Para chegar lá nao é preciso seguir modismo
comentada em 03/11/2020 16:11

Ando acompanhando o canal desse cara. Muito bom.

Eu demorei um pouco pra absorver isso até uns dois anos atrás. Sou jovem e todos falavam/falam "só ganha dinheiro o patrão", mas os meus 3 chefes ganhavam nessa ordem 5k/10k/15k e conversando com estes sempre observei que trabalhavam há um bom tempo na empresa.

Ser um bom funcionário as vezes se paga sim, meu aporte cresceu bastante esse ano. Vejo muito empreendedor vendendo o almoço pelo jantar (infelizmente), queria que fosse fácil como a moda prega!

Que bela resolução. Enfim eu já refleti muito, muito mesmo sobre a nossa relação problemática com o dinheiro, com a ideia de querer ter dinheiro, desde a minha experiência pessoal, familiar, emotiva, até coisas complexas como questões ideológicas e a própria formação sONciológica da sociedade brasileira. Claro que cada ponto tem sua influência, mas até por gostar muito das ciências humanas foi aí que eu localizei a barreira mais forte.

A sociedade lusitana nos deixou esse legado de estratificação, quase uma fidalguia que permanece até hoje (estilo 'cidadão não, engenheiro formado'), obsessão com status, preferência pelo serviço ao Estado, capitalismo focado na especulação e exploração e não no trabalho e cooperação, e por fim o 'salve-se quem puder' entre todos os outros, os reles mortais, que formam o grosso da população.

Isso gera um ranço cultural com o dinheiro, com quem tem dinheiro, com o status que o dinheiro carrega (corrupção, conchavos, e quase sempre ligado ao Estado). E na vida das pessoas comuns, a pobreza geral, falta de um Estado eficiente, ceticismo sobre a política, só retroalimentam a sensação geral de que 'estamos sendo roubados', logo quem tem grana 'deve tá roubando alguém'. 

A psicologia pura e simples completa o quadro. Crescer em meio a país com um contraste pornográfico entre a riqueza ostentatória e debochada e a miséria mais abjeta, em um clima de 'cada um por si', ver os pais, as pessoas ao redor, a mídia ficcional, a literatura, enfim, sempre associando o dinheiro ou à ganância corrupta ou a problemas familiares, brigas, ódios, etc., nos gera essa reação inconsciente.

Especulando, imagino que venha mudando nas últimas gerações, graças à globalização e à internet. Mas não subestimo a perenidade de nossa estrutura social, cultural e mesmo psicossocial completamente doentia em relação ao tema da riqueza. Enfim, desculpa a resposta enfadonha, mas achei pertinente ao tema do fórum. 

Caraca @Tuxedo_Cat não entendi nada.

Sobre o tópico, estou vendo mtos tomando ferro. Nossa cultura tem um misto de fé ou religiosidade quando pensam em empreender. As pessoas só vêem um cenário e possibilidade: o otimista.

O final sobre diploma vs conhecimento foi top.

@Traderoot

Isso é verdade.. muita gente abre negócio e "torce" para dar certo, muito mais na fé do que qualquer outra coisa.
Não é exatamente o melhor caminho.