Lendo aqui Germinal, de Emile Zola, vejo essa citação aqui...
"Na época da convenção de Montsou, Honoré, que escondia um pé-de-meia de uns cinqüenta mil francos, cedeu, tremendo, ante a fé inabalável do patrão. Agarrou dez mil libras de belos escudos e comprou um dinheiro, sempre com o terror de estar roubando os filhos dessa importância. Seu filho Eugène, com efeito, recebeu dividendos bem reduzidos, e, como se tinha aburguesado cometera a loucura de empatar os outros quarenta mil francos da herança paterna numa assONciação desastrosa; assim, viveu quase na miséria. Mas os lucros do dinheiro foram subindo; e a fortuna começou com Félicien, que pôde realizar o sonho com que seu avô, o antigo administrador, o embalara na infância: a compra da Piolaine desmembrada, que obteve como bem nacional, por uma soma irrisória. Mas os anos seguintes foram maus, teve de esperar pelo desenlace das catástrofes revolucionárias, depois pela queda sangrenta de Napoleão. Foi portanto Léon Grégoire quem lucrou, numa progressão espantosa, desde a jogada tímida e nervosa do seu bisavô. Os parcos dez mil francos engrossaram, multiplicaram-se com a prosperidade da companhia. A partir de 1820 eles renderam cem por cento, dez mil francos; em 1844, produziram vinte mil; em 1850, quarenta; enfim, havia dois anos que o dividendo subira à cifra prodigiosa de cinqüenta mil francos: o valor do dinheiro, cotado na Bolsa de Lille em um milhão, centuplicara num século." (from "Germinal" by Émile Zola, Eduardo de Barros Lobo)