Pegadinha dos Afetados: Precificação de produto
comentada em 04/03/2021 21:46

Fui enganado, achei que ia assar os pães em forno à lenha!

@CapHaddock

Ia errar do mesmo jeito, ia ter pão que ia gastar mais lenha kkkk

Parece pergunta do ENEM kkkk

Eu sabia essa aí mas era com bolos

pães*

Não sei se isso tá certo. Pra precificar armazenagem vc não tem que levar em conta tempo médio de estoque, o que provavelmente não são iguais para os produtos? 

Se fosse com maçãs eu acertaria.

@Asimovz

Cara, seu comentário me assustou tanto que eu reabri os arquivos de um trabalho q inspirou a pegadinha pra ver se tinha cagada na metodologia, faz muito sentido o que você disse.

No caso de perecível para consumo  não impacta pois o giro é insano, dado o prazo de validade baixo, não se fabrica o pão para mantê-lo em estoque e sim para atender uma demanda já programada, permitindo rateio equivalente entre todas as unidades já que o tempo em estoque vai ser bem próximo para todos. Mas é bem pertinente seu comentário, se fossem produtos não-perecíveis ou com prazo grande de shelf life, teria que incluir a periodicidade de movimentação. Ademais, em empresas pré-operacionais para validação do plano de negócio, ainda não existe o histórico de período de armazenagem, sendo mais conservador aplicar a proporção igual para todas as linhas.

Nessa pegadinha, usa-se o termo “precificação” mas não seria mais adequado “custeio” ?
Pergunto pois sempre tive curiosidade de entender como é feita a precificação de produtos de consumo, alimentos, etc, se há alguma relação direta com o custo ou se 100% preços de mercado e concorrência ou outro fator no meio do caminho.
Outra dúvida que tenho é se é legal precificar abaixp do custo no mercado doméstico. Na exportação conheço as regras mas no doméstico não tenho ideia.

A indústria em que trabalho é meio que indexada a matérias primas então essas questões de preços são fora do meu dia a dia.

@BBRC3 vc trabalha com o que? Esse material específico é sobre armazenagem/logística? Fiquei bem curioso pra ler mais sobre isso. É possível me passar o nome do trabalho ou me enviar?

Fico feliz pois comecei a estudar Contabilidade de Custos uma semana atras e acertei consciente rsrs. @BBRC3 essa questao tem fonte ou vc criou?

@M14

Sua pergunta aborda tantos temas interessantes e complexos que acredito que vou ter que fazer um tópico depois para detalhar, não sabia que o pessoal tinha interesse nisso.

Utilizei o termo precificação pois seria incorreto falar de "custeio" no sentido contábil de custos diretos/indiretos e fixos/variáveis. O desembolso do  departamento comercial no exemplo, não pode ser alocado sob a rúbrica "CMV" (custo de mercadoria vendida), pois os princípios contábeis dizem que custo é somente desembolso para adquirir, transformar e manter a mercadoria em seu estoque. E a precificação trás inúmeros componentes de fora dos registros contábeis, como por exemplo, a margem de maquina de triturar sardinhas do produto, que nada mais é que o lucro esperado para os sONcios e também a margem de contribuição, que é o percentual de despesas fixas e custos fixos que a venda do produto cobre.

Sobre a sua pergunta se há uma relação direta entre custo e preço, concorrência e outros fatores é bem interessante. De forma resumida, a maioria das empresas trabalham com 3 tipos de precificação para venda: preço "fixo" (dado pelo comprador), tabela de preços e sistema de cotação.

Fixo: Quando o preço já é dado pelo comprador no processo de concorrência, como por exemplo, em licitações com preço pré-determinado ou quando o preço de venda é tabelado por lei ou força de monopólio (petróleo é um exemplo bom, você só vende para a Petrobrás e ela fala quanto vai pagar).

Tabela de preços: A mais comum, a matéria prima é um dos itens que compõe a precificação, mas a idéia geral é calcular por quanto você precisa vender o seu produto para cobrir toda a operação da empresa e remunerar os acionistas. Geralmente o vendedor tem uma bonificação baseada em quantos % ele consegue vender acima da tabela.

Sistema de cotação: Geralmente usado quando o custo varia muito (indústrias que mexem com aço e fazem grandes projetos usam muito) e é necessário cotar o preço individualmente por projeto.

Quanto ao papel da concorrência, eu gosto de dar um exemplo de uma tesoura (bem marshalliano, para quem é entendido de economia rs). A precificação que a empresa faz é a parte inferior da tesoura, que estabelece o mínimo que ela precisa vender para não ir à falência. A concorrência é a parte superior da tesoura, que estabelece o máximo que você pode vender sem perder mercado. O preço final de venda acaba sendo um meio termo onde as pontas da tesoura se juntam e dão o corte: Nem tão baixo que a empresa deixe de existir e nem tão alto que a concorrência não leve a melhor.

@Asimovz  

Trabalho com consultoria, o que vc imaginar que possa rolar dentro de uma empresa eu já fiz, de contar caminhão e caixa no sol até ajudar o sONcio controlador a estruturar para abrir Ái Pí Ou.

Esse trabalho infelizmente é para cliente e com um non-disclosure bem feio, mas posso falar que foi um trabalho de precificação voltado 100% para logística, já que a empresa era só revenda e tinha especificidades de armazenamento (alguns produtos eram congelados, 7 tipos de embalagens diferentes, frete de material sensível). A gente acabou não considerando tempo de permanência no estoque pois o estoque era terceiro e eles pagavam taxa fixa pela quantidade de unidades transacionadas.

Vou ver se faço um tópico legal de custo e preço.

@GoChiefs

Já respondi acima, eu criei mas foi com base em um trabalho.

@BBRC3 Muito obrigado. Vou ficar de olho. Há trocentos livros sobre o estes temas mas, como vc escreve bem e claro, fica a dica caso tenha interesse.

@BBRC3 cara, acho interessante demais seu trabalho.

Eu recentemente caí na logística. Tive que estudar um pouco para elaborar política de obsolescência e reserva tecnica (provisão de estoque e etc) além de correr atrás de algumas outras ressalvas para IPO. Mundo totalmente novo pra mim.