Em um dia comum, meu filho fez aniversário.
Dei a ele uma bicicleta colorida.
Montei, preparei, limpei e, ao seu lado, fomos passear pelo bairro.
Perdido no tempo, esqueci o celular, o almoço, o estudo e o trabalho.
Enquanto ele pedalava e ria, eu simplesmente sorria.
E como o vento que em seu rosto batia, o tempo voou e não li os recados.
Era pra comprar comida, responder ao chefe, escrever um texto e me preparar para um encontro marcado.
Depois de certo tempo, incontável, voltamos para casa. Ambos suados. E eu, claro, atrasado.
A comida? Improvisei.
Ao chefe? Me expliquei.
O estudo, confesso, enrolei.
Fui ao encontro tão em paz que, de certa forma, impressionei.
Nunca pensei que uma bicicleta colorida traria tantas cores para nossa vida.
Ao tempo, que segue em sua linha, só posso pedir perdão por esta indisciplina.
Mas, de minha parte, se existe justificativa, digo que não era tão comum assim esse dia.
Era o aniversário de um filho.
Alguém tão importante que, sem ele, já não há mais tempo. Nem vida.