa ver e fazer na prática. Mesmo que você leia 100 vezes, não se iguala à experiência de fazer com as próprias mãos. 

uma das coisas que eu percebi foi o quão chato eram as aulas presenciais, principalmente no ciclo básico. Percebi que o meu estudo em casa permitia uma rendimento muito maior, mas sempre fiquei com um pe atras, parece que você sempre estará perdendo um insight. No primeiro ano, acabava matando aula para ficar assistindo cirurgia no hospital universitário

Invista no inglês, faça a prova do IELTS ou TOEFL-IBT e vá fazer um internship program lá fora, se gostar depois aplique pros STEPS e vá exercer lá fora. O conselho que eu gostaria de ter recebido aos 21.

Sou graduado em Medicina há 10 anos (como diz um ex-professor meu, formado não, pois médico está eternamente em formação rs). Na sua fase do curso foque muito na semiologia. Vá às enfermarias, fique olhando os prontuários de casos interessantes e depois vá até o paciente para examiná-lo (eu fazia isso mesmo nos pacientes que não eram "meus"). Não espere alguém pegar na sua mão e te obrigar a fazer os extras, vá atrás e faça isso. Uma coisa que eu arrependo de não ter feito é de ter participado de poucas ligas acadêmicas e não ter sido monitor, isso ajuda e tb conta no seu currículo. Outra coisa, cuidado com os vieses do seu hospital universitário. Como o da minha universidade era de alta complexidade a gente pegava muitos casos raros, mas que no dia-a-dia vc quase não vê. Trabalhei pouco mais de 1 ano em PSF após ter formado e percebi que coisas simples como tratar "piolho" eu não lembrava, mas sabia protocolo de tratamento de paracoccidiodomicose (bem mais raro) de cor e salteado. E não se afobe pra escolher logo a especialidade (caso não vá ser generalista). No internato a maioria decide, portanto, não deixe de falar com os médicos das áreas que vc gosta ou tem dúvida sobre mercado de trabalho, etc.

Medicina se aprende com o paciente. Quando você entender isto, vai aprender medicina de verdade. Precisa estar em contato com o paciente e OUVIR o paciente, acima de tudo, muitos médicos não tem ideia de como o paciente consegue te dar as informações que você precisa para fazer um diagnóstico ou evoluir na sua área médica (e o paciente muito menos!). Não menospreze isso.

Fora isto, entrou no internato, aproveite muito o máximo que puder, sem hora de ir embora, sem preguiça e faça mais do que se pede. Pode ter certeza que tem muito conhecimento que você vai achar desnecessário no momento, mas que vai se lembrar e agradecer anos depois de formado.

OBS: Agora que vi que você vai entrar no 4o período e não no internato.. mas serve também :)

Uma coisa que falaram aí em cima: a faculdade é construída "extra-muros". Faça estágios por fora nas áreas que se interessar mais (eu fiz um estágio no Rio de Janeiro atendendo moradores de rua na Cracolândia: valeu mais a pena do que boa parte da minha formação).

Sou graduado há 16 anos. Já te deram dicas ótimas. Então vou dar conselhos de ordem mais concreta. 1. Estude bastante para a prova de residência, impensável um médico sem especialização hoje. Na minha época, os cursinhos para residência estavam começando ainda, hoje quase todo mundo faz. Não servem de nada para formar bons médicos, mas são muito bons para direcionar os estudos para a prova. 2. Não deixe a necessidade de estudar para residência negligenciar a sua formação prática, fique o máximo possível no hospital com pacientes e bons preceptores sem, contudo, deixar de reservar o tempo de estudo teórico para a seleção da residência.  3. Tente ganhar um mínimo de proficiência em procedimentos práticos de urgência e emergência: reanimação cardiopulmonar, intubação orotraqueal, paracentese, toracocentese, acesso venoso central, drenagem torácica, suturas. Tudo isso vai ser de enorme valia nos seus plantões, principalmente se você não passar na residência e tiver que encarar plantões sem supervisão. Se você tiver dúvida em uma conduta ou prescrição, pode muito bem consultar o celular na frente do paciente, não há constrangimento algum, é melhor do que fazer uma iatrogenia. Já a parte prática, se não souber fazer, não dá tempo de aprender na urgência. 4. Conciliar a dose adequada de prática e teoria no internato é uma arte bem difícil, cada um tem que achar seu ponto de equilíbrio. Se deseja uma especialidade menos concorrida, vai ter mais tempo para a prática e menos necessidade de estudo teórico e vice versa.

