Nunca foi sobre onde você aporta...
comentada em 14/08/2021 20:35

Estive pensando exatamente isso esses dias: o problema não é tanto no que aporta (desde que tenha bom senso), mas por quanto tempo o investidor consegue segurar as ações.

É proibido venderebitda24 posts

Mas é isso mesmo. Até investir em EuTôF... de índice te dá um bom resultado no longo prazo se você não vender e continuar aportando. Juntar dinheiro na poupança e comprar imóvel é o que quase todo poupador fez na década de 90 aqui no Brasil. 

O perfeccionismo e a ansiedade de querer controlar o mundo são onde o vendedor de ilusões te pega. Mas poupar e investir são elementos normais de qualquer economia, acessíveis a qualquer um. É apenas ter cada vez mais coisas úteis para as outras pessoas, participar da economia como proprietário. Não é ciência de foguete, jamais será.

Sim, refletindo sobre isso, só traz benefícios, até mesmo não acompanhar cotação e ficar olhando detalino. Depois que li isso foi que eu parei de acompanhar cotação, detalino e dividendos.

Outra abordagem que muda muito é que não importa a maquina de triturar sardinhas, retorno, se bateu isso ou aquilo. No final, o que importa é se você construiu um patrimonio que te proporcione alguma tranquilidade.

O problema de aceitar isso é que, antes, a pessoa tem que aceitar o caos. E minha pequena experiência tem me mostrado que a maioria das pessoas não só não quer ser mais humilde, ela na verdade se esforça pra ser cada vez menos. 

Uma qualidade do aporte regular sem expectativa de retorno rápido é que você vai consolidando em si a noção de que o investimento te permite proteger o patrimônio gerado pelo trabalho. E te coloca no caminho da autonomia, considerando que o tempo vai oferecer mais valor a esse patrimônio e você vai poder ter uma relação mais criativa com o trabalho, não apenas de necessidade. 

Pra mim isso é tranquilizador.



Mas tem um ponto que é a ideia de riqueza. A riqueza material típica dos removidos eu não vejo como possível só com o próprio trabalho, mesmo que você tenha um salário acima da média. Você precisa fazer com que outras pessoas também trabalhem pra você. E muitas. Por isso a ideia de tranquilidade financeira é muito boa. 

Enfim, vou parar pra não virar textão. 

TODOS os velhos bem sucedidos que conheço fizeram isso. Mesmo com "investimentos ruins" (CDB, fundos, imoveis sem mto valor) se tornaram pessoas com tranquilidade financeira. Pq todo o fucking mês guardavam um pouquinho por dezenas de anos.

Excelente, chefia. Excelente. Aqui tem que ter um bode!


Bode do Bastter novoPai_NaldoOrigem do Selo8 posts

@oxe

"O problema de aceitar isso é que, antes, a pessoa tem que aceitar o caos"

Basta ver a quantidade de objeções nos estudos feitos aqui no site com parâmetros variados ,as pessoas insistem em procurar um padrão para que seja um investimento "certo"

@D@go

Cara, dia desses eu cheguei à conclusão de que ninguém realmente aceita o caos. *Aceitar o caos* é mais um processo de melhoria duradouro, você vai aceitando mais um pouco a cada dia.

O problema começa quando a pessoa pensa assim "não, beleza, tem o caos ali, mas eu entendi a parada, já tenho tudo resolvido aqui". Aí é o ferro porque ninguém nunca entende realmente tudo, nunca resolve realmente tudo.

E a gente tá sempre procurando esse estado aí, de ter as coisas resolvidas. É muito difícil *aceitar o caos* porque requer um desprendimento, uma entrega, que pressupõe um certo nível de humildade, de autoconfiança e de confiança no processo que parece até irracional. Porque nossa visão de racionalidade hoje tá bem atrelada à ideia de controle do mundo.

