Chat psi (com convidado) sexta 20/08 10h: comunicação não violenta
comentada em 10/09/2022 11:32

Esse tema é especialmente interessante!

ValorValhalla198 posts

@Paulo mais uma vez obrigado pelo seus chats.

Sempre que podemos converso com a esposa sobre os temas. Em geral, temos que ouvir separados por conta das crianças.

O de relacionamento com os filhos foi especialmente difícil. Porque fomos criados nos anos 80. Onde o repertório didático sempre incluía alguma forma de "agressão educativa". 
Para sorte das nossas duas crianças (um de 3 anos e outro de 9 meses) temos muuuuuito forte o desejo de não repetir esses padrões.

Vendo o tema desse chat, lembrei de uma pergunta que tenho desde do chat sobre relacionamento com os filhos: como capturar a atenção da criança de modo que ela pare imediatamente o que está fazendo, quando isso coloca ela em risco?

Por exemplo, quando a criança mais velha pula do sofá por cima da mais nova que está no chão. Ou, quando a mais nova pega um chinelo pra lamber a sola?

Obrigado novamente. Não sei expressar o tanto que você já nos ajudou!

@Paulo,
                Muito grato por vc poder compartilhar um pouco do seu trabalho.... chats em geral muito interessantes... com convidados, melhor ainda... Vc é a "cereja do bolo" que faltava a Bastter.com... 

Paulo casamentoComproOuroOrigem do Selo2 posts

@Abra

Querido, O livro que eu comentei no final é a minha bíblia pessoal do assunto. Eu tento seguir o máximo possível, lógico que não dá para fazer sempre é bom saber qual o ideal.

1. Não adianta tirar a coisa que te incomoda (geralmente a criança está felizona fazendo besteira, quem tá incomodado são os pais), você tem que pensar no que ela vai fazer ao invés de fazer a coisa que te incomoda.

2. Ajudar ela a fazer a coisa  nova. Aí é o trabalho de cuidar, tem que ficar junto ensinando. Conversando, mostrando como faz. Se não tiver alternativas, a criança vai sempre fazer o que der na cabeça dela.

O trabalho é ir ajudando ela a desenvolver as habilidades que ajudam a viver no mundo, não é tirar a criança da criança, ou mudar a estrutura da casa para impedir a coisa, por exemplo, crianças de 9 meses e 3 anos põe coisas na boca, faz parte do role. É mais fácil colocar os chinelos em lugar alto ou armário do que ficar brigando com ela toda a hora por ser criança.

Outro exemplo, telar as janelas. O risco de queda mesmo em uma crianças ensinada é fatal, então não tem pq correr o risco a toa. Guardar materiais de limpeza em lugar inacessível, etc.

Quanto ao pular, eu sentaria e conversaria com ele sobre os riscos, sobre o que pode acontecer e ajudaria ele a aprender a ver se o irmão está lá, faria um lugar seguro para ele pular que o irmão não acessasse, ensinaria ele a pular de lugares mais baixos, algo assim. Depende muito da disposição da casa. Mas dá para conversar, crianças de 3 anos são plenamente capazes de entender o risco de atividades assim se você chamar ela para conversar e tentar explicar as suas preocupações E ajuda-la em possível alternativas para o que ela está fazendo.

3. Claro que existem situações complexas, via de regra são: Risco a si, aos outros ou a propriedade. Nessas tem que intervir de forma a interromper o que ela faz pq não tem segunda chance. Tipo brincar na janela, atravessar a rua, etc.

Eu já tive que segurar ou interromper dezenas de ações do meu filho. Mas todas as vezes que alguma acontecia, eu começava a fazer o 1 e o 2 até ela aprender o ideal.

Quando ele começou a andar, algumas vezes queria atravessar a rua. Eu passei uns 30 minutos ensinando ele a atravessar ruas somente de mãos dadas. Acho que já tem uns 4 anos e ainda fazemos isso pq sempre foi assim.

 A uns anos atrás eu atuava bastante com parentalidade e fiz este ebook. Vê se te ajuda em algo:

criancapositiva-Pres.pdf - Google Drive
 

Opa! Muuuuuuuito obrigado pela resposta. Achei que você fosse usar no chat.

A maior parte do tempo conseguimos ficar no 1 e 2.

Eu vivo repetindo que "é impossível obrigar uma criança a não pular do sofá. Mas, é fácil ensinar ela a não ser arrebentar no processo". 

O 3 é que eu não sei lidar sem fazer algum barulho alto (grito, palmas ou algo que o valha) que chame atenção imediata pra eu poder me aproximar.
O lance do chinelo era um exemplo. Que resolvemos com o mantra: "Existe um motivo para o aviso: mantenha fora do alcance das crianças." 
A preocupação, mesmo, é o caso de risco físico para si ou terceiros. Esse que eu não sei lidar sem fazer algum barulho alto (grito, palmas ou algo que o valha) que chame atenção imediata pra eu poder me aproximar.

Daí que fiquei curioso de existe alguns alternativa.

Já tiveram alguns casos de eu pegar ela no ar pra não cair sobre a mais nova. Eu brinco que "é pra isso que eu vou na academia".


Muuuuuuuuuuuuito obrigado pela indicação do livro!

@Abra Criança é repetição, repetição repetição.

No caso do pular eu colocaria um lugar de pular na casa. Pode pular lá, aqui não pode. Crianças sabem fazer escolhas, desde que ensinadas.

 

A situações de interromper são foda mesmo. Não tem lá muito o que fazer, crianças fazem coisas de crianças. Nesses casos o que importa nesse caso é não ficar puto e descontar na criança.

Se tem que interromper alguma coisa por ser perigosa, ter risco eminente etc. Basta interromper, fazer o 1 e 2, e seguir com a vida, brincar com ela, fazer carinho etc.

 

Eu tb fui criança dos anos da sua época e prometi que o ciclo de violência acabaria comigo, é um trampo ferrado mas vale a pena.

Sobre esse assunto de comunicação não violenta eu percebo que a tendência é de eu né esforçar pra me aproximar de pessoas não tão íntimas, adequando a minha comunicação. Já quando a comunicação é com gente muito próxima (esposa, pai, mãe) não há esse interesse em se aproximar mediante adaptação da comunicação. Então acabo metendo a real ou mesmo sendo depreciativo. Falo do jeito mais natural pra mim, sem esforço positivo. E isso muitas vezes se traduz em comunicação violenta.

postado por @Xinha em 17/08/2021 13:34

Sobre esse assunto de comunicação não violenta eu percebo que a tendência é de eu né esforçar pra me aproximar de pessoas não tão íntimas, adequando a minha comunicação. Já quando a comunicação é com gente muito próxima (esposa, pai, mãe) não há esse interesse em se aproximar mediante adaptação da comunicação. Então acabo metendo a real ou mesmo sendo depreciativo. Falo do jeito mais natural pra mim, sem esforço positivo. E isso muitas vezes se traduz em comunicação violenta.

Me identifiquei com o teu relato.

É curioso como falta esse "esforço" logo com as pessoas mais queridas, né? Deveria ser justamente o contrário.

Eu já vinha tentando melhorar nisso, então o chat veio em boa hora. Assistirei assim que possível.

Desde já, muito obrigado, @Paulo !

 @Lord_Specter @Xinha a cnv existe para esse tipo de problema, acho que vocês podem se beneficiar bastante do conteúdo do chat

@Paulo obrigado mestre pelo chat