Data original: 21/06/2021
Sou executivo e me atrevi cursar o mestrado em administração de empresas. Muito por acreditar, que a potencial legitimidade acadêmica, poderia me render frutos na minha carreira executiva. Ledo engano. Não posso garantir, que de nada valeu, mas, a princípio, o esforço com o mestrado não teve relação direta com meu desempenho profissional. Encerrei o mestrado e passado quatro anos, iniciei o doutorado. Parece loucura, o que na verdade é, mas há uma cobrança interna e externa, para ex-alunos de mestrados cursarem também o doutorado.
Lá eu fui. Entrei em 2019 no doutorado em uma renomada instituição. Durante o curso começou a pandemia. No meu dia a dia, principalmente no início da pandemia, ficava 10 horas por dia, fazendo cálculos para manter toda a minha equipe empregada e chegava a noite, estudava o sexo dos anjos. Nos cursos stricto sensu, poucos tem conexão com a realidade empírica. Não que eu seja funcionalista e que o conhecimento teórico não seja interessante, mas há momentos de meditar e momentos de trabalhar.
Essa situação, de não me ver representado pelas narrativas que estudo, me levou a conflitos internos, culminando em uma depressão. Aqui, não vou me estender, pois depressão é uma doença complexa e que acaba com o viver.
Por esses motivos, principalmente os de saúde, deixei o doutorado. Uma parte de mim, que sempre termina as coisas que começa e missão dada é missão cumprida, fica com pesar. A outra parte (a maior parte), se vê livre, com tempo para família e com a pressão de 10 toneladas sobre as costas, se esvaindo. Rico é quem tem tempo e saúde.
Com sincero respeito a todos os membros da comunidade, caso eu tenha postado esse tópico em um lugar inapropriado.
Um caloroso abraço,
Pisti!