Boa sorte, bons estudos e boa prática!

Bom dia! Aproveite seu internato ao máximo para fazer procedimentos, prescrições, ser o melhor Médico que você possa ser. Não tenha pressa de se especializar porém não se esqueça disso.


Com a mentalidade que eu tenho hoje, me formaria, faria um ano de exército pra juntar uma grana e talvez alguns plantões e ir estudando pra residência somente após formado. Depois disso, ou entraria numa pós ou residência escolhendo especialidade com calma. 

Quando me formei a pressão para entrar direto na residência foi muito grande. Não deixe essa pressão te desgastar, atrapalhar seu internato. 

Nao defina uma especialidade muito cedo. Aproveite a faculdade para conhecer um pouco de cada área e estudar com calma os conteúdos e o internato para aprimorar a relação médico paciente e as habilidades clinicas. 

Vou dar meu pitaco aqui: especialidade se aprende na residência, pode se envolver com ela durante a graduação, ser alvo de curiosidade. Mas deixe pra "ser especialista" na hora da especialidade. Na graduação, aprenda medicina e ao lado do paciente! Sucesso pra vc. É uma profissão maravilhosa!

Ontem assisti a "A lista de Schindler" e uma das frases me comoveu demais: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro"

Se dedique a viver esses momentos que a medicina proporciona!

@gusribeirose
Ótima dica!
Realmente começar a focar nisso nessa fase adianta muito a vida caso o estudante tenha a pretensão de exercer medicina fora do país.

Iria em todas as festas que desse e estudaria o resto! 

A formação em praticamente todas as faculdades de medicina no Brasil é deficitária. Você precisa complementar sua formação por conta própria. Dito isso, recomendo o seguinte:
1) Estude o caso de todos os pacientes que atender.  Esqueça o a ideia de estudar um determinado tema por completo. A a cada paciente você terá diversos temas para estudar e terá que aprender a otimizar esse tempo. 
2) Não tenha pressa para ir para casa nos internatos. Aproveite o máximo possível o aprendizado a beira do leito  
3) Encontre um "mentor". Descubra um residente ou professor para seguir nos plantões. Para você acompanhar fora da carga horária da faculdade. Essa é a melhor forma de você aprender a manejar casos complexos e graves... 

Estude outras línguas, e seja uma pessoa que seus colegas de turma confiam.
O restante(estudos, internato e provas) sempre da certo.
Respeite a hierarquia, ela é importante na medicina.

Cara, também sou novo aqui, somente 1 ano. Tenho 10 anos de formado. Acredito q o fato de vc ter se encaixado na filosofia já fala mto de vc como médico. Não acredita em atalhos. Se eu pudesse dar dicas:
1 - aproveita a faculdade, uma das fases mais legais da vida, em todos os sentidos 

2 - participar de ligas e pesquisas(mesmo q vc não entenda mta coisa)

3 - faz aquele cursinho famoso. Eu não fiz mas os caras revolucionaram a educação médica. Não adianta o mimimi dos mais velhos.

Ah, e por último, a residência é importante entao foque em residências que você tenha bastante pacientes. Não adianta. A medicina diria q é construída em sua maioria durante o internato e residência 

@Gremista., o cursinho que você está se referindo provavelmente é excelente para aprovação na prova de residência, mas infelizmente não serve para a assistência. O grande problema do cursinho é que os pacientes deixam de estudar os casos do internato para estudar para o cursinho. Para os que conseguem conciliar os 2, é excelente.