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Livro Literatura e Ficção
O narrador é um cineasta meio decadente que por não poder viver de seus filmes vanguardistas, faz vídeo institucional de frigorífico. E o pior é que não consegue fazer nem isso e enquanto procrastina o trabalho, conta ao leitor situações bizarras de sua vida (e de sua família em desagregação, sua cidade violenta, seus vícios e descontroles). Trata-se de um homem sem freios emocionais e com disposição pra olhar pro abismo intensamente. Pela invenção de linguagem e por segurar uma levada bem-humorada autodestrutiva por todo o longo livro, pra mim é o melhor romance brasileiro do século XXI. Nada menos que isso. A lembrança dele veio por um comentário do oxe em outro post no qual apareceu o Bhagavad-Gita. Há uma cena estrutural nesse livro, que se desenrola por umas 90 páginas, em um ritual brâmane (que na história aparece satiricamente como “surubramane”).
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