Why is Improvisation SO DIFFICULT for Classical Musicians?
comentada em 16/01/2022 21:39

Lia sobre o Barroco esses dias e é interessante que na Idade Média, no Renascimento e no Barroco em geral se esperava que o intérprete improvisasse. A composição era uma espécie de guia geral e cada intérprete acrescentava seu toque pessoal à música. Fiquei curioso sobre o porquê de isso ter mudado com o tempo. Vou ver o vídeo, muito obrigado, Senesino. 

A partir do período Romântico os compositores passaram a querer que os intérpretes tocassem exatamente o que escreveram. Rossini passou a anotar todas as improvisações que os cantores faziam e colocar nas composições dele, por exemplo.  A escrita musical ,os instrumentos e a orquestra cresceram, a quantidade de concertos também, então, mais se valorizou a partir de então a leitura a primeira vista, mesmo assim, existem diferenças importantes entre os mais bem sucedidos intérpretes.  O Jazz acabou absorvendo a improvisação como um de seus mais importantes atrativos.

@senesino “A escrita musical, os instrumentos e a orquestra cresceram(…)”

Pergunto por ignorância…

Nesse tempo exato a afinação era pitagórica ou já era temperada? Você sabe dizer?

Quem universalizou a Temperada foi o JS BACH, antes dele até os instrumentos de teclado eram afinados em oitavas ,ou seja, foi antes disso. 

Observando os sistemas de educação musical em vigor hoje é fácil entender. Músicos "populares" e "clássicos" recebem treinamentos diferentes. Via de regra, o estudante de música clássica desenvolve a técnica do instrumento, aprende questões estilísticas, estuda um vasto repertório (repertório escrito, sem margem para interpretação) e se dedica a compreender e desenvolver a interpretação. É um caminho longo, e em geral, ele não é apresentado ao universo da improvisação.

Historicamente este tipo de ensino se tornou uma tendência a partir da Revolução Francesa. Após a revolução foi criado o primeiro conservatório europeu, o Conservatório de Paris, e foi ali onde se estabeleceu o ensino da música organizado em disciplinas (história da música, teoria, harmonia, contraponto, etc) e o foco em atuações profissionais muito bem delimitadas: o compositor, o intérprete instrumentista, o intérprete cantor, o intérprete regente, o musicólogo, etc. Esse tipo de ensino também contribuiu para distanciar o intérprete de música clássica do universo da improvisação.

Cabe dizer também que no campo da Educação Musical se discute, há muitas décadas, os prós e contras deste modelo de ensino conservatorial, e hoje temos diversos autores, metodologias, tendências, que buscam inserir o estudante de música, desde muito cedo, numa prática que integre diferentes habilidades: o compor, o ouvir, tocar, improvisar, etc, sem criar as famosas "caixinhas". Pouco a pouco a coisa vai mudando, apesar de que o formato citado acima ainda parece ser o mais presente na maioria das instituições.

Aprendi violão clássico e acabei parando por desanimar de sempre falarem pra tocar alguma música pra cantar junto, por exemplo, que as vezes seria lendo os acordes e nunca acertei direito a mão nisso. Me senti incluído na discussão do video, obrigado @Senesino !

postado por @Wbshbt em 16/01/2022 18:33

Aprendi violão clássico e acabei parando por desanimar de sempre falarem pra tocar alguma música pra cantar junto, por exemplo, que as vezes seria lendo os acordes e nunca acertei direito a mão nisso. Me senti incluído na discussão do video, obrigado Senesino !

É curioso como as pessoas ao redor sempre acham um meio de dar palpite, do ponto de vista delas uma solução (pra um problema que não existe). Quando digo que toco violão, a pessoa logo emenda "ah, e você canta também?". Daí digo que não canto, que é violão solo. Como estamos em GO, a próxima pergunta é "porque então não junta com alguém que canta?". Pqp, já que gosta tanto, aprenda a tocar e cantar e arrume alguém pra te acompanhar, mas me larga