Daí que é um processo que a gente tem que renovar periodicamente mesmo.

teste

 

maquina de triturar sardinhas

@oxe perfeita a analogia com "ter cada vez mais coisas úteis para as outras pessoas, participar da economia como proprietário". Às vezes há uma "demonização" do dinheiro, dos ativos produtivos, mas isso é bem relevante. Melhorando a sua capacidade produtiva, investindo em valor, gastando se puder (como o bastter disse no bode), estamos criando valor para a sociedade e fazendo a nossa parte

Bode do Bastter - #15 - Embrace the Chaos

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Embrace the cowsebitdaOrigem do Selo34 posts

postado por @Portnoy em 12/05/2021 12:24:36

(...)

Pra mim isso é tranquilizador.
Mas tem um ponto que é a ideia de riqueza. A riqueza material típica dos removidos eu não vejo como possível só com o próprio trabalho, mesmo que você tenha um salário acima da média. Você precisa fazer com que outras pessoas também trabalhem pra você. E muitas. Por isso a ideia de tranquilidade financeira é muito boa. 

Enfim, vou parar pra não virar textão. 

 


@Portnoy

Seu raciocínio sobre a riqueza está correto. É praticamente impossível atingi-la apenas com o próprio trabalho, é necessário alguma “alavanca”.


Porém não concordo que ter “pessoas trabalhando” seja a única alavanca possível para riqueza. Por muito tempo essa foi a principal e mais comum alavanca utilizada, mas existem muitas outras: códigos, mídias, ferramentas e até o próprio dinheiro.

Quem fala muito sobre esse conceito de “alavanca” é o Naval. Já indiquei o podcast dele aqui no site (também tem livro indicado aqui no site, mas ainda não li).

@MSFox, valeu pela dica. Encontrei uma conta dele no twitter com algumas das ideias que vc mencionou. Não entendi bem o que ele chama de código e mídia, vou dar uma pesquisada depois com mais tempo pra tentar compreender. 

@Portnoy exemplo de mídia: criação de vídeos, músicas, podcasts, livros, etc.
exemplo de código: criação de sites, apps, programas, etc. 

Acho que esse pensamento vale para outras coisas da vida também e não só para os investimentos.

Tenho pensado muito sobre quais habilidades devo me desenvolver para poder ter outras fontes de renda e fico lendo vários artigos na internet sobre o que é mais valorizado, o que vai ser mais demandado no futuro etc etc. Sempre em busca do melhor valor para eu investir o meu tempo de estudo.

Isso acontece também sempre quando vou comprar alguma coisa, fico horas e horas pesquisando o melhor produto, o melhor preço, as melhores especificações, comparando uma a uma, sempre buscando o melhor valor.

E também sempre quando vejo um exemplo de sucesso, por exemplo, um empreendedor, nós passa uma ideia de que ele tinha a visão de qual era a decisão que ia trazer o maior valor para ele investir (muitas publicações até reforçam essa suposta capacidade de pessoas de sucesso serem visionárias, terem controle sobre todos os riscos, sobre o mercado etc.)

Isso que o Bastter, Oxe e outros disseram é de certa forma libertador. Você não precisa do melhor valor, basta que tenha valor. Você nem ninguém controla todas a variáveis. Quando você vê alguém que se deu muito bem em alguma coisa não é porque o cara é o foderoso da esquina e sabe de tudo, pode ser que ele esteja ali contando história, contando vantagem, simplesmente por causa do viés de sobrevivência.

Tá aí um hábito que eu quero levar pra vida. Parar de procurar o melhor valor em tudo. Basta que tenha valor.

postado por @MSFox em 12/05/2021 15:01


 Portnoy

Seu raciocínio sobre a riqueza está correto. É praticamente impossível atingi-la apenas com o próprio trabalho, é necessário alguma “alavanca”.Porém não concordo que ter “pessoas trabalhando” seja a única alavanca possível para riqueza. Por muito tempo essa foi a principal e mais comum alavanca utilizada, mas existem muitas outras: códigos, mídias, ferramentas e até o próprio dinheiro.

Quem fala muito sobre esse conceito de “alavanca” é o Naval. Já indiquei o podcast dele aqui no site (também tem livro indicado aqui no site, mas ainda não li).

O livro The Almanack of Naval Ravikant é sensacional, vale muito a leitura.

@MSFox interessante esse seu comentário!