O bastter já explorou bastante o assunto dos benefícios de agradecer e viver sem estresse no bode do agradecimento (Bode do Bastter - #54 - Perdoar, Agradecer e Parar de Reclamar!
Ver outros Pelo que sabemos, da melhor ciência que temos, que viver assim é melhor para a saúde.
Eu queria trazer aqui um outro ponto, pq não é só que "não agradecer" não faz bem.
Viver em estresse faz mal .
Como eu já comentei em outros espaços, o humano é uma maquinha de fazer mais ou menos coisas.
O pensamento geral é que nós somos eficientes em fazer coisas. Esse pensamento é verdade em algum grau, mas apenas parcialmente.
Seres humanos, e tudo que é vivo, são máquinas de aprender coisas, em mudar aquilo que somos para produzir as coisas no mundo. Ou seja, a metáfora é limitada pq não dá atenção o que de fato acontece, ela foca só no produto final. Nós somos uma construção daquilo que vivemos.
Quanto mais vivemos algo, mais nos tornamos uma ferramenta ótima para aquela situação. Pode ser qualquer situação, por isso a humanidade tem tanta diversidade de culturas, hábitos, modos, técnicas e formas de fazer as coisas. Cada coisa que aprendemos transforma o mundo, mas acima de tudo muda o humano que vive.
Se você toca violão repetidamente, você se torna uma ferramenta melhor em fazer música no violão. O violão depois de 2 anos de treino é basicamente o mesmo que era no dia 0 de treino. Quem mudou foi você. Você se tornou uma ferramenta melhor em tocar violão. Os dois são "ferramentas" da música.
O violão é um exemplo, mas funciona para tudo que você faz - trabalho, namoro, amizade, relação com os pais, hobbies etc - e assim segue a vida. Para o bom e para o ruim.
Quem critica (reclama, julga, agride, fala mal) os outros transforma-se a cada ação numa ferramenta melhor em fazer isso, em perceber isso e agir dessa forma na relação com os outros. Quanto melhor for a ferramenta, mais vai fazer isso (inclusive quando não tiver necessidade de fazer, tal qual o violão vai fazer qualquer barulho quando qualquer pessoa bater nele, mas nem sempre vai ser música).
Isso vai fazer falta nas relações com os outros, mas pela minha experiência de consultório (por mais que seja uma experiência anedótica) vai fazer falta para você na sua relação com você.
Nos dias ruins, não saber ser uma "ferramenta" carinhosa vai te atacar no seu momento mais vulnerável.
Quem acusa os outros de preguiça por não trabalhar/estudar no fim de semana, vai sentir falta de auto empatia quando estiver perto de um burnout.
Quem acusa os outros dos maus hábitos, vai sentir falta de ajuda no dia que um dos vários maus hábitos que possuí cobrar a conta.
Quem se porta como juiz do certo e errado com os outros (sem perceber os tons de cinza da vida), não vai saber se acolher no próprio erro. O juiz pessoal vai ser implacável.
Teriam outros exemplos, mas acho que esses dão a imagem que quero passar.
Quanto mais na sua relação com os outros for nessas premissas, mais você vai fazer com você. Você nem saberá fazer diferente. E todo mundo vai precisar de ajuda em algum momento.
Então, por favor, mesmo que por uma premissa egoísta, gaste um pedaço da sua vida aprendendo amor, compaixão, empatia, perdão com os outros. A relação com os outros vai te ensinar a fazer isso consigo.
Essa é a reserva de emergência psicológica, quando tudo der errado, a primeira pessoa que você vai poder contar é consigo. Ter essa habilidades na sua caixa de ferramentas vai permitir que você trafegue bem melhor pelas estradas acidentadas da vida.
Abraços,
Paulo.